X funcionou até na sede do STF; entenda como Musk dribla bloqueio

Internautas relataram o suposto retorno da rede social no Brasil nesta quarta, 18, e associação de provedores no País indica alteração na estrutura do X

18:57 | Set. 18, 2024

Por: Penélope Menezes
X voltou? Entenda como rede de Elon Musk 'driblou' bloqueio no Brasil (foto: Kelly Sikkema/Unsplash)

Os usuários da rede social X relataram um possível retorno da plataforma no Brasil nesta quarta-feira, 18. Os comentários chegam após a contratação de serviço por Elon Musk que permite “driblar” os bloqueios no País, apesar da suspensão ainda estar em vigor.

O dono da rede compartilhou uma publicação ainda na madrugada, vista como indireta ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Na afirmação, Musk adapta uma frase do escritor Arthur C. Clarke: “Qualquer magia suficientemente avançada é indistinguível da tecnologia”.

Em nota sobre a “volta” do X, a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint) declarou que o aplicativo havia sido atualizado “há aproximadamente 15 horas, durante a noite”, alterando significativamente a sua estrutura.

A plataforma também estava funcionando na sede do STF, seguindo a última atualização da rede, mas os serviços voltaram a ser bloqueados pela rede Wi-Fi.

Entenda como o suposto retorno do X aconteceu.

Como o X ‘driblou’ o bloqueio no Brasil?

De acordo com declaração da Abrint, o novo software da rede social começou a operar de maneira diferente, agora utilizando endereços de IP vinculados ao serviço Cloudflare. Essa mudança tornaria o bloqueio da plataforma “muito mais complicado”.

O Cloudflare, novo serviço utilizado por Musk, “faz uso de IPs dinâmicos que mudam constantemente”. O sistema se diferencia do anterior, que mantinha IPs específicos e “passíveis de bloqueio”.

“Muitos desses IPs são compartilhados com outros serviços legítimos, como bancos e grandes plataformas de internet, tornando impossível bloquear um IP sem afetar outros serviços”, relata a associação.

A principal dificuldade no bloqueio do Cloudflare, como explica a Abrint, “está no fato de que ele funciona como um proxy reverso, com IPs que mudam frequentemente”. Na prática, mesmo que fosse interrompido, outros serviços que utilizam a estrutura ainda podem ser afetados.

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Em 30 de agosto de 2024, a rede social X foi bloqueada em todo o território nacional até que as decisões judiciais fossem cumpridas e as multas devidas, pagas. Além disso, a empresa precisaria indicar um representante no Brasil.

Uma multa diária de R$ 50 mil foi estabelecida às pessoas e empresas que utilizarem “subterfúgios tecnológicos” para continuar o uso da plataforma, sem prejuízo de outras sanções nos âmbitos cível e criminal.

A Abrint reforçou em comunicado que “os provedores regionais, que representam mais de 53% do mercado de banda larga no Brasil, estão em uma posição delicada”.

Por esse motivo, orientou que as empresas “não tomem medidas individuais até que haja uma orientação oficial da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações)”.

Em comunicado ao O POVO, a Anatel afirmou que "mantém a fiscalização a respeito da ordem de bloqueio" e que o "resultado desse acompanhamento é reportado diretamente ao STF".

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(Atualizado em 18/09/24 às 20h47min)