Review: Samsung Odyssey G7 é um monitor ótimo para jogos e trabalho

Modelo da Samsung tem 27", proporção 16:9 e resolução QHD, trazendo suporte a tecnologias como G-Sync, FreeSync e QLed; Odyssey G7 pode ser encontrado por cerca de R$ 4.000

Com a pandemia de coronavírus, as atividades do cotidiano se concentraram, para grande parte das pessoas, dentro de casa. Quem passa muito tempo de trabalho, estudo e lazer no computador, portanto, pode ter sentido a necessidade de melhorar os equipamentos que usa, seja com upgrade de peças ou novos periféricos.

Ainda que não seja este o público-alvo principal, a linha de monitores gamer Odyssey, da Samsung, pode ser atrativa para quem tem disposição - e dinheiro - para gastar uma quantia razoável e ter produtos de ponta melhorando a produtividade para home office, EaD e também na hora da diversão.

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Estive testando o modelo intermediário da família, o Odyssey G7, nas últimas semanas. Ele tem 27", taxa de atualização de 240 Hz, resolução 2.560x1440 pixels (16:9), tempo de resposta de 1 ms e curvatura 1000R, além da tecnologia QLed para melhorar a qualidade da imagem. Conto abaixo o que achei do equipamento.

O monitor foi enviado por empréstimo pela Samsung e será devolvido ao fim da análise. A fabricante não teve influência no conteúdo deste texto.

Odyssey G7: Unboxing

O Odyssey G7 vem em uma caixa consideravelmente grande, e não poderia ser diferente. Como a tela é curva, as 27 polegadas do monitor precisam de um espaço físico generoso para transporte. Na mesa também: a minha estação de trabalho em casa quase não abarcou o monitor junto com meu notebook.

Ele traz na caixa, além da tela, suportes para mesa e parede, fonte de energia e um cabo DisplayPort, que deve atender quem tem computadores desktop. Meu notebook, apenas com entrada HDMI, precisou de um cabo além do enviado pela Samsung. Há também um cabo USB 3.0, com uma ponta tipo A (para ligar no computador) e uma tipo B (que é ligada no monitor).

Odyssey G7: Design/conexões

Samsung Odyssey G7: traseira do monitor gamer tem um círculo iluminado e conexões HDMI (1), USB 3.0 (2) e DisplayPort (2), além de entrada para fones de ouvido ou caixa de som
Samsung Odyssey G7: traseira do monitor gamer tem um círculo iluminado e conexões HDMI (1), USB 3.0 (2) e DisplayPort (2), além de entrada para fones de ouvido ou caixa de som (Foto: Bemfica de Oliva)

Falando em cabos, as conexões do monitor dão conta do recado. Ele tem duas entradas DisplayPort 1.4, uma HDMI 2.0, duas USB 3.0 e uma de 3,5 mm para fones de ouvido ou caixas de som, além do plug para a fonte de alimentação. Eu não teria achado ruim mais duas portas USB ou uma HDMI adicional, mas o oferecido pela Samsung está de bom tamanho. Há uma tampa enviada junto com o G7 para cobrir a parte onde ficam os cabos, mas achei a abertura muito pequena para passar todas as conexões, e preferi usar sem o acessório.

Em termos de design, a tela curva agrada bastante. Além do fator conforto visual, que é inegável em displays desse tipo, para quem é acostumado com telas planas há o fator novidade. Na parte de trás, um círculo de LEDs torna inegável o apelo ao público gamer - há também dois triângulos iluminados na parte de baixo do monitor. As cores das luzes podem ser trocadas no painel de configurações do monitor.

As bordas não são extremamente finas, mas também não chegam a atrapalhar. Com o corpo todo em preto, a parte física do Odyssey G7 não gera poluição visual nem distrações do conteúdo exibido.

