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Vingadores: Ultimato fecha ciclo do MCU com presente aos fãs

Mega-espetáculo dos irmãos Russo tem problemas como filme, mas sucede como desfecho perfeito para arcos construídos ao longo de mais de uma década
16:48 | Abr. 25, 2019
Autor Carlos Mazza
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Carlos Mazza Repórter de Jornalismo de Dados
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Tipo Notícia

“Como eu queria esse filme quando pivete”, foi, salvo um ou outro arroubo de exaltação coletivo, meu pensamento mais persistente na pré-estreia de Vingadores: Ultimato. Durante suas pouco mais de três horas, o mega-espetáculo dos irmãos Russo tem problemas enquanto filme, mas sucede como desfecho perfeito para arcos construídos ao longo de mais de uma década.

Antes de qualquer coisa, é preciso deixar claro: entender Ultimato é menos observar a película em si, e mais sobre o fechamento de ciclo do mais ambicioso e sem-precedentes fenômeno de cultura popular da história recente – o que há de ser reconhecido, gostando ou não do gênero. Nesse sentido, o quarto episódio da saga dos Vingadores é indiscutivelmente um triunfo.

Com coragem de selar completamente arcos de vários dos mais memoráveis protagonistas, o filme também é claro em mostrar quem assume cada bastão daqui para frente. Tudo é feito com genuína afeição pelos personagens e dado de bandeja para os fãs, quase como recompensa para quem encarou as dezenas de horas do Universo Marvel nos cinemas.

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Claro que há a chance alta de um ou outro “não convertido” acabar sobrecarregado diante de tanta gente fantasiada, mas esse é um risco que, passados os muitos bilhões faturados pelas franquias Marvel, ficou claramente deixado de lado. É difícil falar sobre o enredo em si, sob o risco de cair nos sempre problemáticos spoilers.

Pisando em ovos, Ultimato segue a linha imediatamente após o desfecho de Guerra Infinita, quando o titã louco Thanos dá cabo a 50% de toda a vida no universo. Dos escombros do mundo em ruínas, heróis “poupados” - lista que inclui todos os seis Vingadores originais - e sobreviventes tentam tocar a vida até receberem uma nova esperança para lidar com o genocídio.

Explorando o cenário de terra arrasada, Ultimato consegue ser um longa surpreendentemente tocante sobre falhar com quem se ama. Na primeira hora de filme, vemos sob diversos ângulos uma face humana e melancólica da destruição causada pelo titã roxo. Esse ponto de vista é escancarado logo na primeira cena, talvez o pico dramático de todo o filme.

Ver esse turbilhão de sentimentos – da impotência diante do massacre até o ódio nada heróico que daí surge – sob a ótica de personagens semi-deuses, muitos deles que acompanhamos desde a infância, tem um toque único. A partir daí, o longa embarca em uma escalada de reviravoltas e mudanças de ritmo que só vai parar na tela de créditos.

Tecnicamente, o filme é outro triunfo. As sequências de ação, sempre grandiosas, fazem corar como peças de museu cenas como as de Homem de Ferro (2008), que abriu o MCU. A carga de humor elevada, que parece ter crescido no estúdio desde Thor: Ragnarok (2017) também se faz presente o tempo todo mesmo diante dos temas sombrios.

O filme não é só elogios. Nem todo personagem recebe um desfecho satisfatório (o que pode desagradar algumas bases de fãs) e há cenas que soam forçadas e caricatas. Nada que vá, no entanto, surpreender ou intimidar quem já encarou dezenas de filmes da Marvel.

Para os mais entusiastas, pode demorar até cair a ficha de que o arco narrativo de vários daqueles personagens, construído ao longo de 22 filmes em 11 anos, chegou ao fim. E acabou mesmo, como o filme faz questão de deixar inquestionável. E que venha uma nova geração de super-heróis. Mas, aos novos diretores, cuidado: depois de Ultimato, as exigências estarão bem altas.

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