ChatGPT: OpenAI aposentará modelo GPT-4 este mês; entenda

ChatGPT: OpenAI aposentará modelo GPT-4 este mês; entenda

Segundo empresa, modelo será substituído em definitivo pelo GPT-4o, mais recente, a partir de 1º de maio; GPT-4 seguirá disponível para desenvolvedores

O modelo GPT-4, do ChatGPT, será "aposentado" ao fim deste mês. O anúncio foi feito na última quinta-feira, 10, pela OpenAI, desenvolvedora do sistema de inteligência artificial.

A mudança foi informada nas notas de atualização do sistema. Segundo a OpenAI, o GPT-4 será substituído pelo GPT-4o, mais recente, a partir de 1º de maio. De acordo com a empresa, o GPT-4o "supera, de maneira consistente, o GPT-4 em escrita, criação de código, STEM (sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), e mais".

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A OpenAI pontuou ainda que atualizações recentes aprimoraram o desempenho do GPT-4o em cumprimento de instruções, conversação, e resolução de problemas. Isso faz dele, nas palavras da empresa, o "sucessor natural" do GPT-4.

O GPT-4 seguirá disponível, para desenvolvedores, na API do ChatGPT. O modelo será retirado de circulação apenas na versão web, para usuários finais, do ChatGPT.

Diferenças entre GPT-4 e GPT-4o: o que é um modelo de linguagem de IA?

De maneira simplificada, uma inteligência artificial generativa é um programa de computador "treinado" para atuar de modo autônomo ou semi-autônomo. Ela é composta por duas partes: o "programa" em si, criado pelos desenvolvedores; e a base de dados, conjunto de informações usado para este treinamento. Se alimentado com bases de dados distintas, um mesmo programa irá operar de maneiras variadas.

Por exemplo: uma inteligência artificial que receba informações sobre câmeras, iluminação, lentes, e outros aspectos técnicos sobre a gravação de filmes, vai dar respostas diferentes, sobre cinema, às de um programa idêntico, mas cuja base de dados seja composta por centenas de milhares de filmes prontos, críticas destes filmes, e materiais de estudo sobre arte.

Este "programa" é o modelo. Modelos distintos, se treinados com uma mesma base de dados, não darão respostas similares, pois "pensam" de forma diferente.

Usando o exemplo anterior, um modelo pode ser desenvolvido para avaliar, antes de responder, se o usuário tem conhecimento técnico sobre câmeras ou se é leigo, e, treinado apenas com o material técnico sobre gravação audiovisual. Deste modo, o robô poderia oferecer respostas mais simplificadas ou mais complexas, dependendo do contexto.

Um modelo menos avançado poderia não ter sido criado com esta capacidade de avaliar o grau de conhecimento do usuário. Por isso, ele possivelmente ofereceria, com frequência, respostas que seriam técnicas demais para um usuário leigo, e simples demais para um usuário avançado.

Por serem programas extremamente complexos, há um limite do quanto é possível "atualizar" os modelos de IA para melhorias. Por isso, novos modelos são criados, considerando pontos que precisam de aprimoramento nas versões mais antigas.

A título de exemplo, o GPT-4 trouxe avanços significativos sobre o GPT-3.5, usado originalmente quando o ChatGPT foi lançado. Entre as mudanças estão a capacidade "multimodal": o GPT-4 consegue analisar texto, imagens, sons e vídeo, enquanto o GPT-3.5 processa apenas texto.

O GPT-4 também conseguia receber cerca de oito vezes mais informações, em uma única mensagem do usuário, e processar estes dados corretamente. São 32.000 tokens por mensagem, contra 4.096 do GPT-3.5. Cada token equivale, aproximadamente, a algo entre 1,2 e 1,5 palavra.

O GPT-4o, por sua vez, não traz avanços significativos nos tipos ou quantidade de conteúdo que consegue interpretar. A grande mudança do modelo, que foi anunciado em maio de 2024, é na capacidade de "refletir" mais profundamente antes de retornar os questionamentos do usuário.

A habilidade é chamada "reasoning" ("racionalização", em tradução livre). Ela está presente como uma configuração na interface do próprio ChatGPT e permite ao usuário visualizar, em tempo real, o fluxo de "pensamento" do robô até chegar à resposta final.

Mudança no ChatGPT não será percebida pela maioria dos usuários

ChatGPT foi questionado sobre como se enxergaria se tivesse uma forma física; a resposta dada foi usada como prompt para IAs generativas de imagem, e estes foram os resultados obtidos(Foto: Bemfica de Oliva/Dall-E/Imagine.art/Hotpot/Gencraft/Shutterstock/Creative Fabrica/DeepAI)
Foto: Bemfica de Oliva/Dall-E/Imagine.art/Hotpot/Gencraft/Shutterstock/Creative Fabrica/DeepAI ChatGPT foi questionado sobre como se enxergaria se tivesse uma forma física; a resposta dada foi usada como prompt para IAs generativas de imagem, e estes foram os resultados obtidos

Para a maior parte das pessoas, no entanto, a "aposentadoria" do GPT-4 não será notada. Atualmente, o modelo padrão do ChatGPT já é o GPT-4o. Ao atingir determinados limites de uso — que não são informados publicamente pela OpenAI —, a versão gratuita do robô passa a usar uma versão simplificada, chamada de GPT-4o Mini.

Usuários do ChatGPT Plus e do ChatGPT Pro têm acesso a ambos os modelos e ao GPT-4.5, versão mais recente do GPT-4, lançada em fevereiro deste ano. A partir de 1º de maio, no entanto, o modelo não estará mais disponível na interface web. Para acessar o GPT-4.5, será necessário usar a API do ChatGPT, ferramenta para desenvolvedores que permite aplicar o modelo em bases de dados específicas.

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