Parkinson: é possível prevenir? Tire suas dúvidas sobre a doença

Saiba o que é a doença de Parkinson, sua origem e a possibilidade ou não de prevenção para o distúrbio neurológico que afeta o movimento

A doença de Parkinson (DP) é um distúrbio neurológico que afetou mais de 8,5 milhões de indivíduos em 2019, segundo informações da Organização Mundial de Saúde (OMS).

“Do ponto de vista patológico, a DP é uma doença degenerativa cujas alterações motoras decorrem principalmente da morte de neurônios dopaminérgicos da substância nigra (negra)”, descreve perfil epidemiológico publicado pelo Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences.

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No Brasil, dados do artigo indicaram o registro de 4.399 internações pela condição entre 2019 e 2023, com predominância do sexo masculino, com 2.646 (60,15%).

Conheça os sintomas e diagnóstico para doença de Parkinson e possibilidade ou não de prevenção.

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Doença de Parkinson: origem

O distúrbio recebeu o seu nome em homenagem ao médico britânico James Parkinson, criador de um ensaio que estabeleceu a doença como uma condição médica reconhecida em 1817.

“A compreensão dos tremores na época era limitada, cruzando-se com outras condições, como convulsões. Parkinson denominou essa síndrome de 'Paralisia Tremulante' ou 'Paralisia Agitante'”, explica artigo publicado na revista médica ‘Age and Ageing’.

Sob o título “200 anos da doença de Parkinson: o que aprendemos com James Parkinson?” (“200 Years of Parkinson’s disease: what have we learnt from James Parkinson?”, em inglês), a análise também descreve os objetivos do médico ao publicar seu ensaio original.

“Parkinson esperava que a publicação da paralisia trêmula inspirasse outros a investigar a patologia subjacente à síndrome e que isso, por sua vez, resultasse em terapia”, completa a pesquisa.

Doença de Parkinson: sintomas e diagnóstico

Atualmente, estabelece-se que os sintomas da condição se iniciam muito antes do surgimento dos sinais motores (sintomas pré-motores). É o que descreve a neurologista Amanda Braga, especialista em doenças neurodegenerativas.

“Alguns exemplos desses sintomas são anosmia ou hiposmia (que é a dificuldade de sentir cheiro das coisas), constipação, sintomas depressivos e ansiosos”, explica.

A profissional relata que o diagnóstico “dificilmente é realizado durante essa fase”, pois os critérios da doença incluem sintomas motores. “Além disso, os pacientes dificilmente percebem que algo está errado com o corpo”, completa.

Sintomas motores de Parkinson

Quando os sintomas motores são identificados, eles normalmente incluem lentidão dos movimentos, tremor e rigidez.

“Normalmente o paciente procura ajuda quando um desses sintomas está presente, porém a doença se inicia muito antes do surgimento desses sintomas”, diz Amanda.

Diagnóstico de Parkinson

A neurologista indica que o diagnóstico da doença de Parkinson é feito por meio de alguns critérios:

  • O paciente deve ter lentidão dos movimentos associados a tremor e/ou rigidez de membros;
  • Além disso, deve ter uma boa resposta ao tratamento com a Levodopa (medicamento utilizado para a doença de Parkinson).

Doença de Parkinson: é possível prevenir?

“A prática de exercícios físicos regulares reduz a chance do surgimento de diversas doenças neurodegenerativas, inclusive da Doença de Parkinson”, inicia Amanda Braga.

A profissional destaca que pacientes com a DP que praticam exercícios físicos regulares têm “uma evolução mais lenta da doença” e menor risco de avanço para outras complicações motoras.

Um periódico científico dedicado a destacar os avanços mais importantes em pesquisas sobre a doença, o ‘npj Parkinson's disease’, publicou descobertas relacionadas à prática de exercícios de alta intensidade. O artigo, com pesquisadores da Universidade Yale, está na edição de fevereiro de 2024.

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O estudo de caso envolveu 10 pacientes que, após seis meses de exercícios, apresentaram neurônios mais saudáveis e produziram sinais de dopamina mais fortes.

Amanda Braga também afirma que o tabagismo é outro “fator de proteção”, mas o hábito não deve ser incentivado, já que seus efeitos adversos podem causar diversas doenças. “E pacientes com doença de Parkinson que fumam possuem uma pior evolução”, explica.

Doença de Parkinson: o que causa?

A neurologista declara que uma das causas da doença de Parkinson é genética, mas a sua grande maioria é idiopática. Este termo faz referência a uma razão ainda desconhecida ou incerta.

Sobre a causa genética, os pacientes costumam ser mais jovens, abaixo dos 40 anos, e possuem, normalmente, outros familiares acometidos.

“O grande desafio, na minha opinião, é em relação às complicações relacionadas ao próprio tratamento da doença”, indica Braga. “Pacientes jovens se expõem de forma mais precoce às medicações e, consequentemente, aos seus efeitos colaterais”.

Em relação aos outros fatores, a idade possui a sua influência. “Quanto mais velho o indivíduo, maior a chance de desenvolver a doença”.

A doença de Parkinson, mais comum entre pacientes do sexo masculino, também pode ser influenciada pela exposição a agentes tóxicos, como pesticidas.

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O designer Bruno Sofia sentiu os primeiros sintomas ainda durante a faculdade e recebeu o diagnóstico da Doença de Parkinson antes dos 30 anos. Novo documentário do O POVO+ acompanha a rotina de Bruno e sua família no convívio com a doença.

A produção estreia no dia 4 de novembro e estará disponível a todos os assinantes do OP+. Confira o trailer de "Os dias de Sofia":

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