Samsung Odyssey G7: frente do monitor gamer tem bordas finas e detalhes em LED que não atrapalham a visualização do conteúdo
Samsung Odyssey G7: frente do monitor gamer tem bordas finas e detalhes em LED que não atrapalham a visualização do conteúdo (Foto: Bemfica de Oliva)

O que deve incomodar uma parcela significativa dos potenciais clientes é a base do Odyssey G7. Ela é muito grande, consistindo em dois "pés" que saem da coluna central, que é ligada ao monitor, e precisa de mesas consideravelmente grandes para que o produto seja usado sem precisar mudar de lugar vários objetos, especialmente para quem usa notebook e pretende manter um setup de duas telas.

Outro ponto é que, apesar do tamanho, a base não evita que o Odyssey G7 balance. Muito. Mesmo ao digitar há uma tremida considerável na tela, e quem tem o hábito de balançar as pernas enquanto usa o computador, por exemplo, vai se deparar com o monitor mexendo bastante na vertical. Apesar disso, a base segura o G7 no lugar, então não há risco de o equipamento cair no chão, por exemplo.

Fechando, a fonte de energia é grande, do tamanho das usadas em notebooks mais antigos ou em modelos gamer. Não seria exatamente um problema, se a base já não fosse bem ampla por si só, então é bom ter isso em mente.

Cores, brilho e qualidade de imagem do Odyssey G7

Samsung Odyssey G7: contraste do monitor gamer permite reprodução de cores muito mais fiel e detalhada
Samsung Odyssey G7: contraste do monitor gamer permite reprodução de cores muito mais fiel e detalhada (Foto: Bemfica de Oliva)

A Samsung promete, no Odyssey G7, brilho típico de 350 nits e pico de 600 nits em locais específicos da tela, no uso do HDR. De fato, a iluminação é excelente, não deixando a desejar mesmo em dias de sol bem forte.

Para levar o teste ao limite, reproduzi o terceiro episódio da oitava temporada de Game of Thrones, "The Long Night". Conhecido como "o episódio mais escuro" da série, ele foi propositalmente filmado com cenas de pouquíssima iluminação. Lembro que, ao assistir a transmissão original, pela televisão, de fato era difícil distinguir muita da ação que acontecia na maioria das cenas.

Ao pegar uma versão apropriada para a tela HDR do Odyssey G7, porém, com 10 bits e resolução 2160p, não tive nenhuma dificuldade em ver tudo o que acontecia em cada momento do episódio. Acima está uma foto da tela do meu notebook lado a lado ao G7, pausados no mesmo frame do episódio, dando uma noção da diferença nas cores e no contraste.

Performance, jogos e trabalho no Odyssey G7

Começo, obviamente, falando da qualidade do Odyssey G7 para jogos. Com taxa de atualização de 240 Hz, tempo de resposta de 1 ms e suporte às tecnologias G-Sync, da NVidia, e FreeSync, da AMD, o esperado era que o monitor entregasse bons resultados.

Houve, porém, uma limitação desta própria jornalista: meu computador, ainda que bem além do básico, não tem capacidade para rodar a maioria dos jogos em 120 frames por segundo, na resolução do G7. Deste modo, o máximo que consegui alcançar foram 144 fps em Full HD ou 72 em QHD.

Configurações da máquina usada para o teste (Acer Nitro 5):

  • Processador: Core i7 9750H (mobile), 6 núcleos (12 threads) a 4.5 GHz
  • Placa de vídeo: GeForce GTX1650, 4GB VRAM GDDR5
  • Armazenamento: SSD NVMe Adata XPG SX8200, PCIe Gen 3x4
  • RAM: 24GB (16GB SMART + 8 GB HP), DDR4 2.6667 MHz
  • Sistema: Windows 10 Pro

Samsung Odyssey G7: em jogos, a tela do monitor gamer, com taxa de atualização de  240 Hz e tempo de resposta de 1ms, traz ganhos significativos
Samsung Odyssey G7: em jogos, a tela do monitor gamer, com taxa de atualização de 240 Hz e tempo de resposta de 1ms, traz ganhos significativos (Foto: Bemfica de Oliva/Reprodução/Microsoft)

Ainda que estejamos falando de um monitor topo de linha, quem pretende comprá-lo para complementar um setup já existente, por exemplo, também não deve ter preocupações com a questão da framerate. O desempenho máximo só deve ser atingido em computadores que tenham, pelo menos, uma placa de vídeo RTX série 20, da NVidia, ou equivalentes da AMD.

