Doença de Parkinson tem tratamento? Veja avanços da Medicina
Saiba o que é a doença de Parkinson, sua origem e o tratamento disponível para o distúrbio neurológico que afeta o movimento
06:00 | Nov. 04, 2024
Estimativas globais avaliadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) indicaram que, em 2019, mais de 8,5 milhões de indivíduos viviam com Parkinson. A condição neurológica é conhecida por seus sintomas motores, entre eles o tremor e a rigidez.
No Brasil, dados do perfil epidemiológico publicado pelo “Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences” apresentaram o registro de 4.399 internações por Doença de Parkinson entre 2019 e 2023.
Conheça os sintomas da doença de Parkinson e os avanços da Medicina para o seu tratamento.
Parkinson: como identificar sintomas e buscar diagnóstico da doença | VEJA
Doença de Parkinson: origem
O distúrbio recebeu o seu nome em homenagem ao médico britânico James Parkinson, criador de um ensaio que estabeleceu a doença como uma condição médica reconhecida em 1817.
“A compreensão dos tremores na época era limitada, cruzando-se com outras condições, como convulsões. Parkinson denominou essa síndrome de 'Paralisia Tremulante' ou 'Paralisia Agitante'”, explica artigo publicado na revista médica ‘Age and Ageing’.
Sob o título “200 anos da doença de Parkinson: o que aprendemos com James Parkinson?” (“200 Years of Parkinson’s disease: what have we learnt from James Parkinson?”, em inglês), a análise também descreve os objetivos do médico ao publicar seu ensaio original.
“Parkinson esperava que a publicação da paralisia trêmula inspirasse outros a investigar a patologia subjacente à síndrome e que isso, por sua vez, resultasse em terapia”, completa a pesquisa.
Doença de Parkinson: sintomas
Atualmente, estabelece-se que os sintomas da condição se iniciam muito antes do surgimento dos sinais motores (sintomas pré-motores). É o que descreve a neurologista Amanda Braga, especialista em doenças neurodegenerativas.
“Alguns exemplos desses sintomas são anosmia ou hiposmia (que é a dificuldade de sentir cheiro das coisas), constipação, sintomas depressivos e ansiosos”, explica.
A profissional relata que o diagnóstico “dificilmente é realizado durante essa fase”, pois os critérios da doença incluem sintomas motores. “Além disso, os pacientes dificilmente percebem que algo está errado com o corpo”, completa.
Quando os sintomas motores são identificados, eles normalmente incluem lentidão dos movimentos, tremor e rigidez.
“Normalmente o paciente procura ajuda quando um desses sintomas está presente, porém a doença se inicia muito antes do surgimento desses sintomas”, diz Amanda.
Doença de Parkinson: tratamento e avanços
Não há cura para a doença de Parkinson. Dessa forma, o tratamento se volta para a melhoria dos sintomas do paciente, com a utilização de medicamentos, como Levodopa.
O Atlas de Neurologia da OMS relatou que a medicação Levodopa, conhecida por sua eficácia para a DP, estava disponível na atenção primária em apenas 34% dos 110 países pesquisados, nenhum deles de baixa renda.
“Em alguns casos selecionados há possibilidade de realizar cirurgia, com implante de um estimulador cerebral para controle dos sintomas”, afirma Amanda Braga.
A organização de saúde também cita a estimulação cerebral em sua publicação, considerando-a uma “opção avançada de tratamento”, que pode reduzir a ingestão e o custo de medicamentos, além de demonstrar seu “custo-efetivo a longo prazo”.
Em abril de 2023, uma pesquisa realizada com o auxílio da “The Michael J. Fox Foundation” descobriu um biomarcador para a doença de Parkinson, capaz de auxiliar em sua identificação precoce.
De acordo com a American Brain Foundation, o biomarcador “é uma substância biológica mensurável encontrada no sangue, tecidos ou fluidos corporais”. Ele é utilizado para apontar processos biológicos normais ou anormais ou a presença de uma doença.
A OMS destaca que o tratamento para a doença pode incluir a fisioterapia, com treinamento de força e equilíbrio.
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'Os dias de Sofia': documentário do OP+ conta história de quem vive com Parkinson
Bruno Sofia sentiu os primeiros sintomas ainda durante a faculdade e recebeu o diagnóstico da Doença de Parkinson antes dos 30 anos. Novo documentário do O POVO+ acompanha a rotina do designer gráfico e sua família no convívio com a doença.
A produção estreia no dia 4 de novembro e estará disponível a todos os assinantes do OP+. Confira o trailer de "Os dias de Sofia":