Testamos: Galaxy M53, um intermediário com uma bela câmera

Smartphone da Samsung não traz grandes excessos para celulares intermediários, a não ser na câmera de 108 MP; Galaxy M53 tem preços a partir de R$ 1.799

05:55 | Out. 21, 2022

Por: Bemfica de Oliva
Samsung Galaxy M53 tem câmera de 108 MP e especificações intermediárias como principais pontos de venda (foto: Bemfica de Oliva)

Ainda que o mercado de smartphones no Brasil seja dominado por poucas fabricantes - em resumo, Samsung, Apple e Motorola -, o cenário global tem dezenas de marcas disputando a preferência do consumidor. Deste modo, soluções inovadoras das gigantes no País para combater a concorrência no exterior podem chegar até nós.

Um exemplo claro é o Galaxy M53, da Samsung. O principal argumento de vendas do aparelho é a câmera de 108 MP - que, no exterior, aparece em modelos de outras dez fabricantes. No Brasil, porém, apenas três destas vendem seus smartphones - e apenas a Motorola tem presença significativa no País.

Mercados fortemente competitivos, como Índia, China e Europa, acabam demandando que as grandes fabricantes se mexam mais que em cenários concentrados, como o Brasil. Como as empresas ganham na fabricação por escala, acabamos recebendo, indiretamente, os frutos dessa disputa.

Mas o que há no Galaxy M53 além da câmera de 108 MP? O restante do aparelho justifica a compra? Usei o smartphone da Samsung como meu celular principal nas últimas semanas e conto abaixo tudo o que descobri. Confira!

Sobre o review: a Samsung me enviou o Galaxy M53 para análise em 8 de agosto. O produto será devolvido após os testes. A fabricante não teve influência no conteúdo deste texto.

Parâmetros de comparação: meus celulares de uso cotidiano são um Galaxy Z Flip 3, também da Samsung, e um Realme 8 Pro. Durante os testes, também estive com outros dois aparelhos da Samsung: A53 e S22 Ultra.

Samsung Galaxy M53: especificações e disponibilidade

  • Tela: 6,7", Full HD+ (1.080 x 2.400 pixels, proporção 20:9), 120 Hz, Amoled, brilho de 800 nits
  • Câmeras: 108 MP com autofoco e estabilização ótica (principal), 8 MP (grande-angular), 2 MP (macro) e 2 MP (sensor de profundidade, não tira fotos); 32 MP (frontal)
  • Bateria: 5.000 mAh, carregamento cabeado de 25 W
  • Memória: 128 GB de armazenamento e 8 GB de RAM, na versão vendida no Brasil
  • Conexões: 5G, 4G, NFC, Bluetooth 5.2 e WiFi ac (sem fio), entrada USB-C (cabeado)
  • Processador: MediaTek Dimensity 900 (octa-core, 6 nm)
  • Acabamento: vidro na tela, traseira e moldura em plástico. Disponível em azul, verde e marrom.

No momento em que este texto era escrito, o Galaxy M53 podia ser encontrado, em promoção, por R$ 1.599 à vista. O preço regular, nas últimas semanas, é de R$ 1.799 à vista ou R$ 1.999 a prazo.

Samsung Galaxy M53: conteúdo da caixa e design

Feita de papel-cartão branco, a caixa do Galaxy M53 não tem luxos. Ou, dependendo de como você considerar a inclusão de um carregador ao comprar um celular, tem. Dentro dela vem o aparelho, cabo USB-C para USB-A, o adaptador de tomada e papéis como manual e garantia. Não há capa ou película de brinde.

O corpo do Galaxy M53 é de plástico, à exceção da tela de vidro. É um bom acabamento, sem um tom premium, mas dentro do esperado para a categoria. A traseira é fosca, mas deixa passar um certo reflexo, e o efeito visual é agradável.

Nela estão os quatro sensores traseiros do smartphone: 108 MP principal, 8 MP ultrawide, 2 MP macro e 2 MP para o modo retrato - este último não tira fotos. Eles estão em uma elevação quadrada no topo superior esquerdo, com o flash logo abaixo.

Na frente há a tela de 6,7", com a câmera de selfies em um orifício centralizado na parte superior. A borda inferior é mais grossa que as demais, mas não muito, e não chega a incomodar.

Na lateral esquerda há a bandeja para chips - dois de operadora, ou um SIM card e um cartão de memória. A direita traz o botão liga/desliga, com leitor de impressões digitais integrado, e os de volume. Acima há apenas o microfone secundário, enquanto na borda inferior ficam o microfone principal, o alto-falante e a entrada USB-C.

Samsung Galaxy M53: qualidade da tela

O display é do tipo Amoled, com resolução Full HD+ (1.080 x 2.400 pixels, em proporção 20:9) e taxa de atualização de 120 Hz. As opções disponíveis nas configurações são apenas 120 ou 60 Hz, não havendo a função de taxa adaptável, ao contrário de aparelhos mais caros.

