Testamos: Huawei Band 7 é uma smart band além do básico
Sexta geração da pulseira inteligente da Huawei custa pouco e tem tela maior que a maioria dos concorrentes, além de funcionalidades acima da média da categoria
12:33 | Ago. 20, 2022
A Huawei lançou no Brasil, no começo deste mês, a pulseira inteligente Huawei Band 7. A sexta geração do produto (a Band 5 foi lançada pela Honor, então subsidiária da Huawei, hoje uma empresa separada) aprimora o design de sua predecessora e traz algumas novidades.
Mas como ela se compara à competição? É uma boa compra? Testei a Huawei Band 7 nos últimos dias e conto abaixo tudo o que descobri. Confira!
Sobre o review: a Huawei me enviou a Smart Band 7 para análise em 8 de agosto. O produto foi cedido por doação. A fabricante não teve influência no conteúdo deste texto.
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Huawei Band 7: especificações e disponibilidade
- Tela: 1,47", Amoled, 194 x 368 pixels
- Construção: corpo em fibra de polímero, pulseira em silicone
- Sensores: acelerômetro, giroscópio, batimentos cardíacos, oxigenação sanguínea
- Bateria: 180 mAh, carregamento magnético
- Proteção: 5 ATM (50 metros de água doce). Não há certificação IP.
- Conexões: Bluetooth 5.0 LE
- Interface: Huawei HarmonyOS 2, interação por toque e botão lateral
A Huawei Band 7 custa R$ 399 no Brasil. No lançamento, o preço promocional era de R$ 349, mas o valor durou apenas até 14 de agosto.
Huawei Band 7: conteúdo da caixa e design
A caixa da Huawei Band 7 inclui a pulseira inteligente, o cabo de carregamento magnético e só. Não espere brindes aqui, é uma compra sóbria e direta. Na parte da papelada inclusa, há o certificado de garantia e um manual de instruções.
O corpo não aparenta fragilidade ou tem materiais baratos, mas também não passa a impressão de um produto premium. O acabamento em fibra de polímero imita metal (e convence), mas é plástico. A pulseira é em silicone de boa qualidade.
Apesar de ter uma tela maior que outras smart bands, a Huawei Band 7 não passa uma sensação incômoda no pulso. Com espessura de 9,99 mm, e apenas 16 gramas (sem a pulseira), é fácil de esquecer que se está usando o produto. A faixa de silicone alinha bem com a moldura lateral, e esta com vidro 2,5D da tela, dando uma sensação de continuidade ao toque.
A Huawei Band 7 está disponível em quatro cores: preto, ouro rosé, verde e vermelho. As pulseiras usam tonalidades similares ao corpo. Apenas as versões preta e rosa chegaram ao Brasil. A unidade de testes veio no segundo tom.
Embora a pulseira seja intercambeável, com um mecanismo na parte de baixo para remoção, a Huawei ainda não vende o acessório separadamente. O fechamento é similar a relógios normais e há um anel para que a parte restante após o fecho não fique balançando livremente.
A frente da Huawei Band 7 é toda preta, em todas as cores. Este lado abriga a tela e bordas significativas, que podem incomodar quem prefere um aspecto mais limpo.
Na lateral direita fica o único botão físico da Huawei Band 7. Na traseira estão os pinos do carregamento magnético, o mecanismo para trocar a pulseira e o sensor de batimentos cardíacos.
Huawei Band 7: tela
O maior diferencial da Huawei Band 7, com certeza, é o tamanho da tela. Com 1,47", ela é maior que quase todas as opções do mercado - no Brasil, apenas a Xiaomi Smart Band 7 é similar, mas os formatos diferentes (oval na Xiaomi, retangular na Huawei) tornam difícil a comparação.
Isso faz com que a Huawei Band 7 fique num território limiar: é maior que uma smart band tradicional, mas menor que um smart watch. O painel é do tipo Amoled, com bom contraste, excelente reprodução de cores e legível sem dificuldades mesmo sob luz solar intensa.
