Testamos: Huawei FreeBuds SE é um fone sem fio barato e que dura
Modelo de entrada da Huawei tem poucas funções de destaque e som mediano, mas cumpre o que promete na bateria; FreeBuds SE é vendido atualmente por R$ 279
03:36 | Nov. 22, 2022
Com celulares recentes deixando de lado a tradicional entrada de 3,5 mm, fones de ouvido sem fio se tornam cada vez mais comuns. Nos últimos anos, avanços na tecnologia permitiram que os acessórios se tornassem leves, com boa qualidade de som e bateria longa, comparados aos modelos dos anos 2000 e 2010.
Atualmente, há fones True Wireless Stereo (TWS) - do tipo que cada lado funciona sem depender de nenhum fio - para todos os bolsos. Modelos mais caros oferecem funções avançadas, mas os acessórios de entrada entregam uma experiência satisfatória.
Uma dessas alternativas é o Huawei FreeBuds SE. Por R$ 279 no varejo online, ele é uma das opções mais baratas para quem deseja um fone sem fios com bom suporte - embora não seja raro encontrar itens com preços menores, muitas vezes eles são importados ilegalmente ou falsificados, não tendo garantia ou qualidade.
Mas será que o Huawei FreeBuds SE vale o preço? Testei o fone nas últimas semanas e conto abaixo tudo o que descobri.
Sobre o review: recebi os FreeBuds SE da Huawei por empréstimo em 13 de setembro. O produto foi devolvido após os testes. A empresa não teve influência no conteúdo desta análise.
Parâmetros de comparação: meu fone de uso cotidiano é um Anker Soundcore Life P2.
Huawei FreeBuds SE: especificações e disponibilidade
- Formato: TWS, totalmente sem fios
- Operação: superfície sensível ao toque nas laterais
- Design: semi-in-ear, com pontas de borracha
- Bateria: seis horas de uso contínuo nos fones, mais três recargas na case, totalizando 24 horas de reprodução
- Conexão: Bluetooth 5.2
- Cancelamento de ruídos: apenas em ligações
- Aplicativo: Huawei AI Life
No momento em que este texto era escrito, os Huawei FreeBuds SE podiam ser encontrados a partir de R$ 279. Em promoções, os fones já chegaram a R$ 225.
Huawei FreeBuds SE: conteúdo da caixa e design
Os Huawei FreeBuds SE vêm em uma caixa branca sem luxos, mas de boa qualidade. Nela estão os fones, a case de recarga e um cabo USB-C para USB-A. Há também borrachas adicionais para a ponta do fone, mas o tamanho médio que veio instalado ficou confortável o suficiente no meu ouvido.
Os fones em si são feitos de plástico brilhante, em branco - há uma versão verde, mas não está disponível no Brasil. A case tem o mesmo acabamento dos fones, sendo cinza claro por dentro.
Continuando na case, ela tem um LED indicador de bateria na frente, que fica vermelho quando a carga da caixa está abaixo de 20%, e pisca brevemente na mesma cor quando os fones são guardados com pouca bateria sobrando. Atrás há o conector USB-C. A tampa abre sem esforço, mas não a ponto de ser aberta facilmente de forma acidental.
O design dos fones é do tipo "com perninhas", similar aos AirPods, da Apple. O tamanho é confortável e não causa incômodo no ouvido. Por não ser totalmente in-ear, não é criado vácuo ao colocá-los na orelha, e portanto não existe cancelamento passivo de ruído.
Huawei FreeBuds SE: conectividade
Conectar os Huawei FreeBuds SE é fácil e rápido. Após parear pela primeira vez, eles são conectados automaticamente ao celular assim que a case é aberta, e já estão prontos para uso no momento em que são colocados no ouvido. Para ligá-los a um novo dispositivo, basta pressionar o botão que fica dentro da case.
A conexão é estável, sem falhas e com bom alcance. Cheguei a estar em um andar, usando os fones, com o celular escada acima, e não houve engasgos ou artefatos sonoros.
Huawei FreeBuds SE: qualidade do som
Por ser um modelo de entrada, não se deve esperar algo espetacular na qualidade de som dos Huawei FreeBuds SE. Ele promete pouco, não entrega muito, e está tudo bem considerando-se a faixa de preço.
O som é sem profundidade, mas não chega a ser ruim no sentido de ouvir música nele incomodar. Apenas não é uma experiência de alto nível.
Os diafragmas do FreeBuds SE são de 10 mm, mas já usei outros fones com drivers do mesmo tamanho que tinham som mais encorpado. O material, um "polímero de alta sensibilidade", segundo a Huawei, talvez seja o responsável pela pouca presença.
A característica é notável em todas as faixas de frequência. Isto, no entanto, é relativamente positivo: a maior parte dos fones de entrada é formatado para dar um aumento artificial nos graves, comprometendo a qualidade das músicas em geral.
Usei músicas de diferentes estilos para testar a qualidade de som dos Huawei FreeBuds SE. A playlist está abaixo, e pode ser atualizada conforme testo novos equipamentos de som.
Uma canção específica excelente para os testes é a versão orquestrada de "Santa Felicidade", da banda gaúcha Nenhum de Nós. Na faixa, pode-se comparar tanto instrumentos de música modernos, como guitarra elétrica, quanto clássicos, como cordas friccionadas, além da voz de Thedy Correa, consolidado no pop rock mas capaz de passear por diversos estilos.
