Ranch, a única opção diesel da Fiat Toro

Como já foi dito e escrito, a Fiat Toro gostaria de ser um SUV. A sua gênese traz esse DNA, visto que seu projeto deriva de um automóvel. Assim a versão Ranch leva a Toro para perto das picapes médias convencionais, leiam-se Toyota Hilux e Chevrolet S10, mas agora já tem a Fiat Titano

01:32 | Set. 24, 2024

Por: Jocélio leal
A versão Ranch no Centro de Eventos do Ceará: versão começou sua história no topo, ao lado da Ultra. Mas esta sucumbiu. Agora a Ranch é a única a diesel, com o conhecido 2.0 turbodiesel - pelo menos por ora (foto: JOCÉLIO LEAL)

O que leva alguém a comprar uma picape para uso urbano? É para uso no trabalho? Pode até ser? É para praia? Talvez? Mas existe quem compre por alguma razão inconsciente, algo que remete aos antepassados com biografia rural? Decerto que sim também. Por esta razão, carros como a Toro vêm bem a calhar. Aplacam este desejo simbólico de um modelo para o campo, sem incompatibilidade com o uso na Cidade. Testamos em Fortaleza a versão Ranch. Ela entrega muito dessa dualidade. Vejamos.

A versão Ranch começou sua história no topo ao lado da versão Ultra. Mas esta sucumbiu. Agora a Ranch é a única a diesel, com o conhecido 2.0 turbodiesel - pelo menos por ora. Sozinha com esta motorização significa dar mais espaço para a novata Titano, esta equipada apenas com o 2.2 turbodiesel de 180 cv.
A Ranch exibe muitos cromados. Brilhos. O novo riquismo cromado em toda a carroceria diz muito. Para estar pelo menos à mesa com as picapes médias, ela vem puxada por um 2.0 turbodiesel. O câmbio automático tem nove marchas e a tração é 4x4.

O câmbio automático é bom. Quando fizemos reduções nos trechos urbanos, ela se saiu muito bem. Subindo e descendo. Os percursos em estrada foram poucos, é verdade, mas quando o fizemos, o motor foi muito educado. Parecia a gasolina. As vibrações do motor diesel não foram invasivas.Com nove marchas, fica mais fácil ser assim. O giro do motor fica coerente com a demanda, gerando conforto.

O casamento motor e o câmbio é sólido. Exibe 170 cv de potência a 3.750 rpm e 35,7 kgfm de torque a 1.750 rpm. Este conjunto garante acelerações viris. Vimos isso mesmo com a cabine ocupada no máximo, com cinco ocupantes, embora com pouca atrás. Aliás, carro do tipo para uso urbano tem senões. O principal deles é o momento das compras no supermercado. Suas sacolas vão passear na caçamba.
Lembrando as demandas citadinas, uma direção confortável ajuda muito nas manobras curtas. Tipo no seu prédio (ou de alguém). Nessa hora, incomoda ver que o giro não é o forte. E haja vai vem para parar numa vaga.

A suspensão multilink é uma virtude. Há boa estabilidade, mas não esqueça. É uma picape. Em contrapartida, nas nossas estradas mais sofridas, a suspensão absorve bem as pancadas. Segurança é um trunfo com seis seis airbags, assistente de frenagem de emergência, alerta de mudança de faixa e assistente de partida em rampa.

A promessa da fabricante de a Toro Ranch fazer 100 km/h em 12,4 segundos é verdade. Mas não testamos a velocidade máxima de 193 km/h. Dados do Inmetro informam consumo de 10,4 km/l nos trechos urbanos e 12,7 km/l na rodovia.
Dentro, a Toro Ranch tem seu charme de carro urbano. A tela tem 10,1 polegadas. É bem vertical, como um tablet. O sistema UConnect é fácil de mexer. Oferece pareamento de celulares via Apple CarPlay e Android Auto.

O ar-condicionado digital é de duas zonas. E só. Para quem viaja atrás, resta pedir para os da frente aumentarem a potência do ventinho gelado. Inexistem saídas para os ocupantes do banco traseiro. Não é um paraíso para os mais altos ocupar o banco traseiro por outra razão. O espaço para joelhos é exíguo. Houve o sacrifício desse espaço em nome de uma caçamba mais generosa. Tem declarados 937 litros de capacidade e marra para carregar 1.010 kg de carga. A abertura do é lateral, como nas demais versões anteriores. Todavia, o espaço acima da cabeça é de boas.

A picape tem 4,94 m de comprimento, 1,84 m de largura, 1,73 m de altura e 2,99 m de distância entre-eixos. O acabamento interno é plástico. Mas bem que oferece qualidade acima da média. Investiram em texturas.

Como já foi dito e escrito, a Fiat Toro gostaria de ser um SUV. A sua gênese traz esse DNA, visto que seu projeto deriva de um automóvel. Assim a versão Ranch leva a Toro para perto das picapes médias convencionais, leiam-se Toyota Hilux e Chevrolet S10, mas agora já tem a Fiat Titano - cujo teste os leitores do O POVO verão em breve. Mas sim, uma picape na cidade é desejo de muitas pessoas sem terras (no sentido de não ter um terreno).