Há cinco intensidades para a luz, mas não existe sensor de luminosidade para ajustar automaticamente a iluminação. Há, no entanto, uma opção para reduzir o brilho durante a noite.
Huawei Band 7: sistema e interface
A pulseira roda o HarmonyOS, sistema operacional próprio da Huawei. Em celulares, ele é basicamente uma versão do Android sem serviços do Google. A fabricante, no entanto, usa o nome em diversos tipos de produto.
Escrevi "usa o nome" e não "usa o sistema" propositalmente. Ao que tudo indica, a Huawei Band 7 usa um sistema operacional de tempo real (Real-Time Operational System, RTOS), igual a qualquer smart band do mercado, com os pros e contras desta escolha. No entanto, o sistema tem o mesmo nome que o usado em smartphones.
O sistema tem pontos bons e ruins. Durante meu uso, ele se mostrou estável e confiável, sem travamentos ou reinícios inesperados. As animações, porém engasgaram com frequência, e muitas vezes foi preciso esperar um ou dois segundos para uma ação realizada (como um toque na tela) fazer o efeito desejado.
O botão lateral leva à tela inicial e, quando nesta, ao menu com as funções da pulseira. Caso a opção de levantar para ligar a tela esteja desativada ou falhe (o que acontece com relativa frequência), ele também pode ser usado para acender o display. O botão, no entanto, não pode ter a função personalizada.
Da tela inicial, deslizar para a direita ou para a esquerda leva aos "favoritos", que são até cinco das funcionalidades da Huawei Band 7. Nas configurações é possível adicionar, remover e reordenar os favoritos, entre as seguintes opções: batimentos cardíacos, oxigenação sanguínea, clima, controle de música, atividades físicas, monitoramento de sono e monitoramento de stress. Falaremos mais delas mais à frente.
Deslizar para cima, também na tela inicial, mostra as notificações. Alguns aplicativos permitem respostas pré-definidas, que podem ser configuradas no aplicativo Huawei Health. Ao fim da lista há um botão para limpar as notificações.
Deslizando para baixo há uma tela com configurações rápidas: manter a tela ligada por cinco minutos, encontrar o celular, modo "não perturbe", despertador e configurações. Também é exibida a carga de bateria da pulseira. Por fim, deslizar para a direita em qualquer menu volta para a tela anterior.
À época do lançamento na China, o suporte da Huawei prometeu que a Band 7 receberia suporte a aplicativos de terceiros. Até o momento isso não ocorreu, mas a funcionalidade pode chegar em uma atualização futura.
As watch faces (designs para a tela inicial) podem ser configuradas na própria Band 7, e baixadas pelo aplicativo Huawei Health. Muitas delas incluem widgets, que exibem dados de sensores da pulseira, como quantidade de passos, calorias queimadas ou batimentos cardíacos.
Há, por fim, uma watch face chamada "Galeria", que permite inserir fotos de plano de fundo, e exibe apenas data e hora.
Algumas coisas no sistema da Huawei Band 7 me desagradaram. A primeira é sobre a função Always-on Display (AOD), que mantém a tela ligada permanentemente, com informações básicas como horário e em um modo de baixo consumo de energia. Algumas watch faces incluídas pela Huawei por padrão apresentam AOD correspondente, mas outras não. Ao baixar uma watch face nova pelo aplicativo, não é possível saber se ela inclui um AOD ou não.
Outra questão é a responsividade. Como disse acima, com certa frequência a tela não acendeu ao levantar o braço, mesmo com essa opção ativada. A demora entre tocar na tela e a ação correspondente ser realizada também me incomodou, assim como as animações pouco fluidas.
Há também a questão dos despertadores, que não sincronizam com o celular. Quem possui diversos alarmes para atividades ao longo do dia precisará configurá-los separadamente na Huawei Band 7.
