Acidente de laboratório teria levado à covid, segundo órgão alemão

Acidente de laboratório teria levado à covid, segundo órgão alemão

Autor DW Tipo Notícia

Órgão de inteligência teria chegado a essa conclusão já em 2020, mas dados teriam sido omitidos pelo governo, segundo imprensa alemã. Investigação está sendo revisada por cientistas.Cinco anos depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a covid-19 como pandemia, ainda não se sabe ao certo a origem do vírus. No entanto, conforme informações divulgadas nesta quarta-feira (12/03) pelos jornais alemães Die Zeit e Süddeutsche Zeitung, o Serviço Federal de Inteligência da Alemanha (BND) acreditava já em 2020 que o novo coronavírus teria sido originado a partir de um acidente em um laboratório da cidade de Wuhan, na China, e não por meio do contato de seres humanos com animais selvagens, na mesma região. De acordo com as reportagens dos veículos alemães, o serviço de inteligência teria chegado a essa conclusão por meio de dados públicos, bem como materiais obtidos a partir de instituições chinesas como o Instituto de Virologia de Wuhan, um dos mais importantes da China para pesquisa do vírus, como parte de uma operação chamada "Saaremaa". A revista Der Spiegel publicou que "além de evidências de experimentos arriscados de ganho de função, ou seja, a modificação artificial de vírus naturais, o material também mostra várias violações das normas de segurança laboratorial". Essas informações, no entanto, teriam sido omitidas pelo governo alemão na época, quando Angela Merkel era chanceler. Bruno Kahl, presidente do BND, teria informado Merkel – e depois Olaf Scholz, assim que houve a troca de governo – a respeito da operação, que teria concluído que a probabilidade de o vírus ter partido de um laboratório era de 80% a 95%. A chancelaria, no entanto, teria decidido manter a análise sob sigilo. Com isso, nem o Comitê de Controle Parlamentar do Bundestag, responsável pelo monitoramento dos serviços de inteligência, nem a OMS teriam sido informados. Segundo o jornal suíço Neue Zürcher Zeitung, desde dezembro de 2024 pesquisadores independentes analisam as conclusões do serviço de inteligência alemão. O relatório da inteligência alemã aponta para várias suspeitas de origem laboratorial da covid-19. Um número crescente de pesquisadores não descarta essa possibilidade, embora nem todos creiam nela na mesma medida. Outros estudiosos sustentam que a teoria mais provável é de transmissão do vírus de animais selvagens para humanos. Merkel nega acobertamento Nesta quinta-feira (13/03), Angela Merkel negou que seu governo tenha ocultado as descobertas sobre a origem do coronavírus em 2020. Um porta-voz da ex-chanceler disse ao jornal Tagesspiegel que ela "rejeita categoricamente" a acusação, e que não tinha condições de se pronunciar sobre o assunto a esta altura porque os documentos aos quais os jornalistas se referem estariam armazenados nos escritórios da Chancelaria Federal, e portanto fora do alcance dela. Segundo o jornal Zeit, a Chancelaria havia informada pelo serviço secreto sobre suas descobertas, mas as informações teriam sido recebidas com ceticismo pelo governo. A avaliação era de que o BND poderia ter se enganado, assim como se enganou em seu julgamento equivocado sobre a situação de segurança no Afeganistão e a tomada de poder pelo grupo islamista Talibã. Mais de 6,9 milhões de mortos Em janeiro de 2020, cientistas chineses descobriram a causa de um surto de uma infecção pulmonar até então desconhecida que havia vitimado um número surpreendente de pessoas na cidade de Wuhan. Nas vias aéreas dos pacientes foram encontrados genes de um vírus de RNA de sentido positivo, pertencente à família dos coronavírus e que foi classificado no subgrupo B (beta coronavírus). No dia 5 de maio de 2023, a OMS divulgou que a covid-19 não representava mais uma emergência de saúde global, o que levou ao fim da pandemia que matou mais de 6,9 milhões de pessoas em todo o mundo e deixou economias e comunidades devastadas. Em pouco mais de três anos, estima-se que o vírus tenha causado cerca de 764 milhões infecções em todo o mundo, e cerca de 5 bilhões de pessoas receberam pelo menos uma dose de vacina contra a doença. gb/rc/ra (ots)

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