Artigo: Inteligência Artificial e Marketing Digital
Especialista em vendas e marketing digital, Ana Luiza Marcolina, escreve com exclusividade
Por Ana Luiza Marcolina
É + que streaming. É arte, cultura e história.
À medida que tecnologias avançam, surge uma preocupação: a criatividade humana está em risco? Com IA gerando textos, imagens e até estratégias de comunicação, muitos se questionam se o futuro do marketing será dominado por algoritmos ou se a criatividade continuará sendo um fator indispensável. Enquanto alguns temem a perda de autenticidade e originalidade, outros enxergam a tecnologia como um catalisador poderoso para inovação. Mas, afinal, quem está certo, onde está o equilíbrio?
Por um lado, a IA permite que profissionais de marketing foquem no que realmente importa ao automatizar tarefas repetitivas, como a produção de textos, anúncios e roteiros. Além disso, algoritmos de machine learning analisam tendências e padrões, fornecendo insights valiosos para a criação de campanhas mais eficazes. Uma pesquisa recente da HubSpot Brasil, mostra que 55,03% dos profissionais de marketing já observaram economia de tempo ao usar IA em tarefas operacionais, liberando espaço para estratégias mais inovadoras que potencializam o ROI.
No entanto, apesar dos benefícios, a IA não é infalível e pode gerar grandes desafios. A falta de originalidade é um dos principais riscos, já que os modelos de IA são treinados com base em conteúdos existentes, o que pode resultar em material genérico e sem personalidade. Outro fator preocupante é o viés algorítmico, já que a IA aprende a partir de dados históricos e pode reforçar padrões que excluem diversidade ou criam campanhas desbalanceadas.
O principal desafio para as marcas é encontrar o equilíbrio entre automação e criatividade genuína. O ideal é que conteúdos gerados por IA sejam sempre revisados e adaptados para garantir um tom humano e autêntico. A IA pode sugerir direções criativas, estruturar insights e otimizar campanhas, mas a sensibilidade, a emoção e o storytelling ainda são elementos que dependem do olhar humano.
Um cuidado: como a IA trabalha com padrões pré-existentes, há o risco de se produzir conteúdos genéricos, enviesados ou até plagiados, caso não haja curadoria humana.
No campo estratégico, o viés algorítmico é um problema crítico. Modelos de IA aprendem com bases de dados históricas, e se esses dados forem parciais ou excludentes, a IA pode perpetuar desigualdades. Isso afeta campanhas ao influenciar desde a escolha do público até o tom da mensagem. A privacidade e proteção de dados também levantam questões, pois muitos sistemas de IA dependem de grandes volumes de informações pessoais para segmentação de anúncios. Se não forem bem gerenciadas, essas práticas podem gerar riscos de uso indevido de dados e violações de privacidade.
Diante desse cenário, o Marco Legal da Inteligência Artificial no Brasil entra como um fator determinante para o futuro do marketing digital. O país está avançando na regulamentação da IA, com debates no Congresso Nacional para estabelecer princípios de transparência, ética e responsabilização no uso da tecnologia. Propostas incluem regras para proteção de dados, combate a vieses discriminatórios e diretrizes para o uso seguro e responsável, especialmente em setores sensíveis como publicidade e comunicação digital. Para as marcas, isso significa que o uso da IA no marketing precisará seguir normas que garantam a conformidade legal e a segurança dos consumidores.
O caminho para equilibrar automação e ética passa por supervisão humana, regulamentação clara e processos internos rigorosos. Empresas precisam garantir que a IA seja usada como um suporte estratégico e não como uma substituição da inteligência humana. Isso exige um compromisso com transparência e boas práticas de governança de dados. Quem souber integrar IA com criatividade e responsabilidade terá um diferencial competitivo, construindo campanhas mais eficazes, inovadoras e confiáveis.
Ana Luiza Marcolina, especialista em vendas e marketing digital, é fundadora e Chief Revenue Officer (CRO) da LaunchPad Influencers, dedicada a influenciadores digitais que desejam lançar, escalar e automatizar seus negócios com eficiência.
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