Twitter removerá selo de contas antigas e cobrará por verificação

Rede social anunciou que mudança vale a partir de abril; novo sistema de contas verificadas custará 1.000 dólares mensais para empresas e organizações

06:37 | Mar. 24, 2023

O Twitter Blue, nova ferramenta de verificação da plataforma, causou problemas de certificação de contas oficiais nesta quinta-feira, 10 (foto: Reprodução / Twitter)

O Twitter anunciou nessa quinta-feira, 23, que removerá o selo de contas verificadas da plataforma. A mudança entra em vigor a partir de abril.

Com o novo modelo, contas que contavam com o selo após terem passado pelo processo de verificação - que confirmava a propriedade da conta, e servia para legitimar perfis relevantes em diversas áreas de atuação - perderão o ícone exibido ao lado do nome de usuário.

Os perfis verificados no Twitter, agora, necessariamente serão pagos. Para usuários individuais, o caminho será a assinatura do Twitter Blue. Para empresas e organizações, um novo modelo de cobrança será usado.

On April 1st, we will begin winding down our legacy verified program and removing legacy verified checkmarks. To keep your blue checkmark on Twitter, individuals can sign up for Twitter Blue here: https://t.co/gzpCcwOpLp

Organizations can sign up for https://t.co/RlN5BbuGA3

— Twitter Verified (@verified) March 23, 2023

Os custos assustam: o valor mensal é de US$ 1.000 - cerca de R$ 5.300 em conversão direta. Cada perfil adicional ligado à mesma organização, como um jornalista em um portal de notícias ou contas de uma empresa que atua em diversos países e publica em vários idiomas, aumenta US$ 50 (aproximadamente R$ 265) no preço.

Mudanças no Twitter são criticadas

A notícia é mais um capítulo da novela que se arrasta desde a aquisição da rede social por Elon Musk. Após desistir da compra, enfrentar uma batalha judicial e, finalmente, gastar US$ 44 bilhões (cerca de R$ 233 bilhões) pela rede social, o magnata realizou uma série de mudanças na plataforma - a maioria delas desagradando aos usuários.

Uma das alterações mais polêmicas é relacionada ao Twitter Blue. Anunciado antes da compra de Musk, o serviço oferecia funcionalidades como publicações com maior limite de caracteres e a possibilidade de editar tweets. Ao assumir a empresa, o bilionário ordenou uma série de mudanças na versão paga da rede social.

Uma delas foi o aumento nos preços, que quase triplicou desde seu lançamento, em junho de 2021. A assinatura custa US$ 3,99 (cerca de R$ 21) para US$ 8 (R$ 42) quando feita pelo site, ou US$ 11 (R$ 58) se realizada pelo aplicativo para iPhone ou Android.

Outra foi a introdução do selo de verificado. A mudança tornou usuários que assinavam o serviço indistinguíveis de contas oficiais, o que levou a uma série de perfis falsos se passando por grandes organizações.

Após a polêmica com o Twitter Blue, mais problemas aconteceram. Musk assumiu o controle do Twitter realizando a demissão de diversos executivos do alto escalão, mas a tendência não parou por aí.

Em pouco tempo, as dispensas chegaram aos níveis inferiores da hierarquia. O corte no quadro da empresa foi de cerca de 90%, especialmente após Musk exigir que os funcionários seguissem um ritmo extenuante de trabalho.

Com tantos problemas, usuários chegaram a procurar outras redes sociais, como a indiana Koo. Anunciantes também deixaram a plataforma, resultando em queda na receita.

Com a nova política de perfis verificados, a expectativa do Twitter é voltar a ter um faturamento significativo. Resta saber se a ideia funcionará.

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