Vacinas que ajudam na prevenção ao câncer: elas existem?

Entre os imunizantes relacionados, está a vacina contra o vírus HPV, que em sua quase totalidade se relaciona aos casos de câncer de colo de útero

No sábado, 14, o Centro Nacional de Pesquisa Médica do Ministério da Saúde russo anunciou a criação de uma vacina contra o câncer, baseada em mRNA. A sua distribuição gratuita, segundo o informe, já deve acontecer na Rússia em 2025.

A notícia chamou a atenção dos internautas, mas ainda não existem publicações em revistas científicas que comprovem a declaração ou a eficácia do imunizante.

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"Com base na análise genética do tumor de cada paciente, é criada uma vacina única que pode 'ensinar' o sistema imunológico a reconhecer células cancerígenas", destaca o portal do Centro Nacional de Pesquisa Médica Radiológica do ministério russo.

Apesar das incertezas, estudos relativos ao tratamento e prevenção do câncer ao redor do mundo seguem em desenvolvimento e algumas vacinas podem auxiliar. É o caso do imunizante contra o vírus HPV, associado à maioria dos casos de câncer de colo de útero.

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Vacina contra HPV

O Papilomavírus Humano (HPV) é transmitido principalmente pelo contato sexual e, de acordo com informe da Organização Mundial da Saúde (OMS), é um grupo de vírus muito comum, com mais de 100 tipos de HPV.

Pelo menos 14 desses tipos são cancerígenos, chamados de “tipos de alto risco”. “Os genótipos de alto risco são os 16 e 18, principalmente; e ainda os tipos 31,33, 45, 52 e 58”, explica o diretor técnico e oncologista do Núcleo de Oncologia e Hematologia do Ceará (NOHC), Aurillo Rocha.

“A vacina contra o HPV é a única forma de prevenir essas doenças e já se mostrou altamente segura e efetiva nos últimos 16 anos”, destaca o profissional. “Logo, as vacinas são preventivas para doenças associadas à infecção por vírus de HPV de alto risco”.

O HPV está relacionado à quase totalidade dos casos de câncer de colo de útero, mas também pode causar câncer de pênis, vulva, vagina e orofaringe.

A vacina é distribuída gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com indicação para meninas e meninos de 9 a 14 anos, com esquema de dose única.

Vacina contra hepatite B

Também disponível gratuitamente pelo SUS, a vacina contra a hepatite B (HBV) pode auxiliar na prevenção para adultos com alto risco de carcinomas hepáticos, ou seja, câncer de fígado.

O imunizante geralmente prevê a aplicação da primeira dose (quatro doses no total) em crianças logo ao nascer. A recomendação é que as próximas aconteçam aos 2, 4 e 6 meses de idade (vacina pentavalente), de acordo com informe do Ministério da Saúde.

Para os adultos, via de regra, o esquema completo se dá com aplicação de três doses.

Vacina BCG (para tratamento)

Em publicação do Instituto Butantan, uma versão recombinante do BCG (Bacilo de Calmette e Guérin, que compõe a vacina da tuberculose) mostrou “maior potencial contra o câncer de bexiga do que o BCG tradicional, considerado padrão-ouro no tratamento da doença”.

“O tratamento de câncer de bexiga com BCG ainda enfrenta alguns problemas, já que entre 30% e 40% dos pacientes não respondem à terapia”, diz a pesquisadora Luciana Leite, que lidera os estudos no Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas do Butantan.

“Estamos estudando novas formulações da recombinante e temos observado que, em alguns casos, metade dos camundongos sobrevive e o tumor é totalmente eliminado”, completa.

Vacinas que ajudam na prevenção: onde estão disponíveis?

“Existe uma corrida no mundo por estudos para vacinas novas e para terapia do câncer de próstata”, explica o oncologista Aurillo Rocha.

“E ainda em estudos das vacinas de RNAm para melanomas, câncer de pâncreas e pulmão. Nesses estudos, o imunizante tem caráter terapêutico, e não preventivo”, destaca.

No caso das vacinas contra o HPV e contra a hepatite B, além do SUS, a população pode se dirigir aos Centros de referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE).

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