Testamos: Oppo Reno 7 não desagrada, mas faltam diferenciais
Oppo tenta disputar mercado brasileiro de smartphones com modelos de entrada e intermediários. Reno7 não entrega destaques para ser um celular atrativo
09:58 | Mai. 15, 2023
O mercado brasileiro de smartphones é conhecido por sua alta concentração em poucas marcas — até 2021, quase todas as vendas se resumiam a modelos Samsung, Motorola e LG. Com a saída desta última da disputa — a fabricante anunciou, em abril daquele ano, que não produziria mais celulares — o terceiro lugar do ranking passou a ser uma competição em aberto.
Desde então, uma série de empresas passou a trazer seus aparelhos ao Brasil como forma de "testar a água" para avaliar a abertura do consumidor a novos nomes. Marcas como Realme, Infinix e TCL, conhecidas globalmente mas sem presença nacional, são algumas das novas competidoras.
Outra delas é a Oppo. Subsidiária da BBK Electronics, grupo do qual também faz parte a Realme, a Oppo é consolidada, globalmente, como uma fabricante de renome. Por aqui, a empresa começou a vender seus aparelhos em setembro de 2022.
Criada em 2004, a Oppo começou especializada em equipamentos de som e audiovisual, como fones de ouvido e reprodutores de Blu-Ray. Desde 2012, também produz smartphones. No Brasil, porém, é um nome quase desconhecido.
Os primeiros celulares da Oppo no mercado brasileiro são modelos de entrada e intermediários: A17, A57 e A77, nos mais básicos, e Reno7, no segmento logo acima. Globalmente, todos têm versões 4G e 5G, à exceção do primeiro, que suporta apenas redes de quarta geração. A fabricante, porém, não trouxe ao País os modelos com conectividade mais avançada.
E como eles se saem frente à competição? Estive com o Reno7 como um dos meus celulares nos últimos dias e conto abaixo tudo o que descobri. Confira!
Sobre o review: recebi o Reno7 para análise em fevereiro deste ano. O aparelho será devolvido após os testes, e a Oppo não teve influência no conteúdo deste texto.
Parâmetros de comparação: meu celular de uso cotidiano é um Realme 8 Pro. Durante os testes, estive também com os seguintes aparelhos: Samsung Galaxy Z Flip4 e Asus Zenfone 9.
Oppo Reno7: especificações e disponibilidade
- Tela: 6,43", Full HD+ (1.080 x 2.400 pixels, proporção 20:9), 90 Hz, Amoled, brilho de 600 nits
- Câmeras:
- 64 MP, f/1.7, 26 mm, sensor de 1/2", autofoco (principal)
- 2 MP, f/3.3, 390 mm, sensor de 1/5", foco fixo, iluminação dedicada (microscópica)
- 2 MP, f/2.4 (profundidade, não tira fotos)
- 32 MP, f/2.4, 24 mm, sensor de 1/2,74", foco fixo (frontal)
- Bateria: 4.500 mAh, carregamento cabeado de 33 W; não há carregamento sem fio
- Memória: 128 GB de armazenamento; 6 GB de RAM
- Conexões: 4G, Bluetooth 5.1 e WiFi 5 (sem fio); entradas USB-C e 3,5 mm (cabeado)
- Processador: Qualcomm Snapdragon 680 (octa-core, 6 nm)
- Acabamento: Gorilla Glass 5 na tela, moldura em alumínio, plástico na traseira. Disponível em azul e preto no Brasil.
No momento em que este review era escrito, a versão com 128 GB de armazenamento e 8 GB de RAM do Reno7 podia ser comprada no varejo online, em lojas confiáveis, por R$ 2.400 à vista ou a prazo.
Caixa do Oppo Reno7 traz carregador, capa e película
Um ponto em comum das fabricantes que disputam o terceiro lugar no mercado brasileiro é incluir um pacote "generoso" com seus smartphones. No caso da Oppo não é diferente: o Reno7 traz na caixa, além do carregador de 33 W, uma capa transparente de TPU e película pré-aplicada na tela.
Os itens de proteção cumprem um papel duplo nesses casos. Além de ajudarem a fidelizar o público, que pode se desagradar com os pacotes cada vez mais espartanos das fabricantes consolidadas, garantem que o consumidor terá os acessórios, uma vez que é difícil encontrá-los à venda no País para aparelhos de marcas menos populares.
