Nutrição parenteral: entenda a terapia usada no filho de Viih Tube

Procedimento intravenoso é indicado quando a alimentação convencional não é possível, atendendo desde recém-nascidos a adultos; entenda como funciona

23:29 | Dez. 20, 2024

Por: Danielle Christine
Saiba o que é, quem precisa, como é realizada e mais sobre a nutrição parenteral (foto: iStock / Jacek)

Após a influenciadora Viih Tube revelar que seu filho precisou de nutrição parenteral nos primeiros dias de vida, o tema foi bastante discutido nas redes sociais e gerou algumas dúvidas. O procedimento, utilizado em situações críticas, é essencial para garantir a nutrição de pacientes que não conseguem se alimentar por vias tradicionais.

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A divulgação de casos envolvendo a terapia, como o relato de Viih Tube, contribui para aumentar a conscientização sobre a importância da nutrição parenteral em cenários críticos. Especialistas destacam que o tema merece mais visibilidade, especialmente por seu papel em salvar vidas e melhorar prognósticos de saúde.

O que é nutrição parenteral?

A nutrição parenteral consiste na administração intravenosa de nutrientes, como proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas e minerais.

“É uma terapia essencial para pacientes que não conseguem absorver nutrientes pelo trato gastrointestinal, seja por imaturidade do sistema, como nos recém-nascidos, ou por condições graves de saúde”, explica Priscilla Barreto, nutricionista especialista na área e Medical Science Liaison da Baxter.

A profissional acrescenta que o procedimento é “um aliado nas primeiras semanas de vida para bebês prematuros, pois fornece os nutrientes necessários de forma imediata e segura”.

Nutrição parenteral: quem pode precisar dessa terapia?

A terapia é indicada tanto para recém-nascidos quanto para adultos com restrições severas. “A nutrição parenteral é essencial em casos como obstruções intestinais, problemas de absorção graves, cirurgias no trato gastrointestinal ou condições como pancreatite severa”, afirma Marília Porto Oliveira Nunes, professora de nutrição clínica e docente da Universidade de Fortaleza (Unifor).

Segundo a especialista, a terapia é indispensável quando as vias oral e enteral não são viáveis, garantindo que o paciente receba os nutrientes necessários para a recuperação e manutenção da saúde.

Nutrição parenteral: como é realizado o procedimento?

O manejo da terapia exige a atuação de uma equipe multidisciplinar, que inclui médicos, nutricionistas, enfermeiros e farmacêuticos. “A personalização da nutrição começa com uma avaliação detalhada do paciente. São definidos volume, calorias, proteínas, lipídios e outros nutrientes conforme as necessidades individuais do quadro clínico”, explica Marília.

Priscilla Barreto complementa que a manipulação criteriosa dos nutrientes é essencial para evitar complicações e garantir a segurança do tratamento.

Nutrição parenteral: desafios e cuidados no manejo da terapia

Embora eficaz, a terapia apresenta desafios. “Os principais cuidados envolvem monitorar os acessos venosos, ajustar a fórmula conforme a evolução clínica e prevenir contaminações”, destaca Marília.

As complicações mais comuns incluem infecções, sobrecarga hepática e desequilíbrios metabólicos.

Para Priscilla, a prevenção dessas complicações depende de protocolos rigorosos e do acompanhamento contínuo por parte da equipe de saúde.

O papel do nutricionista

O nutricionista desempenha um papel fundamental no acompanhamento da terapia. “Ele avalia as necessidades do paciente, monitora a evolução clínica e ajusta o plano nutricional em conjunto com a equipe”, enfatiza Marília.

A integração entre os profissionais é fundamental para garantir a eficácia do tratamento e reduzir as complicações associadas.

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