Por fim, nem todas as notificações exibem os ícones corretos. Alguns aplicativos mais comuns, como WhatsApp e Instagram, aparecem sem problemas. Outros, como aplicativos de e-mail, mostram um ícone genérico. A baixa quantidade de aplicativos que suportam respostas rápidas também é um ponto negativo.
Huawei Band 7: monitoramento e aplicativo
A Huawei promete acompanhar quase 100 tipos de exercícios físicos diferentes com a Band 7. Embora eu não tenha chegado nem perto deste número, usei com frequência as medições de batimentos cardíacos, oxigenação sanguínea, e os monitoramentos de sono e de estresse.
Há também lembretes para quando você está há muito tempo sem se mexer, com um aviso "fique de pé e se movimente". O giroscópio e o acelerômetro incluídos permitem monitorar, além das atividades físicas, a quantidade de passos dados por dia.
Todas as funções atuam de forma consistente, e alguns modos incluem truques adicionais. O monitoramento de sono, por exemplo, dá uma "pontuação" para a qualidade do tempo dormindo. O sistema analisa os tempos de sono leve, REM, profundo e também cochilos durante o dia, comparando com os dados de outros usuários. Também há dicas, no Huawei Health, para melhorar a qualidade do sono.
O aplicativo Huawei Health também é onde são feitas as configurações e exibidas informações que a fabricante considerou extensas demais para a tela diminuta da smart band. Isso inclui pareamento com o smartphone, baixar watch faces, e dados detalhados das atividades físicas e sensores.
Na primeira instalação, o aplicativo não detectou a Huawei Band 7. Precisei desinstalar a versão baixada da Play Store e usar uma fornecida pela Huawei. Por fim, a smart band precisou de três updates antes de ficar pronta para uso. As atualizações, embora não sejam grandes, demoraram para ser baixadas e instaladas. Após isso, tudo correu tranquilamente.
A maioria das watch faces - segundo a Huawei, são mais de 8 mil, mas não cheguei a contar - é paga, e muitas delas cobram caro pelas funções e design que oferecem. Há, porém, boas watch faces gratuitas.
Pelo aplicativo, também é possível se inscrever no serviço Huawei Healthy Living, que usa os dados da Band 7 e informações como idade e peso para sugerir hábitos de vida mais saudáveis, com metas como tempo de sono e quantidade de passos por dia. As possibilidades de customização, no entanto, são poucas: esta jornalista trabalha no turno da madrugada, mas o Healthy Living permitia colocar horas de acordar e dormir, respectivamente, apenas de manhã e à noite. Deste modo, não tive como testar a funcionalidade.
Um ponto que realmente me frustrou no Huawei Health é que o aplicativo não permite mudar o nome dos equipamentos. Fiquei presa com um pouco amigável "Huawei Band F-33 LEA B-19", sem poder mudar para "pulseira de Bemfica" ou algo mais fácil de ler.
Também houve uma situação peculiar: no primeiro dia, fiz uma leitura de pressão arterial - que deu 128/88 (ou 13/9). Ao tentar acompanhar essa informação em outros dias, porém, o aplicativo indicou que não havia aparelhos capazes de fazer a medição. Não sei se um bug permitiu a leitura com valores aleatórios no primeiro dia, ou se um bug impediu a leitura nas outras ocasiões. De toda forma, foi um comportamento inconsistente.
Huawei Band 7: duração da bateria
Aqui, provavelmente, é onde eu divirjo da maioria das análises do produto. A Huawei promete dez dias de uso intenso na Band 7, ou até duas semanas com o monitoramento contínuo de batimentos cardíacos desativado. Eu não consegui chegar sequer perto de nenhuma destas durações.
No primeiro dia, carreguei a Huawei Band 7 até encher a bateria. Ao chegar em casa, ela estava com 80%. Imaginei que pudesse ser as configurações e atualizações feitas para começar o uso. Mas, conforme a semana passou, o padrão de 20% a menos de bateria diariamente se manteve. Deste modo, precisei carregá-la após apenas cinco dias de uso. No momento de escrita desta análise, dois dias após a segunda carga, a pulseira acusa 55% de bateria.
