José Guedes lança a exposição virtual "Calvário"

O artista plástico cearense José Guedes apresenta as obras nas redes da galeria Casa D'Alva. A mostra é inspirada no sacrifício de Jesus Cristo e no momento atual do mundo
Autor Lígia Grillo/ Especial para O POVO
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Você já visitou uma exposição de arte pessoalmente? Se a resposta for sim, deve estar familiarizado com o movimento de ir e vir pela galeria, seguindo a ordem das obras que o artista demoradamente criou ao organizar aquele espaço.

Foi pensando assim que José Guedes organizou sua exposição virtual "Calvário", que lança amanhã, 22, nas páginas do Instagram (@casadalvavirtual) e do Facebook da sua galeria Casa D'Alva. A proposta é dar a mesma ideia de movimento de uma exposição de arte presencial. Desta forma, a mostra será divulgada por meio dos stories, que só ficam disponíveis por 24 horas. De acordo com o artista, a intenção é deixar que o visitante passeie pela exposição e observe as obras na ordem em que elas foram organizadas por ele.

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Como tema da exposição, José Guedes escolheu o Calvário, a colina em que Jesus foi crucificado, como uma maneira de representar o momento que estamos vivendo, um sacrifício, da mesma forma que foi para Jesus. "É um momento de percepção, questionamento, em que a humanidade está sofrendo. Pensei em fazer essa analogia com o que Jesus Cristo vivenciou quando ele estava subindo o monte Calvário para ser crucificado", explica.

Apesar disso, Guedes explica que não é religioso. "Tudo isso transcende o religioso e passa a ser humanista, um momento de medo e resguardo", comenta.

A exposição contará com 20 obras reconstruídas através do ato de amassar. Trabalhos de artistas de diversas épocas, de Rafael Sanzio a Salvador Dalí. As obras da exposição fazem parte da série "Fênix", cujo título faz alusão à ave mitológica que renasce das cinzas. Por isso aqui, ao invés de destruir, a ação de amassar significa propiciar uma nova leitura, fazer uma nova construção, no sentido literal e simbólico.

"O processo começa com a escolha uma pintura, desenho ou gravura entre as inúmeras que abordam o momento da crucificação de Cristo e sua ressurreição. Em seguida imprimo essa imagem em alta resolução num papel tamanho A3. Essa imagem é amassada e depois fotografada. Nesse momento o gesto é orientado pelas incidências da luz e da sombra que vão conferir uma nova configuração para aquela obra original. A partir daí começa um longo processo de tratamento digital da imagem até que ela fique pronta para ser impressa numa chapa de alumínio e recortada seguindo os novos limites da imagem amassada. Na parede, a obra transmite a ilusão de ser tridimensional, mas não é", explica sobre o processo de produção.

Apesar dos stories só ficarem disponíveis por 24 horas, a exposição será repostada por alguns dias consecutivos. "Nesse momento as plataformas virtuais vão ter uma outra dinâmica. Estamos sendo obrigados a utilizá-las, por conta desse isolamento, e depois que isso tudo passar muita coisa vai ficar, a comodidade que o mundo virtual propicia não tem volta", acrescenta.

Por fim, o artista ressalta que apesar de estar confinado, o período tem sido de muito trabalho e produção. "Estou me concentrando na pesquisa, em outros trabalhos e em algumas exposições que já tenho trabalhadas". Para ele, "Calvário", com toda a sua carga dramática, traz uma mensagem de esperança em um futuro melhor e mais humano. "Esperamos que o nosso calvário não seja uma experiência perdida no tempo e no espaço; Que depois dessa pandemia, tenhamos um novo e iluminado renascimento".

 

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