5G: o que sabemos e queremos
Esse colunista escreve sobre nuances que precisam entrar no debate da hiper conectividade trazida pelo 5G.
11:10 | Set. 04, 2022
Hamilton Nogueira
O 5G vem aí, você sabe. Bate à porta das cidades trazendo consigo uma torrente de mudanças tecnológicas, mercadológicas e comportamentais. Estabilidade, velocidade, disponibilidade, baixa latência e outros encantamentos.
Para deixar claro o que as características acima podem proporcionar, alguns exemplos práticos: cirurgia à distância por meio da qual um especialista opera um paciente mesmo estando em outro país. É um ganho? Em muitas ocasiões sim, não só pela cirurgia em si, mas pela força de todo um mercado de braços robóticos, softwares, vídeos e salas especiais que estão contidas na dinâmica natural da mudança.
Outra situação clara, que não demanda explicação é o carro autônomo, cuja capacidade de pergunta e resposta ao entorno, é potencializada pelo imediatismo da decisão que certamente estará dividida em vários processadores, inclusive fora do carro, a exemplo do diálogo com os semáforos, as faixas de pedestres ou os redutores de velocidade.
Ainda tem o IoT (internet das coisas). Esse conceito que já não nos é estranho, abre infinitas conversas. Entre carros que iriam colidir, entre aviões e prédios e entre sua pressão arterial, seu smart watch e a atendente do seu cardiologista. Mas, isso você também já sabe.
O que nós não sabemos é sobre a preparação dos homens e mulheres para as consequências da inevitável e ainda maior disponibilidade de informação. Estão as pessoas preparadas para as seduções proporcionadas pelo 5G? Além da maior demanda por gente qualificada para trabalhar com os inúmeros aplicativos que virão, qual o nível de preparo para decodificar tudo que nos chegará? A nova tecnologia será um sucesso apenas se comprarmos mais?
Não me parece aceitável que usuários 5G sejam vistos apenas como consumidores super conectados. Portanto, o 5G ideal precisa provocar baixa latência na percepção de mundo, estabilidade social, velocidade de transformação educacional e disponibilidade de inteligência coletiva. Esse é o 5G que eu quero, e eu sei que você sabe.