Microsoft estaria negociando compra do TikTok
Rede social de vídeos atualmente é da ByteDance, que sofre acusações de compartilhar dados com o governo chinês
23:42 | Jul. 31, 2020
A Microsoft, conhecida pelo sistema operacional Windows e pelos programas de escritório Office, estaria interessada em comprar o TikTok, rede social de vídeos curtos. A informação foi revelada pelo canal estadunidense Fox Business após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar a jornalistas que poderia bloquear o funcionamento do aplicativo no país.
O dado teria sido repassado por "uma fonte anônima diretamente ligada ao assunto". A venda do TikTok seria uma medida da ByteDance, atual dona da rede social, para apaziguar os ânimos referentes ao uso do aplicativo, que vem sendo acusado de enviar informações de usuários para o governo chinês.
O governo dos EUA tem considerado o TikTok uma ferramenta de espionagem com base nessas alegações, embora não tenha apresentado evidências. A ByteDance, por sua vez, diz que sequer os servidores da rede social ficam na China, e recentemente contratou o estadunidense Kevin Mayer, ex-executivo da Disney, para comandar as operações do aplicativo.
A disputa aparece como mais uma batalha na guerra comercial entre EUA e China, iniciada no começo de 2019 com o anúncio de restrições dos Estados Unidos à Huawei, fabricante chinesa de celulares e equipamentos de comunicação.
Recentemente, o Reino Unido proibiu as operadoras de telefonia e internet do país de comprar equipamentos da Huawei a partir de 2021. A Índia, por sua vez, baniu o TikTok e outros 58 aplicativos de desenvolvedores chineses, e estuda ampliar essa quantidade.
A popularidade do TikTok tem aumentado muito nos últimos tempos. Criada em 2016, a rede social começou a fazer sucesso em 2019 e, com a quarentena causada pela pandemia de coronavírus, o uso aumentou consideravelmente. Atualmente o aplicativo tem mais de um bilhão de downloads somente na versão para Android.
Caso o negócio se concretize, não vai ser a primeira empreitada da Microsoft na área. Em 2016, a empresa comprou o LinkedIn, rede social focada no público corporativo, por US$ 26 bilhões (aproximadamente R$ 86 bilhões, à época). Em 2011, ela adquiriu o Skype, aplicativo de mensagens e videoconferência, por US$ 8,6 bilhões (aproximadamente R$ 13,6 bilhões à época).