Puberdade precoce: cosméticos podem adiantar processo? Veja estudo

Estudos sugerem que produtos químicos presentes em itens cotidianos, como cosméticos, podem estar antecipando o início da puberdade nas meninas

A puberdade tem começado mais cedo para as meninas nas últimas décadas. Em meados do século XIX, as meninas geralmente menstruavam pela primeira vez em uma idade média de 16,5 anos. Hoje, a média está entre 10 e 13 anos.

Os cientistas do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH), que iniciaram o estudo, acreditam que um composto químico conhecido como musk ambrette, encontrado em muitos itens do dia a dia, está fazendo com que as meninas comecem a puberdade mais cedo.

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Esses produtos químicos, encontrados em vários cosméticos, como maquiagem, purificadores de ar e até sabonete líquido, podem estar enviando um sinal para a área do cérebro responsável por desencadear o início do ciclo menstrual.

Puberdade precoce: o que é o musk ambrette e como pode ser prejudicial?

O musk ambrette é um aroma frequentemente encontrado em produtos de cuidados pessoais. Estudos sugerem que ele pode atravessar a barreira hematoencefálica – estrutura que regula o transporte de substâncias entre o sangue e o sistema nervoso central –, o que o torna uma preocupação real.

Também conhecido como almíscar ambrette, ele se mostrou capaz de aumentar células receptoras de hormônios gonadotrofina e kisspeptina, que já estão associados ao desenvolvimento sexual e podem, caso sejam acionadas muito cedo, levar à puberdade precoce.

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“A capacidade desses compostos de estimular receptores-chave no hipotálamo, localizado logo abaixo do cérebro, levanta a possibilidade de que a exposição a esses produtos possa ativar prematuramente o eixo reprodutivo em crianças”, explicou a médica autora do estudo, Natalie Shaw, do NIH, em comunicado à imprensa.

Puberdade precoce: mudanças físicas no início da puberdade

A puberdade precoce não envolve apenas a transformação física prematura. Ela pode afetar o desenvolvimento psicossocial e o bem-estar dos adolescentes. Tem sido associada a maiores taxas de transtornos de saúde mental, como depressão e baixa autoestima.

Os autores do estudo afirmam que esta pesquisa marca a primeira vez que os cientistas consideraram o possível impacto de produtos químicos ambientais no cérebro para explicar o aumento alarmante dos casos de puberdade precoce.

Anteriormente, os pesquisadores apresentavam várias causas para essa antecipação, como obesidade, dieta, hormônios de crescimento em laticínios e até mesmo status socioeconômico.

Puberdade precoce: obesidade

Shaw, coautora sênior do estudo, acredita que há uma ligação entre puberdade precoce e obesidade infantil em meninas, mas não considera o sobrepeso uma prova concreta. Na experiência de Shaw, não são apenas "aquelas que estão acima do peso ou obesas" que vivenciam a puberdade precoce.

Essa discrepância foi uma das razões que levaram Shaw e os outros pesquisadores a investigar a possibilidade de que produtos químicos externos estivessem causando puberdade precoce em meninas.

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