Design: Oppo Reno7 tem cor "exclusiva" para o Brasil
No mercado global, o Reno7 é disponibilizado em dois acabamentos: uma versão com traseira laranja em couro sintético e bordas douradas; outra com traseira preta em plástico e a moldura também em preto. Apenas a segunda veio ao Brasil, mas a Oppo reservou uma surpresa para os consumidores daqui: no Brasil há uma tonalidade azul clara, chamada "aurora", que não existe em outros países.
Não que o acabamento seja inédito: diversos celulares da Oppo já foram lançados com esta cor. Ela não havia sido disponibilizada antes, no entanto, para o Reno7. É uma maneira simples, porém interessante, de trazer um "mimo" ao público brasileiro. O problema é: a maioria das pessoas sequer saberá desse detalhe. Eu, particularmente, preferiria a versão de couro.
O azul aurora, inclusive, é a cor da nossa unidade de testes. O acabamento é agradável, com plástico fosco na traseira por cima da pintura, dando uma sensação de profundidade que se soma ao efeito visual extremamente agradável. As bordas, também de plástico, são de um azul claro similar.
Ainda na traseira ficam as câmeras, em um recorte retangular: à esquerda há a lente principal acima e a microscópica, com a luz de apoio ao redor, abaixo. Na parte direita da "ilha" fica o sensor de profundidade e um de infravermelho, que supostamente auxilia no modo retrato e nas fotos microscópicas, com o flash regular abaixo.
Os LEDs dispostos de forma circular nessa traseira servem dois propósitos. Eles funcionam para iluminar as imagens microscópicas, mas também como luz de notificações quando o aparelho está com a tela virada para baixo.
Na frente está a tela de 6,43", com a câmera de selfies em um orifício circular no canto superior esquerdo. Acima, no centro da tela, o alto-falante de chamadas e os sensores de proximidade e luminosidade.
A borda direita traz apenas o botão liga-desliga, enquanto a direita tem os de volume e a entrada de chips - dois de operadora e um cartão de memória. A parte de cima tem o microfone secundário, enquanto a inferior traz a entrada USB-C, microfone e alto-falantes principais e uma conexão para fones de 3,5 mm.
Três pontos no design e contrução do Oppo Reno7 me chamaram atenção, além da cor. O primeiro é o leitor de impressões digitais: ele fica sob a tela e tem boa precisão e velocidade, apesar de ser do tipo óptico — os modelos ultrassônicos costumam ser mais confiáveis.
Os outros são a finura — o aparelho tem apenas 7,5 mm de espessura — e as bordas retas, que trazem boa aderência ao segurar o telefone. No meu teste do Asus Zenfone 9 elogiei o mesmo elemento em um smartphone pequeno, e o Reno7 não passa da largura em que deixa de ser agradável usar um smartphone com este design.
Tela do Reno7 não é ruim, mas só
Com tecnologia Amoled, resolução Full HD+ (1.080 x 2.400 pixels) e taxa de atualização de 90 Hz, a tela do Oppo Reno 7 não desagrada. Mas o componente também não tem muito de especial. A reprodução de cores é boa, há opções de customização nas configurações, e só.
O brilho é de 430 nits, com picos de 800 em áreas específicas do painel. A legibilidade sob luz solar direta é mediana: novamente, não desagrada, mas não supreende. Ainda nesse tema, o Reno7 é agressivo na redução da luminosidade da tela em ambientes escuros. Parece ser uma questão do ColorOS, sistema operacional usado pela Oppo: a RealmeUI, do meu Realme 8 Pro, tem o mesmo problema, e ambas as interfaces são desenvolvidas conjuntamente pela BBK.
As bordas são simétricas nos lados e na parte superior, com a inferior tendo um "queixo" mais grosso. É algo comum em aparelhos de entrada e intermediários, então não pode-se reclamar muito deste aspecto.
O modo Always-on Display (AoD), queridinho dos aparelhos com tela Amoled, também marca presença aqui. Ele pode ser personalizado em diversos aspectos, e inclui relógio, nível de bateria e notificação. Caso você crie um Omoji - avatar virtual disponível em celulares Oppo e Realme, similar aos usados por Apple e Samsung - é possível exibi-lo nessa tela.
Câmeras do Oppo Reno7: boa imagem e sem surpresas
Há quatro lentes no Oppo Reno7: três regulares e uma para selfies. Grosso modo, porém, apenas uma das câmeras traseiras é "de verdade".
O sensor de profundidade de 2 MP, tão comum atualmente, está aqui. E, como em qualquer outro aparelho que compartilhe esta "câmera", ela acrescenta pouco no modo retrato. Na foto do vaso de plantas, nota-se que as folhas mais acima são borradas junto com a parede, mesmo havendo uma separação bem nítida entre objeto e fundo.
