Regina Duarte deixa cargo da Secretaria Especial da Cultura depois de três meses
O presidente Jair Bolsonaro anunciou nas redes sociais a saída de Regina Duarte na manhã desta quarta-feira, 20Regina Duarte deixa a Secretaria Especial da Cultura após quase quatro meses no cargo. O anúncio de sua saída foi feito pelas redes sociais do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “Regina Duarte relatou que sente falta de sua família”, afirma o texto.
Regina Duarte relatou que sente falta de sua família, mas para que ela possa continuar contribuindo com o Governo e a Cultura Brasileira assumirá, em alguns dias, a Cinemateca em SP. Nos próximos dias, durante a transição, será mostrado o trabalho já realizado nos últimos 60 dias pic.twitter.com/79CyrQY1uI
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) May 20, 2020É + que streaming. É arte, cultura e história.
De acordo com a nota, ela passará a trabalhar na Cinemateca Brasileira, instituição responsável pela difusão de conteúdo audiovisual no país. A transição será feita nos próximos dias.
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Até o momento, o nome mais cotado para assumir o cargo de Regina Duarte é o ator Mário Frias. Na terça-feira, 19, ele participou de uma reunião com o presidente no Palácio do Planalto. Em entrevista à CNN Brasil, em 6 de maio, o artista ainda se colocou à disposição de Jair Bolsonaro. "Pelo Brasil, eu estou aqui. O que for preciso, não vou correr. Respeito o 'Jair' demais", comentou na data.
Em entrevista, também concedida à CNN, na noite da quinta-feira, 7 de maio, a atriz e então secretária especial da Cultura, Regina Duarte, minimizou as mortes ocorridas na Ditadura Militar e disse que "sempre houve tortura" no País. As declarações sobre a ditadura aconteceram quando Regina foi questionada se havia contradição no apoio dela ao governo de Jair Bolsonaro, que já defendeu, publicamente, alguns dos envolvidos em casos de prisão e tortura no período militar.
O Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura se manifestou em carta aberta sobre a entrevista. A carta tem dois pontos principais: o repúdio à forma como a secretária se refere ao período de ditadura militar e uma cobrança de respostas sobre a liberação do Fundo Nacional da Cultura. (Confira texto completo no site da Secult).
Repercussão nas redes sociais
A antropóloga e historiadora Lilia Schwarcz se manifestou em seu perfil no Instagram sobre a saída de Regina Duarte. Em texto, afirma que a artista não fez nada quando estava no cargo. "Regina não produziu absolutamente nada enquanto esteve em Brasilia e agora vai ter que amargar o isolamento que sentira, até mesmo diante da classe artística — por não ter feito um gesto de solidariedade a favor de tantos artistas (como ela) mortos nessas últimas semanas", afirma.
Antonio Tabet, roteirista e um dos criadores do Porta dos Fundos, também criticou a atuação da ex-secretária da Cultura nos últimos três meses. "Foi o pior papel da vida dela", diz.
Foi o pior papel da vida de Regina Duarte. E olha que de pior papel ela entende. https://t.co/hLXoJ9yAMg
Veja mais comentários nas redes sociais:
A Cinemateca será o cemitério de elefantes pra onde Regina Duarte irá depois de sua passagem pelo regime Bolsonaro. pic.twitter.com/Bixro0E1oN
Regina deixou de ser o que nunca foi.
— Fê Paes Leme (@FePaesLeme) May 20, 2020
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