Com 800 nits de brilho, a tela do Galaxy M53 tem boa legibilidade sob luz solar direta, embora não impressione. A reprodução de cores do painel é boa, assim como o contraste, e há como escolher os modos "natural" e "vívido" - este último permitindo configurar a temperatura de cor.

Samsung Galaxy M53: câmera

A câmera principal do Galaxy M53 vem com grandes números e grandes promessas. São 108 MP de resolução, o que gera certa expectativa sobre a performance do componente. Há também uma grande-angular de 8 MP, um sensor macro de 2 MP e um de profundidade, também com 2 MP - que não tira fotos. Na frente, são 32 MP.

Não dá para dizer que a câmera de 108 MP do Galaxy M53 é ruim, mas há limitações. Em resumo, ela funciona levemente melhor do que uma câmera habitual de smartphone intermediário.

Durante o dia há uma boa captura de luz, mas o nível de detalhamento não impressiona. À noite, é imprescindível usar o modo noturno para ter boas fotos. Este comportamento é esperado para a faixa de preço do Galaxy M53, mas decepciona considerando-se a resolução da câmera.

A lente grande-angular, com apenas 8 MP, não promete muito, e também entrega pouco. As folhagens saem com poucos detalhes, embora a reprodução de cores seja satisfatória. À noite, as imagens são ruins com o modo noturno ativado, e quase inutilizáveis sem ele.

A câmera de macro, como era esperado, está ali apenas para fazer número. A imagem é granulada e sem detalhamento satisfatório.

Nas selfies há dois modos: individual e em grupo. A câmera usada é a mesma, mas abre um pouco mais a imagem na segunda opção. Em ambos os casos, há um detalhamento satisfatório, mas o processamento da Samsung tende a exagerar na suavização de marcas faciais. O modo retrato, que é feito artificialmente, tem um desfoque bom, mas não perfeito: uma mecha do meu cabelo, que balançava com o vento, foi borrada junto com o fundo da foto.

Recentemente fiz um comparativo entre o M53 e dois outros celulares com câmeras de 108 MP. O resultado da disputa contra Galaxy S22 Ultra e Realme 8 Pro pode ser visto neste link.

Samsung Galaxy M53: bateria

A bateria é um ponto positivo do Galaxy M53. Ele não chega a ser econômico como o "irmão" da linha A - recentemente testado por O POVO -, mas consegue durar um dia de uso intenso sem problemas. Com frequência mediana, é possível chegar a dois dias.

Nos meus testes (30 minutos de jogos; três horas de internet, redes sociais e mensagens; uma hora de vídeos por YouTube e Netflix; e cinco horas de músicas pelo Spotify com a tela desligada), o aparelho chegou ao fim do dia com quase 40% de bateria. É uma marca respeitável, considerando que 5G, WiFi e Bluetooth estavam ligados o tempo todo.

A recarga levou pouco mais de duas horas e meia para ir de 0 a 100%, com um adaptador de 25 W da Samsung. Em termos técnicos, a capacidade da bateria é de 5.000 mAh. Não há carregamento sem fio no Galaxy M53.

Samsung Galaxy M53: sistema, performance e conexões

O sistema do Galaxy M53 é a mesma OneUI de todos os aparelhos Samsung lançados de 2019 para cá. A interface está na versão 4.1, rodando por cima do Android 12.

O processador Dimensity 900 é intermediário, atendendo à maioria das necessidades dos usuários habituais. Ele aguenta uma boa parte dos jogos, sem usar gráficos na qualidade máxima, e roda sem engasgos aplicativos mais básicos, como redes sociais, streaming e mensagens. Os 8 GB de memória RAM ajudam a ter poucas reinicializações de apps.

Em jogos, o desempenho foi como esperado: nas configurações máximas, Asphalt 9 e Free Fire rodaram sem engasgos. Os títulos, embora populares, não demandam especificações de última geração para rodar a contento.

Algo que me desagradou no Galaxy M53 foi o leitor de impressões digitais, que não tem boa precisão. Meu Z Flip 3, que usa um sensor similar, também embutido no botão liga/desliga, tem performance superior. Quando ele reconhece corretamente o dedo, porém, o desbloqueio é rápido.

O Galaxy M53 conta com conexão 5G, embora poucos locais no Brasil tenham ativado as redes de quinta geração. É possível, nas configurações, escolher apenas redes 4G, para economizar bateria.

Conclusão: Samsung Galaxy M53 é bom? Quais as alternativas?

No atual preço de R$ 1.599, o Galaxy M53 é imbatível. Não há aparelhos nesta faixa de preço que consigam competir em termos de performance, tela e, principalmente, câmera. No valor regular de R$ 1.799, porém, ou no parcelamento por R$ 1.999, há algumas opções interessantes.

