Alzheimer: tudo sobre o 1º medicamento aprovado para tratamento no Brasil
O remédio possibilita retardar a doença em estágios iniciais. Veja quem pode usar, efeitos colaterais e mais sobre o donanemabe (Kisunla)
18:30 | Abr. 26, 2025

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o primeiro medicamento do Brasil para tratar casos de Alzheimer nesta terça-feira, 22. O donanemabe (vendido com o nome comercial Kisunla) é indicado para tratar casos com comprometimento cognitivo leve ou demência leve associado à doença.
O medicamento é um tratamento que serve para retardar a doença em estágios iniciais. Isso porque a doença de Alzheimer não tem cura, e afeta os pacientes de maneira progressiva.
Ao mesmo tempo, é visto com cautela por seus efeitos colaterais. Veja tudo que se sabe sobre ele até agora.
Medicamento para Alzheimer: o que é o donanemabe?
O donanemabe é um anticorpo monoclonal que se liga a uma proteína chamada beta-amiloide.
No cérebro de pessoas com Alzheimer, essa proteína se acumula formando placas, o que afeta a memória e o funcionamento cognitivo.
Fabricado pela farmacêutica americana Eli Lilly, o medicamento visa reduzir essas placas, retardando a progressão da doença.
Como funciona?
Donanemabe atua diretamente nos aglomerados de beta-amiloide, ajudando a reduzir as placas no cérebro.
Isso pode melhorar a função cognitiva dos pacientes, especialmente aqueles em estágios iniciais da doença, como o comprometimento cognitivo leve e a demência leve.
Medicamento para Alzheimer: quando estará disponível no Brasil?
O Kisunla foi registrado pela Anvisa e deve ficar disponível em clínicas especializadas. Pacientes precisarão ser monitorados de perto para garantir a eficácia e segurança do tratamento.
A substância ainda precisa passar pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMed), para iniciar o processo de precificação. O medicamento não tem data definida para comercialização.
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Medicamento para Alzheimer: quem pode usar?
O Kisunla é indicado para adultos com diagnóstico de Alzheimer que sejam não portadores ou heterozigotos do gene ApoE4.
Isso significa que a eficácia do tratamento pode variar dependendo da genética do paciente. Além disso, o medicamento é indicado para aqueles que se encontram nos estágios iniciais.
Medicamento para Alzheimer: como usar?
Kisunla é administrado por meio de infusão intravenosa. A dose inicial é de 700 mg a cada 4 semanas por 3 doses.
Depois, a dose aumenta para 1400 mg a cada 4 semanas, por até 18 meses, dependendo da resposta ao tratamento e monitoramento da depuração das placas amiloides no cérebro.
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Medicamento para Alzheimer: efeitos colaterais
Como qualquer medicamento, Kisunla pode causar efeitos adversos. Os mais comuns incluem reações relacionadas à infusão (como febre ou sintomas semelhantes aos da gripe) e dores de cabeça.
Além disso, pacientes com o gene ApoE4 podem apresentar riscos aumentados de Anormalidades de Imagem Relacionadas ao Amiloide (Aria), como inchaços cerebrais temporários ou pequenos sangramentos.
Tratamento de sintomas da Alzheimer no Brasil
Além do Kisunla, o Brasil conta com opções medicamentosas para minimizar os distúrbios da doença de Alzheimer, segundo informações do Ministério da Saúde.
Medicamentos como a rivastigmina (agora disponível também como adesivo transdérmico), donepezila, galantamina e memantina ajudam a controlar os sintomas da doença, estabilizando o comprometimento cognitivo e o comportamento dos pacientes.