A câmera principal, com 64 MP, entrega fotos em 16 MP após aplicar pixel-binning. As cores são decentes e o nível de detalhes é aceitável. Não é um sensor ruim, apenas não tem nada de destaque.
Não há lente grande-angular, e o zoom é feito digitalmente à câmera principal. Até pouco mais de 2X, a ampliação entrega resultados bem aceitáveis, o que não pode ser dito sempre de aparelhos intermediários. Não é uma câmera cuja ampliação artificial deixe muito a desejar a aparelhos com especificações similares, mas zoom ótico.
À noite, também vemos exatamente o que se espera: fotos pouco utilizáveis no modo regular e decentes com o modo noturno ativado. Abaixo, o teste em um cenário bastante iluminado, mas note as árvores na parte inferior central.
Nas selfies, mais uma vez sem decepções e sem surpresas: fotos com bom nível de detalhamento e cores aceitáveis. O modo retrato faz um bom trabalho separando o objeto da foto e o fundo, mas deixou minha pele muito mais clara do que realmente é. O "embelezamento automático", comum em smartphones, costuma gerar este efeito, mas a função estava desativada.
Por fim, o elemento peculiar do Reno7: a câmera microscópica. Com 2 MP, ela faz fotos quadradas com zoom de 15X (nativo) ou 30X (digital). O foco é fixo, e é necessário quase encostar no objeto para que ele não fique borrado — mas não é uma crítica, afinal é exatamente a ideia de uma lente microscópica.
Enquanto uma lente do tipo é certamente incomum, não a classificaria como um diferencial do Oppo Reno7. A câmera microscópica serve como algo divertido, para mostrar aos amigos vez ou outra, mas só. Não há muita utilidade no uso cotidiano, e dificilmente enxergo alguém tendo essa funcionalidade como determinante na compra de um celular.
Oppo Reno7 tem bateria que dura bastante fora da tomada (e fica pouco tempo nela)
Processadores intermediários, como o Snapdragon 680 usado no Reno7, não são conhecidos pelo altíssimo consumo de energia. Junte isso ao fato de que o aparelho não tem 5G e a receita para uma boa duração de bateria está aí.
De fato, em situações de pouca interação, cheguei a passar mais de três dias sem precisar carregar o Oppo Reno7. Com uso moderado o número quase passa de dois dias, e, em condições intensas, há confortavelmente um dia e meio de carga.
São números excelentes, não havendo muitos aparelhos atuais que cheguem a esses valores. Ainda assim, nada tão acima da concorrência que chegue a surpreender.
Para recarga, são 33 W de capacidade — e o carregador fornecido na caixa entrega toda a potência necessária (sim, Samsung, estou apontando o dedo para você). E os 33 W de fato se fazem presentes. Veja os números de carregamento abaixo:
- 15 minutos: 30%
- 30 minutos: 56%
- 45 minutos: 83%
- 60 minutos: 96%
- Recarga completa: 1h8min
Muitos celulares com números similares não entregam, de fato, uma velocidade tão boa. Mas não é a primeira vez que tenho uma experiência agradável com aparelhos da BBK — tanto meu Realme 8 Pro (50 W) quanto o Realme 7 5G que testei em 2021 (30 W) deram resultados similares. A única vez em que isso não aconteceu foi com um OnePlus 5T que tinha como uso pessoal há alguns anos e sofria para chegar aos 20 W prometidos.
Aqui, inclusive, é importante fazer um adendo positivo: os carregadores dessas marcas são compatíveis entre si. Deste modo, ao usar, por exemplo, o acessório de um Realme com um smartphone Oppo, ou vice-versa, o aparelho receberá toda a potência possível — limitando-se, obviamente, pelo quanto o carregador fornece ou o celular suporta.
O Reno7 suporta recarga reversa de 5 W. Ao ligar um cabo USB-C para USB-C, ele pode fornecer energia a outro aparelho. Como sempre, é algo que só recomendo em casos de emergência ou para carregar dispositivos com baixa capacidade de bateria: a velocidade fornecida é simplesmente muito baixa.
Reno7: performance boa para o cotidiano, mas sem milagres
Sim, mais uma vez: o desempenho do Oppo Reno7 não é ruim, mas não é excepcional. Com um processador Qualcomm Snapdragon 680 e 6 GB de RAM (expansíveis em mais 5 GB usando parte do armazenamento interno), o aparelho basta para uso cotidiano.
Aplicações que exijam mais poder, como edição de vídeos e jogos pesados, acabam sofrendo um pouco aqui. Mas não há engasgos notáveis para navegação na internet, redes sociais, mensagens etc.
