Rim policístico: o que é a condição que Chrystian foi diagnosticado

O cantor passaria por um transplante renal no final de 2024, mas nem em todos os casos da doença o procedimento é preciso. Veja sintomas, tratamento e mais

11:18 | Jun. 20, 2024

Por: Évila Silveira
Os rins desempenham papel essencial quanto ao funcionamento adequado do organismo (foto: (Imagem: Ruhul_Aminnn | Shutterstock))

Chrystian, que fazia dupla com Ralf, morreu aos 67 anos, nesta quarta, 19. O cantor sertanejo estava internado em um hospital em São Paulo e desde fevereiro se preparava para um transplante renal após diagnóstico de rim policístico.

A doença, também conhecida como síndrome renal policística, é um distúrbio hereditário em que grupos de cistos se desenvolvem nos rins. Ela pode acometer tanto homens quanto mulheres.

O urologista Gustavo Persici, membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia, fala ao O POVO sobre a doença. Veja os sintomas, como fazer o diagnóstico e qual o tratamento.

Rins policísticos: o que é a doença?

A doença dos rins policísticos é um distúrbio hereditário em que grupos de cistos se desenvolvem nos rins. O órgão fica inchado e passa por dilatações que se assemelham a várias bolhas juntas.

Geralmente, o problema surge entre os 30 anos e os 40 anos de idade, embora possa se manifestar já em recém-nascidos. Conforme o urologista Gustavo Persici, os rins policísticos são causados por alterações genéticas.

“É uma doença genética, que se herda dos pais. Então, quando um pai tem essa doença, ele tem pelo menos 50% de chance de passar para o filho. Ela causa a formação de vários cistos nos rins, em 95% das vezes é bilateral (em ambos os rins)”, explica.

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Rins policísticos: quais os sintomas?

O problema inicialmente pode não apresentar sintomas, mas, à medida que os cistos se desenvolvem, o abdômen aumenta de tamanho.

“Os sintomas principais são aumento do volume abdominal, porque o rim fica até cinco vezes maior do que o normal, dos dois lados, então, aumenta o volume da barriga. Além disso, o paciente pode ter sangue na urina, pode ter infecções e dor local”, alerta o urologista.

Já quando a doença avança para a fase de insuficiência renal, o paciente pode ter perda de peso, náuseas, dor de cabeça, semelhantes a sintomas de anemia.

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Rins policísticos: como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico pode ser facilitado quando o paciente já sabe que tem um familiar com a mesma doença ou se apresenta algum sintoma.

São necessários então exames de imagem, como ultrassom, tomografia computadorizada e ressonância magnética, para avaliar o tamanho dos órgãos e o número de cistos.

“Baseado nos sintomas, geralmente o médico acaba pedindo um exame de imagem, um ultrassom ou uma tomografia, que é o melhor exame, e aí você detecta aquele rim desorganizado e cheio de cistos”, expõe Persici.

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Rins policísticos: como funciona o tratamento?

Como se trata de uma doença genética, ela não tem cura e progride com o tempo. Por isso, os tratamentos agem apenas para evitar ou tratar as complicações dela.

“Então, quando você tem uma infecção, você trata a infecção com antibióticos. Você pode drenar um abscesso que se forma através de punção. Em caso de anemia você transfunde ou trata com medicações. Então, é basicamente tratar as complicações”, diz o urologista.

Em fevereiro, a equipe do cantor Chrystian explicou que ele tinha a condição genética e ela estava comprometendo o desempenho renal dele. O artista deveria passar por um transplante de rim até o fim de 2024 e a doação seria feita pela esposa dele, Key Vieira.

Porém, o transplante não precisa acontecer em todos os casos da doença, apenas em casos mais graves em que haja insuficiência do órgão. “Quando faz o transplante renal, realmente, há uma melhora significativa da vida desses pacientes”, finaliza Persici.