MAL: novo grupo sanguíneo é descoberto e desvenda mistério de 50 anos

Cientistas da Universidade de Bristol descobriram um novo sistema de grupo sanguíneo, o MAL. Tipagem pode salvar vidas ao identificar pacientes AnWj-negativos

Uma descoberta inovadora de cientistas do núcleo de Sangue e Transplante da Universidade de Bristol, na Inglaterra, pode salvar milhares de vidas em todo o mundo. Após décadas de pesquisa, eles identificaram um novo sistema de grupo sanguíneo chamado MAL, resolvendo um mistério que persiste há 50 anos.

O novo sistema de grupos sanaguíneos é o 47º a ser reconhecido e se refere à proteína de Mielina e Linfócitos (Myelin And Lymphocyte — MAL, em inglès). 

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A equipe de pesquisa do NHS Blood and Transplant (NHSBT) em South Gloucestershire identificou a base genética do antígeno do grupo sanguíneo AnWj. O fator foi identificado pela primeira vez em 1972, mas não foi totalmente compreendido até este ano de 2024. A descoberta foi publicada em agosto na revista científica Blood

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O novo teste desenvolvido pelo Laboratório Internacional de Referência de Grupos Sanguíneos do NHSBT agora pode identificar pacientes que não possuem o antígeno AnWj. Este teste é crucial para pacientes em risco de reações graves a transfusões de sangue, facilitando encontrar doadores compatíveis para esse tipo sanguíneo raro.

Além dos tipos A, B, AB e O com o fator Rh positivo ou negativo (a tipagem já conhecida), as pessoas podem ser positivas ou negativas para o antígeno AnWJ.

Primeira pessoa identificada com esse tipo sanguíneo

AnWj recebeu esse nome em homenagem às primeiras pessoas que o identificaram (Anton e Wj). Condição rara, a falta do antígeno está associada a condições que impossibilitam a expressão dessa proteína, como distúrbios no sangue e alguns tipos de câncer.

Apenas um número muito pequeno de pessoas é AnWj-negativo devido a uma causa genética, que agora foi desvendada. No estudo britânico, por exemplo, havia apenas cinco indivíduos geneticamente AnWj-negativos, incluindo uma família de árabes-israelenses.

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O sangue testado incluía uma amostra doada por uma senhora em 2015, que foi a primeira pessoa AnWj-negativa a ser descoberta na década de 1970.

A primeira família descoberta com a forma herdada é árabe-israelense, e há outros casos dessa região. No entanto, a etnia de todos os casos não é conhecida e ainda não se sabe se o tipo sanguíneo é mais comum em alguma etnia.

Tamanho do desafio e importância para a ciência

Na página que divulga a descoberta, Nicole Thornton, chefe do laboratório, observou que descobrir a base genética para AnWj tem sido um desafio significativo. “Há um trabalho extensivo envolvido em provar que um gene codifica um antígeno de grupo sanguíneo, mas isso é vital para o benefício de pacientes raros em todo o mundo”, explicou.

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Thornton acrescentou que, quando outros laboratórios de referência atingem seus limites, eles frequentemente enviam amostras para o NHSBT para investigação adicional.

“Se os laboratórios não conseguem resolver um caso, nós assumimos o desafio, o que pode levar à descoberta de novos sistemas de grupos sanguíneos”, disse ela, sugerindo novos desenvolvimentos empolgantes no futuro.

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