Lá fora a Oppo vende o Reno7 em versões com 8 GB de RAM e 128 ou 256 GB de armazenamento. No Brasil, existe apenas o modelo de 6/128 GB.
Testei, como jogos, o que sempre uso: Free Fire e Asphalt 9. Ao abrir os títulos, aparece uma interface da Oppo oferecendo ferramentas de performance e foco, como priorizar o processamento dos games e silenciar notificações. Também é possível acompanhar, por exemplo, a taxa de frames.
Ambos os títulos rodaram com qualidade decente e sem engasgos. Enquanto o Asphalt 9 ofereceu uma configuração "performance" para os gráficos, sem possibilidade de mudança (em topos de linha e intermediários há uma opção para melhorar o visual), Free Fire funcionou com todas as configurações no máximo.
Com o modo de performance nos jogos ativados, a traseira do Reno7 esquentou consideravelmente em pouco tempo de jogo. Não chegou a incomodar, mas sessões mais longas podem trazer desconforto.
Oppo tem potencial no Brasil, mas o Reno7 não
Para evitar riscos ao estrear no País, os aparelhos vendidos pela Oppo aqui seguem sendo produzidos na China. É compreensível: diversos fatores, como a escassez global de chips, os últimos anos terem degradado o poder de compra do brasileiro e a insegurança de que o consumidor topará experimentar marcas desconhecidas tornam pouco interessante investir em uma fábrica nacional.
O problema é que isso traz elementos negativos, como o alto preço: o Reno7 chega ao Brasil custando o dobro do que é cobrado lá fora devido aos impostos de importação e taxas de certificação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Alguns exemplos, no entanto, mostram que há estratégias possíveis mesmo neste caso.
A Xiaomi, após uma experiência frustrada em solo brasileiro na década de 2010, retornou ao mercado nacional recentemente, também importando os celulares. Mas a marca já estava "na boca do povo" após anos sendo muito popular no chamado "mercado cinza" dos smartphones, chegando por revendas não-oficiais. Com isso, mesmo que os aparelhos tenham menos custo-benefício no País que lá fora, eles ainda possuem bom apelo com o consumidor.
A TCL seguiu caminho distinto: a empresa tem certo renome em outras áreas de eletrônicos, como televisores e aparelhos de ar-condicionado. Para trazer smartphones ao Brasil em preço competitivo, fechou parceria com uma fabricante ODM (que produz equipamentos para outras marcas). Os componentes seguem vindo da China, mas são montados em solo nacional. Este modelo não evita todas as taxas de importação, mas reduz significativamente a quantidade de impostos.
Há quem tenha feito o inverso, também: conhecida por vender eletrônicos baratos, mas pouco duráveis, a Positivo tem acordos com marcas como Vaio (notebooks) e Infinix (smartphones) para montar nacionalmente os dispositivos. Neste caso, o preço pode ser reduzido, enquanto a "má fama" da empresa não atinge os produtos das fabricantes parceiras.
Alternativas ao Oppo Reno7
Trago esses exemplos por um motivo: enquanto creio que há, sim, espaço para a Oppo no Brasil — a fabricante acaba de conquistar a primeira posição na China, o mais disputado mercado de smartphones do mundo, e isso não ocorre por acaso.
Apesar disso, por vários motivos, o Reno7 não é um aparelho adequado para o Brasil.
A primeira razão é o timing: lançado em março de 2022, um ano depois o Reno7 segue como o modelo mais avançado da Oppo no Brasil. Com o ciclo de lançamento semestral seguido pela fabricante — e comum a muitas marcas chinesas — isso significa que ele está duas gerações atrás da linha Reno no mercado global (com mais uma prestes a ser anunciada).
A segunda é a política de preços. O Reno7 chegou ao Brasil, seis meses atrás, custando R$ 2.999. Oficialmente, esse ainda é o valor cobrado pelo aparelho, embora seja possível encontrá-lo 20% mais barato em lojas de operadoras. Poucas marcas seguem essa estratégia, muito menos em um smartphone que já foi lançado custando mais do que os concorrentes.
E isso me leva ao último ponto: há literalmente mais de duas dezenas de celulares que podem competir diretamente com o Reno7. Muitas vezes isso é algo positivo, indicando um aparelho versátil. No caso do Oppo, porém, significa um preço inadequado.
Explico: as duas maneiras mais práticas de avaliar concorrentes para qualquer eletrônico são por preço e por especificações. Se o produto estiver com valor razoável, os dois grupos serão quase iguais. Se tiver um bom custo-benefício, será mais barato que dispositivos similares e melhor que aqueles pelos quais se cobra o mesmo. O Reno7 falha em ambos os casos.
