Bloqueio nos EUA: TikTok pode cair no Brasil? Quais as alternativas?
Aplicativo de vídeos parou de funcionar nos Estados Unidos neste domingo, 19; entenda se há risco de TikTok ser bloqueado no Brasil e veja apps similaresApós meses de especulações, o TikTok parou de funcionar nos Estados Unidos na madrugada deste domingo, 19. O banimento ocorre após uma longa novela que envolveu uma lei federal, disputas na Suprema Corte e uma mudança de posição de última hora por parte do Governo Federal.
Entenda os detalhes do caso, se há riscos de um bloqueio similar no Brasil, quais as alternativas para acessar o TikTok, e conheça aplicativos com funcionalidades similares.
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Por que o TikTok foi banido nos Estados Unidos?
Oficialmente, o motivo seria uma suposta ligação da ByteDance, empresa dona do TikTok, com o Partido Comunista Chinês. Políticos dos Estados Unidos passaram a pedir o bloqueio após o uso do aplicativo explodir entre jovens no começo da pandemia de Covid-19.
A alegação era de que dados de usuários da rede social seriam compartilhados com o governo da China. À época, diversos países proibiram o uso do TikTok por funcionários públicos.
Como foi o processo para bloqueio do TikTok nos EUA?
Após as acusações, um longo processo foi iniciado no Congresso dos Estados Unidos, que chegou a convocar o CEO da ByteDance para depor. As alegações de conexão com o governo chinês não foram provadas. Mesmo assim, os parlamentares votaram, em 2024, uma lei banindo o aplicativo do país. O texto foi sancionado pelo presidente Joe Biden no dia seguinte.
A ByteDance recorreu à Justiça para revogar a lei, alegando que ela feria a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, referente à liberdade de expressão. A Suprema Corte emitiu uma decisão sobre o tema na sexta-feira, 17. Os nove juízes do tribunal foram unânimes em afirmar que a lei não é inconstitucional.
Com isso, o prazo dado para o bloqueio do TikTok nos Estados Unidos voltou a valer. A plataforma, então, foi retirada do ar no país na madrugada de domingo.
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Há chances de o TikTok cair no Brasil?
O processo que levou ao banimento do TikTok nos Estados Unidos é referente a uma lei daquele país, e não vale internacionalmente. Não há nenhuma legislação ou decisão judicial, no momento, que possa causar bloqueio do TikTok no Brasil.
Em 2024, o TikTok chegou a enfrentar um processo no País, relativo à Lei Geral de Proteção de Dados. A ação judicial, porém, era referente à possibilidade de usar a rede social sem criar uma conta, que permitiria o acesso de menores de 13 anos, idade mínima para cadastro no aplicativo. O caso, no entanto, não gerou bloqueio do TikTok.
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TikTok banido nos EUA: oito alternativas para acessar
Mesmo com um possível bloqueio ao TikTok, há uma série de formas para continuar acessando a rede social — ou outras com formatos similares. Veja abaixo:
1. Usar uma VPN
A maneira mais prática é o uso de um serviço de Rede Privada Virtual ("Virtual Private Network", VPN na sigla em inglês). Ao ativar uma VPN, o usuário acessa apenas o endereço do serviço, e a própria VPN media as conexões. Desta forma, ao usar uma VPN hospedada em outro país, é possível burlar bloqueios geográficos para sites e aplicativos.
As VPNs ganharam certa notoriedade no Brasil em 2024, após o bloqueio do X (antigo Twitter). O Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a impor uma multa de R$ 50 mil para usuários que acessassem o X com o uso de ferramentas do tipo, mas voltou atrás e determinou punições apenas para a própria rede social e operadoras de internet.
2. Navegador TOR
Ao usar o navegador TOR (do inglês "The Onion Router", "roteador-cebola"), a conexão do usuário é desviada por diversos computadores antes de chegar ao destino. Esses computadores são chamados de "nós", que seriam as "camadas", na referência a uma cebola.
Apenas a localização do último computador, o chamado "nó de saída", é revelada ao site. Pelo lado do usuário, por sua vez, é possível saber apenas o primeiro computador (o "nó de entrada") que foi acessado ao se ligar à rede TOR. Técnicas de criptografia impedem, em teoria, que qualquer um dos "nós" saiba o que são os dados que estão passando pela conexão.
