Síndrome de Cushing: saiba porque jovem sofre de mudança na cor da pele

Sabrina Gomes é diagnosticada com Síndrome de Cushing desde os 15 anos. Após última cirurgia, a cearense teve mudança drástica na cor da pele; entenda

Sabrina Gomes, cearense de 24 anos, convive com a Síndrome de Cushing e um raro tumor no tórax. Esses dois problemas de saúde levaram cinco anos para impactar visivelmente a cor da sua pele, causando alterações progressivas na pigmentação.

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O tumor de Sabrina no tórax gera quantidades excessivas de ACTH, um hormônio normalmente produzido pelo corpo para controlar funções essenciais, mas que, em níveis elevados, desencadeou a Síndrome de Cushing. Esse aumento de ACTH causou uma sobrecarga nas glândulas adrenais, estimulando-as a liberar cortisol em excesso.

Com a produção excessiva de cortisol, seu organismo experimentou uma série de mudanças, entre elas a alteração de cor da pele.

Embora a cirurgia realizada em 2022 para remover as glândulas adrenais tenha estabilizado os níveis de cortisol, esse procedimento também acelerou as mudanças na tonalidade da pele de Sabrina, intensificando o escurecimento causado pelo hormônio.

Síndrome de Cushing: entenda o que é a doença

A Síndrome de Cushing é uma condição causada pelo excesso de cortisol no organismo.

De acordo com a Associação Americana de Endocrinologia Clínica, o cortisol é um hormônio produzido pelas glândulas adrenais. Ele é essencial para várias funções, como controle do estresse, regulação dos níveis de açúcar no sangue e fortalecimento do sistema imunológico

Na síndrome, o excesso desse hormônio pode ocorrer devido ao uso prolongado de corticosteroides ou pela presença de tumores que produzem ACTH, um hormônio que estimula a produção de cortisol.

Os sintomas incluem ganho de peso, hipertensão, diabetes, pele fina e pigmentação alterada.

Síndrome de Cushing: como está o tratamento de Sabrina

Sabrina Gomes, diagnosticada com um tumor raro e a Síndrome de Cushing, enfrenta uma condição que afeta diretamente órgãos vitais, como o esôfago, a veia cava e o coração, devido à compressão causada pelo tumor.

Devido à localização delicada, uma cirurgia para remover o tumor foi descartada pela equipe médica, já que o procedimento envolveria riscos muito altos.

Para controlar a doença, os médicos propuseram um tratamento com lutécio, um radiofármaco que ataca diretamente as células do tumor. Esse tipo de medicamento é indicado apenas quando as células cancerígenas possuem receptores que permitem sua captação, o que foi confirmado em exames realizados por Sabrina.

O tratamento com lutécio envolve quatro aplicações, com intervalos de seis semanas entre cada uma, e possui um custo total de quase R$ 130 mil.

Sem condições de arcar com o valor, Sabrina recorreu à Defensoria Pública da União e obteve, em março de 2024, uma decisão judicial que obriga a Secretaria Estadual de Saúde do Ceará (Sesa) a fornecer o medicamento. No entanto, apesar da decisão favorável, a entrega do lutécio ainda não ocorreu.

Desde então, Sabrina tem enfrentado dificuldades para garantir que o processo de aquisição do medicamento avance. Ela continua retornando à Sesa em busca de informações e para cobrar o andamento do tratamento, que é crucial para tentar controlar a progressão da doença e melhorar sua qualidade de vida.

Síndrome de Cushing: entenda como acontece a mudança na cor da pele

A mudança na cor da pele na Síndrome de Cushing ocorre devido ao excesso do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), que estimula a produção de cortisol.

Esse excesso pode levar à hiperpigmentação, especialmente em áreas como dobras de pele, cicatrizes e mucosas, devido ao aumento da atividade de melanócitos, células responsáveis pela cor da pele.

Isso é explicado em estudos disponíveis pelo Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais (INDDR) que discute o impacto do ACTH na pigmentação de acordo com pesquisas clínicas.

Após a cirurgia nas glândulas adrenais de Sabrina, houve uma intensificação na alteração da cor da pele devido ao ajuste hormonal.

Com a remoção das glândulas adrenais, houve uma redução súbita de cortisol, mas o tumor continuou produzindo ACTH em excesso, o que manteve a hiperpigmentação.

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