Maio Roxo: cuidados com a alimentação podem reduzir sintomas das doenças intestinais
Neste mês, a campanha Maio Roxo alerta para as doenças inflamatórias intestinais e busca chamar atenção da sociedade sobre a importância da alimentação no tratamento
08:47 | Mai. 07, 2024
Voltada para conscientização sobre as doenças inflamatórias intestinais (DIIs), a campanha Maio Roxo tem objetivo de garantir que pacientes tenham qualidade de vida, além de alertar a população para a importância da prevenção destas patologias.
Cuidados com a alimentação podem ajudar a minimizar os sintomas das doenças inflamatórias intestinais, que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBPC), atingem cerca de 1,6 milhão de pessoas no Brasil.
Os principais sintomas das doenças inflamatórias intestinais são: dor abdominal, diarreia crônica, sangramento retal, perda de peso e fadiga.
Leia mais
Os sinais de alerta incluem sintomas persistentes ou graves, como sangue nas fezes, febre, perda de apetite e anemia.
Apesar de não ter cura, essas doenças podem ter os sintomas controlados por meio da combinação medicamentosa, correlacionada com mudanças de hábitos alimentares.
“A pesquisa sobre novos tratamentos e abordagens para as DIIs continua avançando, e muitas pessoas podem encontrar alívio significativo dos sintomas com os tratamentos disponíveis atualmente”, afirma o médico gastroenterologista Lucas Augusto.
As doenças inflamatórias intestinais podem afetar pessoas de todas as idades, mas geralmente são diagnosticadas pela primeira vez em adultos jovens, entre 15 e 35 anos de idade. Uma alimentação adequada desempenha um papel fundamental no manejo das doenças inflamatórias intestinais.
“Uma dieta equilibrada, rica em nutrientes, fibras, frutas, legumes e proteínas magras, pode ajudar a fornecer os nutrientes necessários, apoiar a saúde do intestino e promover a remissão dos sintomas”, pontua o especialista.
“Eu tive o diagnóstico de síndrome do intestino irritável em 2018, na época minha alimentação mudou, pois eu sentia muitas cólicas e dores no estômago e tive que evitar alimentos com leite, alimentos inflamatórios e processados”, afirma a engenheira química Gabriella Maia, 28.
Para o médico Lucas Augusto, embora a alimentação não seja uma causa direta das doenças inflamatórias intestinais, certos alimentos podem desencadear sintomas ou aumentar as crises de dor, piorando os sintomas.
Para Gabriella Maia, a alimentação auxilia durante as crises de dores causadas pela doença. "Eu consigo me manter sem crises durante muito tempo, mas quando sinto as dores preciso mudar a alimentação completamente e evitar todos os alimentos inflamatórios”, destaca.
“Alimentos como laticínios, alimentos gordurosos, alimentos ricos em fibras insolúveis, alimentos picantes e álcool podem desencadear sintomas em algumas pessoas com doenças inflamatórias intestinais. Da mesma forma, certos aditivos alimentares, como corantes e conservantes, podem ser problemáticos para algumas pessoas", ressalta o especialista.
O tratamento das DIIs envolve uma abordagem multidisciplinar, e vale ressaltar que o plano de tratamento deve ser personalizado para cada paciente.
“É importante trabalhar com um nutricionista ou dietista especializado em doenças inflamatórias intestinais para desenvolver um plano de alimentação que atenda às necessidades individuais e apoie o tratamento”, conclui Lucas.
Hábitos para minimizar os sintomas das DIIs:
- Seguir uma dieta equilibrada: evitar alimentos que desencadeiem sintomas e optar por uma dieta rica em nutrientes pode ajudar a controlar os sintomas e promover a saúde intestinal;
- Gerenciar o estresse: o estresse pode desencadear ou piorar os sintomas das doenças inflamatórias intestinais. Praticar técnicas de relaxamento, como meditação, yoga ou exercícios de respiração pode ajudar a reduzir o estresse e melhorar os sintomas;
- Manter-se hidratado: beber bastante água é importante para manter a saúde intestinal e prevenir a desidratação, especialmente durante crises de sintomas;
- Exercitar-se regularmente: a atividade física regular pode ajudar a reduzir o estresse, promover a saúde intestinal e melhorar os sintomas das DIIs;
- Seguir o plano de tratamento: é importante seguir o plano de tratamento prescrito pelo médico, incluindo tomar medicamentos conforme indicado e comparecer às consultas de acompanhamento;
- Evitar fumar: o tabagismo pode piorar os sintomas das DIIs e aumentar o risco de complicações. Parar de fumar pode ajudar a melhorar os sintomas e reduzir o risco de complicações;
- Manter um diário de sintomas: manter um registro dos alimentos consumidos, dos sintomas experimentados e de outros fatores que possam influenciar os sintomas pode ajudar a identificar padrões e desencadeadores individuais.
Fonte: Lucas Augusto, gastroenterologista.