A fabricante tenta compensar esta questão com alguns elementos interessantes, como a câmera microscópica do Reno7 e cinco anos de garantia nos aparelhos. São pontos que agradam, mas não conseguem ser surpreendentes ao nível de determinar uma decisão de compra.
Com valores de R$ 2.400 (pela loja online da Vivo) a R$ 3.000 (na Amazon, canal oficial de vendas da Oppo), o Reno7 concorre em três faixas de preço, competindo com celulares que vão de R$ 2.000 a R$ 3.500. E consegue ser uma das piores opções em todas elas.
Comecemos dos mais baratos. Contra Galaxy M53 (R$ 1.700) e Edge 30 Neo (R$ 2.125), ambos de 2022, o Reno 7 vence o Samsung apenas na velocidade de recarga e o Motorola somente em capacidade de bateria.
Comparado a Infinix Zero 5G (de 2022, R$ 2.200) e Galaxy A54 (2023, R$ 2.270), cenário similar: a câmera frontal é melhor que a do Infinix, que também perde no display LCD (mas que atualiza a 120 Hz). O A54 só não ganha no carregamento, de 25 W.
O Galaxy M54 (2023), mais uma vez, perde apenas na recarga. O Edge 20 (2021) carrega a 30W a bateria de 4.000 mAh, mas de resto também vence o Reno7. Tanto o Motorola quanto o Samsung saem por R$ 2.300.
Redmi Note 12 (2023) tem câmeras principal e frontal piores, enquanto o Edge 30 (2022) perde na capacidade de bateria. O Xiaomi e o Motorola também custam R$ 2.300.
Fechando a faixa de preço há o Redmi Note 12 5G (2022) e o Moto G200 (2021), ambos por R$ 2.500. Novamente o Xiaomi perde apenas nas câmeras frontal e principal, com o Motorola levando a pior na tela LCD (mas com 144 Hz) e também na lente de selfies.
De R$ 2.500 a R$ 3.000 são seis competidores. O Poco M4 Pro, da Xiaomi (2022, R$ 2.670), perde somente na câmera frontal. O ROG Phone 5S, da Asus (2021, R$ 2.780), também — e chega a dar um banho em outros aspectos, como a recarga duas vezes mais rápida.
Embora mais antigo, o Galaxy A53 (2022, R$ 2.880) está custando mais que o A54. Ainda assim, segue perdendo do Reno7 apenas na recarga. O Poco X5, da Xiaomi (2023, R$ 2.900), tem de pior somente as câmeras principal e frontal.
Contra o Edge 20 Pro (2021, R$ 2.970), uma diferença irrisória de carregamento (30 W contra 33 do Oppo) e só. O Realme 9 (2022, R$ 3.000), por sua vez, perde apenas na câmera frontal.
E há, por fim, aparelhos um pouco mais caros que o Reno7, mas que oferecem proporcionalmente muito mais valor. Por R$ 3.220, o Poco X5 Pro (2023) é pior somente na câmera de selfies.
O iPhone 11 (R$ 3.230 na versão de 128 GB), apesar de ter sido lançado em 2019, conta com o excelente suporte de software da Apple, mantendo-se atualizado por pelo menos mais dois anos. As câmeras são piores, no papel, mas na prática isso é discutível. O Reno 7 ganha do Apple, sem sombra de dúvidas, apenas na capacidade de bateria e velocidade de carregamento.
Zenfone 9 (R$ 3.300, aparecendo mais barato em promoções frequentes) e Galaxy S22 (R$ 3.400) são os topos de linha de 2022 de suas fabricantes. Ambos perdem em bateria — o Asus com 4.300 mAh e recarga de 30W, o Samsung com 3.700 mAh e 25W. A resolução maior da câmera frontal do Reno7 não compensa o fato de que ambos os aparelhos contam com foco automático na lente de selfies.
Encerrando a briga estão Redmi Note 12 Pro (R$ 3.400), que fica abaixo apenas nas selfies de 16 MP, e Realme 9 Pro+ (R$ 3.500), com a mesma desvantagem. Ambos foram lançados em 2022.
Não costumo gastar tanto espaço trazendo os concorrentes de um smartphone, mas a intenção é das melhores. O Reno7 é um bom aparelho e poderia ser mais competitivo se custasse menos, mas há diversos elementos que fazem dele uma opção pouco interessante.
Minha dica para a Oppo é: traga aparelhos mais recentes e cobre um valor menor. A marca merece uma chance justa de disputar o consumidor brasileiro, e as ofertas atuais da empresa não permitem isso.
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