Entenda os diferentes tipos de problemas de visão

Há uma geração cada vez mais dependente do óculos de grau? O grau sempre aumenta, ou é possível diminuir ao longo do tempo? Confira o que gera essa necessidade para conseguir ver o mundo como ele é

Os erros refrativos conhecidos como “grau” que atingem a população são a miopia, a hipermetropia, o astigmatismo e a presbiopia. Geralmente são de origem genética, mas médicos já observam um aumento de casos devido a fatores externos. 

Segundo o oftalmologista Sérgio Marques, a redução da exposição solar e o uso exagerado de telas interfere no desenvolvimento normal do olho, afetando principalmente as crianças.

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A visão de uma pessoa que não apresenta nenhum distúrbio ocular acontece da seguinte forma: ao olhar para algum objeto, raios de luz passam pela córnea — estrutura transparente que recobre os olhos — e chegam até a retina, no fundo do globo ocular. Lá, eles se juntam em um mesmo ponto para formar a imagem.

Na pessoa com miopia, a imagem dos objetos é focada antes de chegar à retina, pois o globo ocular é “longo”, o que provoca a formação da imagem antes que a luz chegue à retina. Esse erro refrativo é caracterizado como a dificuldade de enxergar objetos distantes.

É o caso da estudante Fernanda Filiú, 21, que tem oito graus de miopia. A maior dificuldade para ela é realizar atividades que envolvam água. “Não dá para usar o óculos para nadar e usar a lente é perigoso para a saúde ocular devido ao possível contato com água contaminada.”

hipermetropia é o oposto da miopia, sendo a dificuldade de ver com nitidez objetos de perto. Acontece quando o globo ocular do paciente é mais achatado ou a córnea mais plana, o que pode ser ocasionado por fatores genéticos. Logo, a imagem acaba se formando depois da retina.

Crianças podem apresentar sintomas de hipermetropia, mas em alguns casos a condição não se torna permanente, pois o globo ocular das crianças pode crescer e corrigir o erro refrativo ao longo do tempo. Não foi esse o caso do fotojornalista Edimar Soares, 54, que recebeu o diagnóstico aos 2 anos. “Minha mãe percebeu que eu estava sempre esbarrando nas paredes e objetos, desde então eu vivo de óculos”, ele relata.

Tipos de problemas de visão

  • Miopia: a imagem dos objetos é focada antes de chegar à retina gerando a formação da imagem antes que a luz chegue na retina;
  • Hipermetropia: o globo ocular é mais achatado ou a córnea mais plana e então a imagem acaba se formando depois da retina;
  • Astigmatismo: defeito na curvatura da córnea que gera a formação das imagens duplicadas;
  • Presbiopia: é a perda gradual e irreversível da capacidade dos olhos de focar em objetos que estão próximos.

Astigmatismo e vista cansada

O astigmatismo é um defeito na curvatura da córnea que gera a formação das imagens duplicadas. O quadro surge em pacientes com histórico familiar ou que coçam muito os olhos. Esse erro refrativo pode surgir desde o nascimento ou ao longo da vida, e geralmente seus sintomas vêm acompanhados de outros problemas visuais, como miopia e hipermetropia.

Cibele Diniz, 21, vive com astigmatismo e miopia desde os 7 anos e comenta que depender do uso constante dos óculos de grau é difícil: “Me maquiar usando os óculos no rosto é complicado, mas não posso tirá-los porque fico sem enxergar”.

Já a presbiopia, popularmente chamada de “vista cansada“, é a perda gradual e irreversível da capacidade dos olhos de focar em objetos que estão próximos. A condição começa a ser notada a partir dos 40 anos, é um processo natural do envelhecimento. No entanto, com o uso excessivo de telas está mais notória a vista cansada em jovens, aponta a oftalmologista Denise Menezes.

Para lidar com esses erros refrativos, o indivíduo pode recorrer a óculos, lentes de contato corretivas, procedimentos cirúrgicos como a cirurgia refrativa ou outras opções terapêuticas indicadas pelo oftalmologista.

Mas o grau sempre aumenta?

Há uma crença de que o grau sempre aumentará ao passar dos anos, mas esta não é necessariamente a regra. A médica Denise Menezes explica que na miopia a tendência é do grau aumentar e na hipermetropia, diminuir. “Porque o olho ‘cresce’ proporcionalmente ao crescimento do corpo”, comenta.

Entretanto, o processo de envelhecimento não é o único fator, o médico Sérgio Marques explica que esse aumento ou diminuição do grau ao longo do tempo pode estar relacionado a fatores genéticos, à falta do sol para o desenvolvimento ocular normal na infância e à exposição a telas digitais.

Além dessas alterações, também observa-se a estabilização do grau ao atingir certa idade. O fotojornalista Edimar utiliza óculos para hipermetropia e astigmatismo desde sua infância e, há alguns anos, seu grau estabilizou. No entanto, seu grau de presbiopia continua aumentando.

Para Fernanda, 21, o grau de miopia e de astigmatismo continuam aumentando. Com Cibele Diniz, após anos o grau de miopia e astigmatismo começaram a diminuir.

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