Modo Anônimo não é realmente privado? Google excluirá dados coletados
A empresa concordou em retirar os dados rastreados no modo de pesquisa anônima após ação coletiva movida contra o Google em 2020; entenda
Uma ação coletiva de 2020 fez a empresa Google concordar em destruir dados coletados no modo de navegação anônima. A função, representada por um ícone de chapéu fedora e óculos, permite que outros usuários do dispositivo não tenham acesso à sua atividade.
O caso Brown v. Google alegava que a empresa não informou adequadamente aos seus usuários os tipos de dados que seriam recolhidos no modo anônimo.
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“O Google rastreia e coleta o histórico de navegação do consumidor e outros dados de atividades na web, independentemente das salvaguardas que os consumidores adotam para proteger a privacidade de seus dados”, declarava reclamação feita no tribunal federal de San Jose, Califórnia.
As partes chegaram a um acordo em dezembro, mas detalhes do documento foram tornados públicos na última segunda-feira, 1º abril.
“Este acordo é um passo histórico no sentido de exigir que as empresas tecnológicas dominantes sejam honestas em suas representações aos usuários sobre como as empresas coletam e utilizam dados dos usuários”, destaca a introdução do documento.
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Modo Anônimo: o que realmente vai mudar?
O acordo propõe alterações no formato de divulgação do Google. Na prática, a empresa deve “informar aos usuários que o ‘Google’ coleta dados de navegação privada, inclusive explicitamente divulgando esse fato em sua Política de Privacidade e na Tela Inicial do Modo Anônimo que automaticamente aparece no início de cada sessão anônima”, explica o documento.
A exclusão e correção de dados na navegação privada também também deve acontecer e a empresa pretende “excluir e/ou corrigir 14 bilhões de registros de dados que refletem as atividades de navegação privada dos membros”, incluindo no modo anônimo.
O registro aponta limites ao futuro recolhimento de dados e, durante os próximos cinco anos, o Google mudará o modo de navegação anônima para permitir que os usuários bloqueiem cookies de terceiros.
Sem liberação de reivindicações monetárias no acordo, os requerentes insistiram em manter seus direitos de processar o Google individualmente por danos.
Modo Anônimo: resposta do Google
Em comunicado à CNN nos Estados Unidos, o porta-voz do Google, José Castañeda, afirmou estar satisfeito em resolver o processo, “que sempre acreditamos ser infundado”.
“Nunca associamos dados aos usuários quando eles usam o modo de navegação anônima. Temos o prazer de excluir dados técnicos antigos que nunca foram associados a um indivíduo e nunca foram usados para qualquer forma de personalização”, completa.
Modo Anônimo não é realmente privado? Entenda
Ao selecionar o modo anônimo, a empresa destaca em aviso que a escolha “não vai mudar a forma como os dados são coletados pelos sites que você acessa e pelos serviços que eles usam, incluindo o Google. Os downloads, favoritos e itens da Lista de leitura ainda serão salvos”.
Na aba anônima, o Chrome não salvará o histórico de navegação, cookies e dados de sites, além de informações inseridas em formulários. Por outro lado, a atividade do usuário ainda pode estar visível para os sites visitados, seu empregador ou sua escola e o provedor de acesso à Internet.
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