Gastroenterite: o que é a doença, sintomas, como se dissemina e mais

Diarreia e vômito são os principais sintomas da doença, que se espalha por água contaminada e contato pessoal; saiba como se proteger

A gastroenterite, uma inflamação do trato gastrointestinal, tem como principais sintomas diarreia e vômito. Embora geralmente não seja grave, a doença pode levar à desidratação e complicações, especialmente em grupos vulneráveis.

Recentemente, surtos de gastroenterite foram registrados no litoral Sul de São Paulo, em cidades como Guarujá e Praia Grande. Segundo a gastroenterologista Amanda Rocha, foi constatada a presença de um tipo de norovírus como causador do surto.

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“Entre os agentes mais comumente relacionados a surtos de gastroenterite, podemos citar o adenovírus, o rotavírus e as bactérias Escherichia coli e Salmonella, devido ao rápido mecanismo de transmissão”, explica a especialista.

O que é a gastroenterite e como ocorre a contaminação?

De acordo com Amanda Rocha, a transmissão ocorre principalmente por via fecal-oral, ou seja, por meio do consumo de água ou alimentos contaminados e pelo contato com superfícies infectadas.

“Períodos de maior calor facilitam a proliferação de vírus e bactérias, além das condições de baixa higiene e ambientes com grande circulação de pessoas, que favorecem a disseminação desses patógenos”, alerta a médica.

Entre as principais causas da doença estão vírus, bactérias e parasitas. “Os norovírus, em particular, são altamente contagiosos e podem ser transmitidos de pessoa para pessoa, além da ingestão de alimentos ou água contaminados”, complementa Amanda Rocha.

Gastroenterite: sintomas e grupos de risco

Os sintomas da gastroenterite costumam surgir de forma súbita e incluem diarreia aguda, náuseas, vômitos, febre baixa e dores abdominais. “A diarreia característica da gastroenterite é definida por três ou mais evacuações líquidas ou pastosas no período de 24 horas”, detalha Amanda Rocha.

Crianças pequenas, idosos e pessoas com o sistema imunológico comprometido estão mais vulneráveis à desidratação e complicações. “Atenção especial deve ser dada a esses grupos, pois eles têm maior risco de desidratação severa, o que pode levar a internações hospitalares”, ressalta a médica.

Tratamento: como agir em caso de gastroenterite?

O tratamento da gastroenterite geralmente não requer o uso de medicamentos específicos. “A maioria dos casos é leve e pode ser tratada em casa com a administração de soluções salinas de reidratação e uso de medicações sintomáticas para alívio de náuseas, vômitos e dores abdominais”, afirma Amanda Rocha.

Além disso, alguns probióticos de cepas específicas podem ser recomendados para reduzir o número de evacuações e a duração da doença. No entanto, a especialista alerta para os riscos da automedicação.

“O uso indiscriminado de antibióticos para qualquer quadro de diarreia não é recomendado, pois a maioria das gastroenterites é de origem viral. Isso pode aumentar a resistência bacteriana aos antibióticos”, adverte.

Outro ponto importante é evitar medicamentos antidiarreicos, como a loperamida, sem orientação médica. “Esses remédios podem agravar o quadro, especialmente se houver infecção bacteriana”, explica a gastroenterologista.

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Gastroenterite: quando procurar assistência médica?

Embora a maioria dos casos de gastroenterite seja leve, é necessário buscar atendimento médico diante de sintomas mais graves. Segundo Amanda, sinais de alerta incluem:

  • Desidratação severa, caracterizada por boca seca, sede intensa, pouca urina e fraqueza extrema;
  • Fezes com sangue ou muco;
  • Dificuldade em ingerir líquidos, o que pode agravar a desidratação.

“A presença desses sintomas exige avaliação médica imediata, especialmente em crianças e idosos, que são mais vulneráveis”, enfatiza a especialista.

Prevenção: como se proteger da gastroenterite?

A principal forma de prevenção é a adoção de hábitos de higiene e segurança alimentar. “A transmissão ocorre, em grande parte, pelo contato com superfícies contaminadas ou pelo consumo de água e alimentos infectados”, explica Amanda Rocha. Por isso, as recomendações incluem:

  • Lavar as mãos regularmente, especialmente antes das refeições e após usar o banheiro;
  • Garantir a procedência segura dos alimentos e consumir apenas água potável;
  • Higienizar vegetais crus com solução clorada antes do consumo;
  • Evitar o contato próximo com pessoas doentes;
  • Vacinar bebês contra o rotavírus, uma das principais causas de gastroenterite infantil.

A gastroenterologista destaca que campanhas de conscientização sobre higiene e segurança alimentar são fundamentais, principalmente em locais de maior circulação de pessoas, como creches, escolas, casas de idosos e cidades turísticas.

“Essas medidas ajudam a evitar surtos de gastroenterite e a sobrecarga dos serviços de saúde”, conclui Amanda Rocha.

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