Nintendo anuncia Switch no Brasil após anos de gambiarras e amadorismo

Sem dar detalhes, a gigante japonesa anunciou nesta quarta-feira que o console de março de 2017 receberá lançamento oficial no País

Três anos após o lançamento internacional do Nintendo Switch, consumidores brasileiros finalmente poderão se ver livres do martírio que é possuir o console no País. Na manhã desta quarta-feira, 19, a gigante japonesa anunciou nas redes que o Switch virá “em breve” ao Brasil.

Não é que o mais recente console da Nintendo, que já vendeu mais de 61,4 milhões de unidades até agosto, seja ruim. Muito pelo contrário: com conversão fácil entre portátil e TV – pura qualidade de vida – e uma biblioteca riquíssima em franquias clássicas da Nintendo e em indies, o Switch se sai muito bem ou até melhor na disputa com os mais potentes Playstation 4 e Xbox One.

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A questão é que, no Brasil, o console vem se sustentando há anos na base da gambiarra. Para se ter noção, a versão brasileira do eShop, loja oficial acessada pelo menu do Switch, não possui sequer uma página inicial de navegação. Ao clicar na opção, o brasileiro tem acesso apenas a uma página de resgate de códigos para jogos comprados no site oficial da Nintendo.

É isso mesmo: não existe página de boas vindas ou que mostre jogos recentemente lançados ou em oferta. Quem deseja ter esse tipo de informação é obrigado a alterar as configurações da conta para os Estados Unidos ou outro país de “primeiro mundo”. O mesmo vale para as moedas de ouro, um sistema de “cashback” que garante descontos por compras na loja.

O amadorismo da eShop no Brasil fica constrangedor quando comparado aos serviços oferecidos pelas concorrentes no setor, como a Playstation Network e o Xbox Live. Nessas lojas, os consumidores recebem atualizações constantes de ofertas, bundles promocionais com vários títulos e até jogos gratuitos. Nada disso é oferecido aos donos de um Nintendo Switch. Jogos traduzidos para o português, o que pareceria mais que óbvio para um console amigável para crianças, nem pensar.

Há ainda uma má regionalização de preços na loja oficial da Nintendo. Recentemente, a empresa japonesa aumentou de R$ 250 para R$ 300 o valor dos lançamentos no marketplace. O aumento era esperado, até pela alta do dólar e dos impactos da Covid-19, mas pegou consumidores de surpresa por incluir inclusive títulos que já haviam sido lançados com o preço inferior, como Paper Mario - The Origami King. Quem quer comprar jogos físicos precisa pagar preços ainda maiores importando de fora.

Ainda é cedo para dizer quais serão os impactos da chegada oficial do Switch ao Brasil. Ausente "temporariamente" do País desde janeiro de 2015 alegando taxas de importação abusivas, a Nintendo alimentou esperanças dos fãs da empresa após participar do Brasil Game Show de outubro do ano passado. O anúncio de hoje ainda não traz detalhes da novidade.

Com o dólar a R$ 5,50, é difícil imaginar que a mudança represente redução de preços no País. A expectativa maior é de que, enfim, o consumidor brasileiro passe ao menos a existir no radar da Nintendo. O bastante para merecer até certo respeito e consideração, quem sabe. Fãs cativos da empresa não faltam no País.

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