Hemorragia intracraniana: entenda condição do presidente Lula

O presidente Luís Inácio Lula da Silva foi submetido a uma cirurgia de emergência após um exame de imagem revelar uma hemorragia intracraniana na noite dessa segunda-feira, 9, em Brasília.

Segundo boletim do hospital Sírio Libânes em São Paulo, a hemorragia é decorrente da queda sofrida pelo presidente no banheiro do Palácio da Alvorada, em outubro deste ano.

Na ocasião, o acidente resultou em um ferimento na cabeça. Em 3 de novembro, Lula retornou ao hospital para realizar exames de imagens, que constataram que ele estava assintomático.

Saiba mais sobre a hemorragia intracraniana, motivo para a cirurgia do presidente Lula.

Entenda o que é hemorragia intracraniana, condição de Lula

Como o próprio nome sugere, a hemorragia intracraniana é um sangramento que ocorre no crânio, marcada pelo acúmulo de sangue no cérebro. A hemorragia pode ser causada por diversos motivos como hipertensão arterial, aneurisma ou traumas.

Lesões na região do cérebro podem causar traumas internos e "trazer consequências ruins para o paciente", explica Luiz Antônio Sá, professor de Clínica Médica, Geriatria e Gerontologia da Faculdade Mackenzie do Paraná (Fempar).

No caso do presidente, a hemorragia foi causada por um hematoma subdural crônico, que vai se desenvolvendo aos poucos até gerar sintomas, segundo o Dr. Eduardo Jucá, neurocirurgião e professor de neurociências entrevistado pelo O POVO News.

Hemorragia intracraniana: quais os riscos?

Casos de traumas em idosos e em crianças devem ser monitorados com mais frequência e realização de exames de imagem periódicos. Nesses grupos etários pode se desenvolver uma hemorragia e ir acumulando e aumentando de tamanho por um efeito que a gente chama de efeito osmótico.

"Isso quer dizer que puxa o líquido das regiões vizinhas e aumentando de volume, e o problema disso é chegar a comprimir o cérebro, provocando as dores de cabeça que servem como um alerta de que um problema mais sério pode estar acontecendo", explica Jucá.

A ocorrência de uma hemorragia pode resultar no surgimento de algumas complicações, o que depende da localização do sangramento e do paciente. Algumas dessas complicações podem ser:

• Problemas cognitivos relacionados à perda da memória, de habilidades comunicativas e dificuldades de concentração;
  
• Problemas de deglutição;
  
• Perda da visão;
  
• Paralisia ou falta de sensibilidade em um lado do corpo;
  
• Confusão;
  
• Depressão ou outros problemas psicológicos.

Hemorragia intracraniana: quais os sintomas?

Sintomas da hemorragia intracerebral costumam começar com cefaleia súbita, geralmente durante atividades, como deve ter acontecido com o presidente que relatou dores de cabeça.

Mas além do sintoma, o manual médico MSD elenca também como sensações típicas de déficits neurológicos focais, caracterizados por náuseas e alteração da consciência. Veja lista:

• Dores de cabeça intensas e repentinas;
  
• Perda de consciência;
  
• Fraqueza corporal ou letargia;
  
• Crises epilépticas súbitas;
  
• Ocorrência de náuseas e vômito;
  
• Dormência ou formigamentos;
  
• Problemas motores e perda da coordenação;
  
• Falta de equilíbrio.

Hemorragia intracraniana: qual o tratamento?

Qualquer tipo de sangramento dentro do crânio ou cérebro é uma emergência médica. É importante ir imediatamente ao hospital para determinar a causa do sangramento e iniciar o tratamento médico adequado.

Mas principal forma de tratamento para lesões, hematomas ou tumores é a craniotomia, explica Jucá. O procedimento consiste na retirada temporária de uma parte do osso craniano para dar acesso à parte de dentro do cérebro.

A recuperação pode variar de cada paciente, mas em alguns dias o presidente deve se recuperar e em algumas semanas voltar as atividades, segundo o neurocirurgião.