Caso você esteja neste grupo, porém, a dica é: use o cabo DisplayPort que vem na caixa, e um DisplayPort adicional, para atingir as especificações de resolução e taxa de atualização máximas. Para quem tem componentes menos parrudos no computador, o suporte às tecnlogias G-Sync, da NVidia, e FreeSync, da AMD, ajustam a taxa de frames da tela à capacidade da placa de vídeo naquele momento.

De toda forma, a experiência de uso do Odyssey G7 em jogos foi excelente. A imagem é fluida, sem distorções, com excelente reprodução de cores e tempo de resposta. Nada abaixo do esperado para um produto da categoria. Para quem curte jogos que demandam esse tipo de performance, como shooters ou corrida, o monitor atende perfeitamente às expectativas.

Vou trazer, também, um outro lado do Odyssey G7. Tendo um notebook como computador de trabalho, usar duas telas me trouxe um ganho de produtividade imenso. Em tempos de trabalho presencial, a primeira coisa que faço ao chegar à redação é justamente ligar o computador em um dos monitores da empresa, mas estando em home office há mais de um ano acabei sofrendo bastante nesse aspecto.

Por isso, quando a Samsung me contatou para empréstimo do monitor, eu já saberia que as semanas seguintes seriam de melhorias significativas no trabalho. O que eu não esperava era que fosse fazer tanta diferença por um detalhe fundamental: o Odyssey G7 não apenas tem a tela giratória, como também o processo é extremamente fácil comparado a outros monitores do tipo que já usei, geralmente voltados ao mercado corporativo.

É literalmente alterar a orientação para modo retrato nas configurações do sistema e, sem esforço, girar a tela - tomando o cuidado de não ter objetos abaixo dela. Mais fácil que isso, só se houvesse rotação automática.

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Para quem trabalha com programação, redes sociais ou, como eu, escrevendo textos, um monitor vertical é imbatível em produtividade. Se ele estiver em altura e distância adequadas, a curvatura da tela não será um problema, embora, no meu caso, com a tela muito próxima devido ao tamanho limitado da mesa, ficar olhando para a parte superior às vezes foi cansativo.

Portanto, mesmo não sendo ultrawide como os irmãos G5 e G9, um caso de uso para o qual eu recomendo fortemente o Odyssey G7 é quem já tem uma tela, seja integrada ao notebook ou em um desktop, e deseja aumentar a produtividade com um produto que pode também suprir as necessidades de entretenimento com tranquilidade.

Conclusão e alternativas ao Odyssey G7: vale a pena?

É importante começar lembrando um detalhe: O Odyssey G7 não é um monitor barato. Ele entrega especificações de ponta e cobra por isso: ele é encontrado no varejo online por cerca de R$ 4.300, embora em promoções já tenha chegado a R$ 3.800.

Portanto, é óbvio que não é um monitor para qualquer público. A intenção da Samsung com o G7 é atrair quem pretende ter performance excelente em jogos, com especificações como a taxa de atualização de 240 Hz e o tempo de resposta de 1 ms. O foco aqui são jogadores profissionais ou aqueles que, mesmo sendo casuais, querem o melhor equipamento que o dinheiro pode comprar.

Os concorrentes que talvez mais se encaixem na mesma proposta são o Predator XB271HU, da Acer, e o AG271QG, da AOC. Embora o Acer, com o painel IPS, e o AOC, com display de LED, possam entregar imagem com qualidade superior ao painel VA do Odyssey G7, ambos trazem limitações, como serem planos e terem taxa de atualização de 144 Hz (165 Hz no AOC, com overclock, mas o padrão é 144 Hz) e tempo de resposta de 4 ms.

Ambos os concorrentes estão na mesma faixa de preços do Odyssey G7, e entregam menos. Pela minha visão, o produto oferecido pela Samsung é o melhor disponível na categoria no Brasil, tanto em especificações quanto em custo-benefício

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