No entanto, farei diferente do habitual nesta seção: como o valor é idêntico ao Galaxy A53, recomendo a leitura da conclusão daquele review para avaliar os concorrentes no quesito preço. Abaixo, listarei smartphones com 108 MP de câmera, uma vez que este é o maior destaque do aparelho.

Antes de entrar em detalhes sobre concorrentes mais ou menos diretos, cabe aqui listar outro celulares com câmera de 108 MP, mas cujo preço é muito acima do cobrado pelo M53. São eles: Galaxy Note 20 Ultra, S20 Ultra, S21 Ultra e S22 Ultra, da Samsung; Edge S30, Edge Plus, Edge 20 Pro e Edge 30 Ultra, da Motorola; e Redmi Note 10 Pro, Redmi Note 11 Pro, Redmi Note 11 Pro 5G, Mi 11 5G e 12 Lite 5G, da Xiaomi. Quem busca smartphones com câmera de altíssima resolução, e pode desembolsar a mais por outras funções avançadas, deve procurar estes modelos.

Os celulares intermediários com câmera de 108 MP também representam um nicho significativo. A principal concorrente da Samsung neste segmento, no Brasil, é a Motorola, embora Xiaomi e Realme também ofereçam produtos similares.

Dentro de casa, por fim, também há concorrência. O Samsung Galaxy A73 é um modelo muito parecido com o M53 em diversas funcionalidades. As outras câmeras traseiras do A73, porém, são melhores: a ultrawide vai a 12 MP, enquanto macro e sensor de profundidade são de 5 MP. A de selfies é idêntica.

O processador Qualcomm Snapdragon 778G do Galaxy A73 é mais potente, mas não por uma margem muito ampla. Por fim, o design dos aparelhos é bem distinto - embora seja uma questão de preferência pessoal, arrisco dizer que o A73 vai agradar a mais pessoas. O preço é mais alto: R$ 2.249 à vista, ou R$ 2.499 a prazo.

Na Motorola são quatro opções. Iremos por ordem de preço, começando pelo Moto G60, que parte de R$ 1.899 à vista, ou R$ 1.999 a prazo. A única vantagem concreta do G60, no entanto, é a bateria, de 6.000 mAh. Todos os outros componentes são iguais ou melhores no M53.

Por R$ 1.799 à vista ou a prazo, o Edge 20 Lite é o segundo concorrente da Motorola ao Galaxy M53. A tela Oled, com um bilhão de cores, é mais vívida, mas perde na taxa de atualização de 90 Hz. O processador MediaTek Dimensity 720 também é pior que o do M53, e há 6 GB de memória RAM contra 8 do Samsung. O carregamento, porém, é mais rápido, com 30 W de potência.

Com R$ 1.999 à vista ou a prazo, é possível levar para casa o Edge 20 regular. A tela Oled mantém o um bilhão de cores do Lite, mas vai a 144 Hz, ultrapassando os 120 do Samsung. As câmeras secundárias são melhores: a ultrawide tem 16 MP, e há uma teleobjetiva de 8 MP, ausente no M53. Não há macro no Motorola, mas o sensor de 2 MP do Samsung é virtualmente inútil.

Também ficam a favor do Edge 20 a moldura de alumínio, o processador Snapdragon 778G e a recarga de 30 W. A bateria, com apenas 4.000 mAh, vai precisar desse bônus na potência de carregamento.

Fechando a lista da Motorola está o Moto G200, por R$ 2.564 à vista ou R$ 2.699 a prazo. Embora a tela atualize a 144 Hz, ela é do tipo LCD, menos vívida. A câmera ultrawide tem 13 MP, e a recarga da bateria de 5.000 mAh é feita a 33 W.

A maior vantagem, porém, é o processador: em vez de usar um intermediário de 2021, o Moto G200 vem com o Snapdragon 888+, topo de linha do ano passado. Tudo isso, no entanto, tem um preço: quase R$ 1.000 a mais que o valor promocional do M53.

Fechando os concorrentes está o Redmi Note 11S, da Xiaomi. Por R$ 2.599 à vista ou R$ 2.999 a prazo, ele quase não foi incluído na lista - no exterior, os modelos da Xiaomi apresentam preços bem mais competitivos que no Brasil.

Ele também não traz grandes vantagens: as câmeras traseiras são iguais, e a frontal é pior (16 MP contra 32 MP do Samsung). A tela Amoled atualiza a 90 Hz, menos que o M53, e o processador também é pior, sendo um Helio G96, da MediaTek. Há apenas 6 GB de RAM.

A favor do Redmi Note 11S estão a recarga, de 33 W, e a excelente política de atualizações da Xiaomi. O armazenamento interno, do tipo UFS 2.2, também é levemente mais rápido que o do Galaxy M53.

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