História: do 201 ao e-2008, a trajetória dos compactos da Peugeot
Em 1928, no Salão de Paris surgiu o "201", primeiro veículo da Peugeot a trazer a nomenclatura com três algarismos
A história dos símbolos da Peugeot estampados nos carros começou há quase um século. No Brasil, a marca celebra 30 anos de instalação.
Em 1928, no Salão de Paris surgiu o "201", primeiro veículo da Peugeot a trazer a nomenclatura com três algarismos.
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Segundo a marca, os princípios que conduziram o desenvolvimento da família “2” permanecem vivos hoje: oferecer um produto compacto e acessível e atenda a todas as necessidades dos motoristas de seu tempo.
Em 1938 surgiu o Peugeot 202, em mais uma edição do Salão de Paris. O novo modelo foi exibido no Grand Palais sob o cartaz “La Voiture Economique” (“O Carro Econômico”). Seu motor de 1.133 cm³ e quatro cilindros rendia 30 cv – bom número para a época, e alinhado à proposta de consumir pouco combustível.
A suspensão dianteira independente, conceito lançado pelo 201, seguia inovadora e rara entre os automóveis disponíveis nos anos 1930.
Na época, os faróis eram menos visíveis e era necessário olhar com atenção para encontrá-los atrás da grade frontal. Ao “escondê-los”, a Peugeot melhorou a aerodinâmica de seu compacto.
A produção, entretanto, foi interrompida pela Segunda Guerra Mundial. A retomada ocorreu aos poucos, a partir de 1945, e seguiu até a apresentação de seu sucessor: o Peugeot 203.
O novo modelo feito em Sochaux estreou, é claro, no Salão de Paris. Naquela edição do evento, em 1948, a Peugeot ocupou o estande de número 100 no Grand Palais.
Foi o primeiro carro com carroceria monobloco feito pela fabricante francesa e também um dos modelos com maior número de opções da história. Houve até um sedã com teto de lona que podia ser recolhido, transformando-o em um conversível.
O preço era de compacto, mas seus 4,35 metros de comprimento não deixavam dúvidas de se tratar de um carro médio. A proposta era tornar o conforto e o espaço acessíveis em uma Europa empobrecida depois da guerra.
Após 12 anos em produção e cerca de 600 mil unidades vendidas, o 203 deu lugar ao 204. Lançado em 1965, o novo modelo de entrada da Peugeot trouxe um elemento que está de volta à linha: o número que o identificava aparecia cromado na parte frontal do carro, junto ao capô, tal e qual os novos 208 e e-2008.
Chegada da Peugeot ao mercado brasileiro
Embora alguns poucos modelos tenham chegado ao Brasil antes do bloqueio aos importados, o País só conheceu de fato a linha “2” nos anos 1990, quando o 205 estreou no mercado nacional – “Un Sacré Numéro” (“Um Número Sagrado”), como diziam as propagandas na época do lançamento.
Esse é um dos carros mais longevos da história da marca: lançado em 1983, foi produzido sem grandes alterações de estilo até 1999.
A chegada ao mercado nacional ocorreu em 1992 nas versões SX, GTI e CTI. Outras opções chegaram ao longo dos anos, e o modelo teve aproximadamente 4.500 unidades emplacadas no Brasil. Mas uma unidade que apenas passou pelo Brasil há 30 anos trouxe a bordo uma antevisão do futuro.
Em 1992, o estande da Peugeot no Salão do Automóvel de São Paulo exibiu um 205 conversível grafite equipado com motor elétrico.
O carro foi exposto com a capota e o capô abertos, mostrando que a tecnologia não roubava espaço na cabine. As portas traziam um adesivo com letras vermelhas: “Vehicule Électrique” (Veículo Elétrico).
O veículo fez parte de uma frota feita para apresentar a visão da marca sobre o que viria a ser a mobilidade elétrica.
Aquele 205 elétrico era capaz de rodar 200 quilômetros em meio ao trânsito urbano pesado. Era muito para um carro desse tipo desenvolvido nos anos 1980, e a explicação estava em um sistema que reaproveitava a energia despendida durante a aceleração.
Os protótipos eram perfeitamente usáveis. Embora não houvesse nenhum sinal do que seriam os eletropostos, a recarga da bateria de níquel-ferro fornecida pela Saft podia ser feita em uma tomada residencial.
E o Peugeot 206?
O primeiro carro produzido pela Peugeot estreou no Brasil como importado em abril de 1999.
A campanha divulgada em canais de TV fazia sonhar. Ao som de “Fly Away”, de Lenny Kravitz, os personagens que viam o carro passar fechavam os olhos, suspiravam e se imaginavam em outro mundo. O título mais comum em textos sobre o carro em diferentes jornais e revistas foi “Revolução francesa”.