Aqui é importante pontuar que tenho mais de uma dezena de grupos de trabalho, e recebo centenas de e-mails de assessorias de imprensa diariamente. Deste modo, a parte de notificações - que acende a tela e vibra, gastando uma bateria significativa - trabalhou mais que a média da maioria dos usuários. No entanto, não usei as funções de atividades físicas para além da contagem de passos, tampouco deixei o AOD ativado.
Antes de escrever este texto, li alguns reviews da Huawei Band 7 e todos elogiavam a boa duração de bateria da pulseira. Procurei a Huawei antes de publicar o review para compartilhar esta preocupação. A empresa dedicou uma equipe da área de pesquisa para avaliar o caso, e entendeu que meu uso se enquadra além dos cenários mais intensos divulgados.
Segundo a assessoria de imprensa da Huawei, a duração de dez dias acontece com monitoramento cardíaco ligado continuamente, monitoramento de sono durante a noite, 60 minutos de atividade física por semana, cerca de 60 notificações (50 mensagens, seis ligações e três alarmes) por dia e 500 acionamentos da tela. À exceção das atividades físicas, de fato usei a pulseira com mais intensidade que estes parâmetros.
Pelo lado positivo, a bateria enche realmente rápido. Em meia hora, a carga foi de 0 a 100%. Como a Huawei Band 7 usa uma conexão de 5 V/1 A, qualquer porta USB de computador, ou carregador simples, dá conta da recarga.
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Huawei Band 7: conclusão e alternativas
Após uma semana de testes, eu realmente gostei da Huawei Band 7. Obviamente ela tem falhas, como o suporte limitado a notificações, travamentos na interface e (para o meu caso) a bateria que dura pouco. Mas também apresenta vantagens.
A ampla diversidade de watch faces é uma delas. Mesmo tendo que pagar pela maioria dos designs, é inegável que há opções para todos os gostos. Se você prefere simplicidade e minimalismo, ou algo que mostre todas as informações e sensores, haverá uma alternativa.
Os lembretes de movimentação também são um bom toque. Embora eu não os tenha seguido tanto quanto recomendável, é uma função simples, que pode dar um ganho significativo na saúde do usuário. Eu sugeriria adicionar um lembrete para tomar água, visto que muitas pessoas, se perdendo nas atividades cotidianas, esquecem de manter um nível adequado de hidratação.
Por fim, após a configuração inicial, é muito fácil de usar a Huawei Band 7. Quem pretende dar um presente relativamente barato, em termos de eletrônicos, tem na pulseira uma excelente opção.
A facilidade de uso e a tela maior que a média fazem da Huawei Band 7 uma potencial ajuda a pessoas mais velhas, ou com saúde debilitada. Neste sentido, uma função de contatos de emergência, que mandasse avisos automáticos caso detectasse anomalias na frequência cardíaca, por exemplo, seria uma boa adição.
Há pouca competição para a Huawei Band 7, especialmente no Brasil. No exterior, a Xiaomi oferece a Smart Band 7 e a Smart Band 7 Pro, que custam um pouco mais. A primeira oferece funções similares, na tela com formato ovalado. A segunda, embora mais avançada e com materiais melhores, é quase 50% mais cara. Apenas o modelo menor está disponível no Brasil, e com preço superior ao da pulseira da Huawei.
Na última segunda-feira, 15, a Xiaomi lançou, no Brasil, a Amazfit Band 7. O acessório tem formato similar à Huawei Band 7 (a tela, inclusive, tem a mesma 1,47") e a bateria promete maior duração (18 dias de uso intenso ou 28 dias em modo econômico), mas há muito menos modos de atividades físicas disponíveis e o peso é mais que o dobro. O preço, no entanto, é menor: R$ 309.