Chinesa TCL anuncia fabricação de smartphones no Brasil

Executivos falaram a O POVO sobre briga pela preferência do cliente; TCL fechou parceria com fabricante brasileira para montar smartphones no País

O mercado de eletrônicos no Brasil esbarra, muitas vezes, em um elemento desagradável: os altos impostos. Produtos como computadores e smartphones são encarecidos pela carga tributária, especialmente se forem fabricados fora do País: nestes casos, cada produto paga uma taxa de 60% sobre o valor original para ser comercializado legalmente.

Com isso, diversas fabricantes recorrem à fabricação nacional para baratear os custos e atingir mais clientes. Muitas vezes, porém, o desafio - e os gastos - de montar uma planta no Brasil são altos, levando ao fechamento de acordos com empresas locais já estabelecidas no ramo.

Uma destas é a TCL. A empresa, detentora de nomes conhecidos em anos anteriores, como Alcatel e BlackBerry, mais recentemente tem investido em produtos com a marca própria. O POVO conversou com Raphael Rocha, Diretor de Produtos e Marketing da TCL Mobile, e Kiko Garcia, CEO da GBR Componentes, escolhida para montar, no Brasil, os smartphones da fabricante chinesa.

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Nenhuma das empresas é estranha ao mercado brasileiro. A GBR produz equipamentos de rede e segurança eletrônica para diversas marcas, enquanto a TCL está no País há anos, em joint-venture com a fabricante de televisores Semp.

Os executivos começaram a conversa pontuando que, no mercado de smartphones brasileiro, a fabricação nacional é uma necessidade. Mesmo marcas conhecidas pelos altos preços, como a Apple, produzem localmente seus dispositivos. O dinheiro que se poupa ao deixar de lado a importação pode ser repassado aos clientes como redução de valor nos produtos e para adicionar elementos que tornem os aparelhos mais atraentes.

Neste quesito, Raphael afirma que os produtos focam em trazer um "kit" mais completo que a média do mercado. Os smartphones da marca chegam ao usuário com carregador, fone de ouvido, capa de proteção e película para a tela. Para marcas menos conhecidas, os dois últimos itens são de especial importância, pela dificuldade de se encontrar acessórios à venda.

Kiko pontua que a estrutura da GBR, em Manaus (AM), dá conta não apenas da fabricação dos aparelhos, mas também de peças de reposição, pós-venda e mesmo eventuais brindes incluídos com os produtos. A logística fica a cargo de distribuidores locais espalhados pelo País.

As parcerias regionais também fazem parte da estratégia. Segundo Raphael, grandes redes de varejo com foco no público local conhecem melhor o mercado, permitindo que as ações sejam direcionadas de forma mais eficiente.

Outro elemento destacado por Raphael é adicionar funcionalidades topo de linha em aparelhos mais baratos. Um exemplo são os pagamentos por aproximação: segundo ele, a TCL é a única marca no Brasil a oferecer um smartphone com NFC por menos de R$ 1.000.

Kiko pontua que, no momento, a montagem dos aparelhos é feita com peças prontas. Para o futuro, porém, a expectativa é de que todo o processo de fabricação seja feito localmente.

Esta mudança abriria, segundo os executivos, algumas possibilidades. O acordo entre as empresas é uma parceria de longo prazo, permitindo que outras categorias de produtos sejam fabricadas no País, e mesmo que os dispositivos lançados no mercado global recebam adaptações para o público brasileiro.

No momento, a oferta de smartphones da TCL no Brasil é a série 30, com valores de R$ 700 a R$ 1.800. A série 40, anunciada oficialmente em fevereiro, não teve as vendas iniciadas no País, nem no mercado global.

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