Por padrão, o TOR usa nós de entrada e saída aleatórios, que podem ser de qualquer lugar do mundo. Caso o usuário queira simular o acesso a partir de locais específicos, é possível alterar as configurações para usar apenas nós de determinados países.
3. Sistemas de proxy
Sistemas de proxy funcionam de forma muito similar às VPNs: o usuário acessa o proxy, e o proxy, por sua vez, acessa o site ou aplicativo. O site/aplicativo entenderá que a conexão partiu do proxy, e não do computador do usuário.
A principal diferença entre um proxy e uma VPN é a proteção dos dados: enquanto as VPNs criptografam todo o tráfego, ao usar um proxy as informações viajam sem nenhuma proteção adicional. Desta forma, cabe ao usuário usar técnicas de criptografia no próprio computador, antes de acessar o proxy, caso queira garantir que está protegido contra interceptação de dados.
Redes sociais com funcionalidades similares
Quem não quer ter o trabalho de aprender os aspectos técnicos necessários para usar VPNs, proxies ou o TOR, pode usar redes sociais similares ao TikTok. Algumas opções, como o Lemon8, são possibilidades para o bloqueio nos Estados Unidos, mas não estão disponíveis no Brasil. Veja abaixo outras alternativas:
4. Kwai
O Kwai é possivelmente o concorrente mais conhecido, no Brasil, do TikTok. Também de origem chinesa, o aplicativo ganhou popularidade, entre outros motivos, pela estratégia agressiva de divulgação, pagando usuários pelo tempo que passam assistindo vídeos na plataforma.
5. RedNote/Xiaohongshu
O RedNote, ou Xiaohongshu, tem se tornado o principal destino dos usuários norte-americanos afetados pelo bloqueio do TikTok. Ambas as redes sociais têm funcionamento muito similar, mas o Xiaohongshu apresenta uma dificuldade importante: a interface do aplicativo é completamente em mandarim.
6. Reels de Instagram e Facebook
Inicialmente chamada "Cenas", a funcionalidade de Reels do Instagram surgiu em 2019 como resposta direta ao crescimento do TikTok. Eventualmente, a ferramenta de vídeos curtos chegou ao Facebook, também da Meta, dona do Instagram.
A companhia é conhecida por copiar funcionalidades de concorrentes. Após executivos do Snapchat recusarem repetidamente as propostas de compra da Meta, por exemplo, a empresa desenvolveu os Stories — que também foram adotados no Facebook e, com o nome de Status, no WhatsApp.
Com a iminência do bloqueio do TikTok, o Instagram anunciou mudanças na interface do aplicativo, especialmente na parte dos Reels, para apelar aos "órfãos" da plataforma da ByteDance. Estratégia similar foi adotada com o lançamento do Threads, em 2023, quando usuários descontentes com a aquisição do então Twitter por Elon Musk passaram a buscar alternativas à rede de microblog.
7. YouTube Shorts
Com a popularidade dos Stories, diversas empresas decidiram copiar a cópia e lançaram suas próprias versões dos posts que desaparecem após 24 horas. Atualmente, é difícil encontrar um aplicativo de mensagens instantâneas ou uma rede social que não ofereça a funcionalidade.
O YouTube Shorts segue a mesma lógica, porém com os Reels — que são cópia do TikTok, que foi "livremente inspirado" no Kwai, e assim por diante. Um elemento do Shorts que pode ser positivo ou negativo, a depender do usuário, é que diversos vídeos curtos que já existiam anteriormente no Youtube podem ser encontrados (sem a adaptação para telas verticais, no entanto) pelo Shorts.
8. LinkedIn
Há uma alternativa para quem é fã dos vídeos de coaches, histórias empresariais que nunca aconteceram realmente, e citações inspiracionais sem fundamento. O LinkedIn tem uma seção de vídeos curtos repleta de dicas de empreendedorismo impossíveis de serem postas em prática e conselhos financeiros inviáveis para a maioria da população, sem a distração de animais fofos, dancinhas ou trends.
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