A música, como era esperado, mostra virtualmente todos os naipes sonoros presentes, mas com pouca força. O que mais se destaca são os violinos, que ficam notáveis mas não estridentes. Instrumentos mais graves, como trompetes e violoncelos, quase não são ouvidos.
Não há um equalizador dedicado nos Huawei FreeBuds SE. Nos aprofundaremos neste aspecto na seção sobre o aplicativo.
Huawei FreeBuds SE: bateria
A Huawei promete duração de seis horas com reprodução contínua no FreeBuds SE. A case tem mais três cargas, levando o tempo total a 24 horas.
Em meus testes, esta promessa se confirmou. É possível levar os FreeBuds SE em boa parte de um dia de trabalho. Carregando os fones durante o horário de almoço, ele consegue durar todo o expediente e mais os trajetos de ida e volta entre trabalho e casa.
Os fones levaram pouco menos de uma hora para recuperar toda a bateria na case. A caixinha de recarga, por sua vez, precisou de 1h30min para ir de 0 a 100% - com os fones, também esvaziados, dentro dela. É uma marca excelente.
Huawei FreeBuds SE: operação e aplicativo
Não há mistérios no controle dos Huawei FreeBuds SE. São permitidos apenas dois gestos na superfície sensível ao toque, um em cada lado dos fones.
Em ambos os casos, eles são ativados ao tocar duas vezes na "perna" do fone. Embora a sensibilidade seja boa, é preciso se acostumar um pouco para encontrar o local certo onde encostar o dedo.
O Huawei FreeBuds SE também tem detecção de uso no ouvido, com sensor infravermelho. Isso significa que, ao tirar um dos fones, a música pausa e, ao colocá-lo de volta, ela começa a tocar novamente.
A função é prática para quem precisa tirar os fones por poucos segundos para trocar uma ou duas frases com alguém, evitando que seja necessário pegar o smartphone e pausar manualmente o som. Ela funciona bem, e não tive problemas com a detecção no tempo em que usei os FreeBuds SE.
O aplicativo dos Huawei FreeBuds SE é o AI Life, desenvolvido pela própria fabricante. Ele pode ser baixado pela Play Store ou pela Huawei App Gallery, no Android, e pela App Store, no iPhone.
Por ser um fone barato, não há funções elaboradas aqui. É possível ver a carga de cada lado, da case, atualizar o firmware dos FreeBuds SE e configurar a função do toque.
Para ambos os fones, as opções são as mesmas: reproduzir/pausar, pular para a próxima música, voltar à música anterior e ativar o assistente de voz. Também pode-se escolher não ter nenhuma função para qualquer um dos fones.
Senti falta de funções mais elaboradas, como toque individual, toque triplo e tocar e segurar. Existindo a superfície sensível, vejo poucos motivos para não incluir mais modos de personalização.
Também não existe, aqui, um equalizador dedicado. Grande parte dos fones dão suporte a este tipo de função, Quem desejar fazer mudanças na sonoridade dos Huawei FreeBuds SE precisará de um aplicativo separado para isto.
Huawei FreeBuds SE é bom? Vale a pena? Quais as alternativas?
Há poucos fones na mesma faixa de preço dos FreeBuds SE. Isso é um acerto da Huawei, pois mostra investimento em uma parcela do mercado ainda pouco explorada.
Embora pelo valor original de R$ 279 seja um modelo apenas ok, caso você encontre os FreeBuds SE no preço promocional de R$ 225, eles são excelentes indicações de compra. É preciso ter em mente alguns fatores, como as poucas customizações e qualidade de som entre mediana e fraca. Nenhum dos concorrentes, porém, entrega conjuntos excepcionais.
Um destes modelos é o Buds Q2, da Realme. Por R$ 229 em promoção, ele é mais caro que o FreeBuds SE no preço regular. No entanto, o Q2 traz mais bateria nos fones, com oito horas por carga, e cancelamento ativo de ruídos. No entanto, o modelo da Huawei ganha na carga total, pois os da Realme têm apenas duas cargas e meia na case de carregamento.
A JBL, por sua vez, tem dois concorrentes aos FreeBuds SE. Saindo por R$ 229, o Wave 100 está próximo ao preço promocional, enquanto o Tune 125 custa R$ 309, perto do valor regular dos Huawei.
O primeiro traz resistência IPX2 contra respingos de água, podendo ser usado em uma chuva leve. É a única vantagem, porém: com cinco horas de bateria nos fones (e 15 na caixa), case sem tampa e conexão Bluetooth 5.0, menos avançada, o Wave 100 fica abaixo dos FreeBuds SE na maioria dos aspectos.
O Tune 125, no entanto, é mais competitivo. O tempo de uso é de oito horas nos fones, com mais três recargas na case - que, desta vez, tem tampa. A qualidade de som dos produtos JBL também costuma ser digna de elogios, mesmo nos modelos mais baratos.
Em resumo, minha opinião é de que os Huawei FreeBuds SE são bons fones pelo valor que cobram, algo que é raro de poder ser dito sobre qualquer eletrônico atualmente. Para quem não faz questão das funções mais avançadas ou qualidade de som extraordinária e quer apenas um fone sem fios que tenha bateria decente e conexão confiável, eles são uma grande compra.
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