Explosão de raios gama pode ser a mais poderosa já detectada no Universo

Fenômeno pode ter relação com o nascimento de um novo buraco negro. A explosão foi observada pela primeira vez por telescópios em órbita da Terra no dia 9 de outubro

14:48 | Out. 16, 2022

O Telescópio de Raios-X Swift capturou o brilho de GRB 221009A cerca de uma hora depois de ter sido detectado pela primeira vez. Os anéis brilhantes se formam como resultado de raios-X espalhados por camadas de poeira não observáveis ​​dentro de nossa galáxia que se encontram na direção da explosão. A linha vertical escura é um artefato do sistema de imagem (foto: NASA/Swift/A. Beardmore (Universidade de Leicester))

Observatórios em todo o mundo detectaram na última semana uma explosão de radiação extremamente energética descrita como podendo ser a mais poderosa já detectada no Universo. 

O evento, detectado pela primeira vez em 9 de outubro , foi tão brilhante que inicialmente foi confundido com um evento mais próximo da Terra. Inicialmente chamado de Swift J1913.1+1946, foi interpretado como um breve flash de raios-X de uma fonte não muito distante.

Após análise mais aprofundada, os astrônomos descobriram a verdadeira natureza do brilho: uma explosão de raios gama, agora renomeada GRB221009A.

A Nasa, a agência aeroespacial dos Estados Unidos, explica que "o sinal, originário da direção da constelação de Sagitta, viajou cerca de 1,9 bilhão de anos para chegar à Terra".

Os astrônomos acreditam que a explosão surgiu do nascimento de um novo buraco negro, que se formou no coração de uma estrela massiva em colapso sob seu próprio peso. "Nestas circunstâncias, um buraco negro nascente impulsiona jatos poderosos de partículas que viajam perto da velocidade da luz. Os jatos perfuram a estrela, emitindo raios-X e raios gama à medida que fluem para o espaço", observa a Nasa.

Essa explosão de raios gama - forma mais intensa de radiação eletromagnética - foi observada pela primeira vez por telescópios em órbita da Terra no domingo passado, 9 de outubro, e a luz residual continua sendo estudada por cientistas de todo o mundo.

O flash liberou fótons com um recorde de 18 teraelétron-volts de energia. Segundo a Nasa, "a luz desta antiga explosão traz consigo novos insights sobre o colapso estelar, o nascimento de um buraco negro, o comportamento e a interação da matéria perto da velocidade da luz, as condições em uma galáxia distante – e muito mais".