Botulismo: o que é a doença rara que paralisou brasileira nos EUA

A jovem desenvolveu botulismo durante seu intercâmbio na cidade de Aspen, no colorado; ela está há dois meses internada nos EUA; entenda a doença

23:41 | Abr. 16, 2024

Por: Isabel Prado
Confira o que é o butolismo, bactéria rara que deixou jovem brasileira paralisada e internada há dois meses (foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)

Claudia de Albuquerque Celada, jovem brasileira de 23 anos, contraiu uma bactéria rara e desenvolveu botulismo quando fazia intercâmbio em Aspen, no Colorado, Estados Unidos.

Celada deu entrada no hospital no dia 17 de fevereiro de 2024 sentindo falta de ar, visão embaçada e tontura, e foi diagnosticada com botulismo 15 dias depois, segundo sua irmã Luísa, em entrevista para o UOL.

Após ser internada, o rosto da jovem começou a paralisar e, logo depois, o corpo todo também, sintoma comum da doença. 

Veja do que se trata o botulismo, os principais sintomas, o tratamento da doença e outras informações.

Botulismo: o que é?

De acordo com o Ministério da Saúde, o botulismo é uma doença neuroparalítica grave, rara, não contagiosa, causada pela ação de uma potente toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum (C botulinum).

Geralmente é contraído por meio de ferimentos ou pela ingestão de alimentos contaminados que não têm produção e/ou conservação adequada. 

A agência ainda afirma que todas as formas de botulismo podem levar à morte, se não forem tratadas adequadamente, e são consideradas emergências médicas e de saúde pública. Por isso, na presença de qualquer sintoma é essencial procurar ajuda médica imediata.

Botulismo: principais sintomas

A doença pode apresentar diversos sintomas, como dor de cabeça, diarreia, náuseas, vômitos, dificuldade para respirar, paralisia descendente da musculatura respiratória, comprometimento de nervos cranianos e outras.

Mas também existem os sintomas específicos, que vão de acordo com qual botulismo a pessoa contraiu.

Botulismo alimentar

Os principais sintomas podem ser gastrointestinais e/ou neurológicos, com início rápido e progressivo. Os sinais gastrointestinais mais comuns são: náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal. Já as manifestações neurológicas são: visão turva, dificuldade de engolir e boca seca.

Botulismo intestinal

No botulismo intestinal, os sintomas variam em casos leves e graves. O indivíduo pode apresentar apenas fraqueza muscular ou dificuldades de se alimentar, até paralisias bilaterais descendentes, que podem progredir para comprometimento respiratório.

Botulismo por ferimentos

É parecido com o do botulismo alimentar, mas também pode ter febre decorrente de contaminação do ferimento e sem os sintomas gastrointestinais.

Botulismo: prevenção

A prevenção da doença está diretamente relacionada com os cuidados com o preparo, consumo, distribuição e comercialização de alimentos, além da higiene dos alimentos e das mãos.

Botulismo: tratamento

O tratamento deve ser realizado o quanto antes, ainda na aparição dos primeiros sintomas. O ideal também é ir para um hospital que tenha unidade de terapia intensiva (UTI), tendo em vista que diminuem as chances de óbito.

De acordo com o Ministério da Saúde, o tratamento efetivo da doença se baseia em dois conjuntos de ações: tratamento de suporte e tratamento específico que pode ser consultado em detalhes no Manual Integrado de Vigilância Epidemiológica do Botulismo.

Tratamento de suporte

As medidas gerais de suporte e monitorização cardiorrespiratória são as condutas mais importantes no tratamento do botulismo;

Tratamento específico

Visa eliminar a toxina circulante e a sua fonte de produção, o C. botulinum, pelo uso do soro antibotulínico (SAB) e de antibióticos.

Botulismo: família da jovem está tentando trazê-la para o Brasil

Claudia está em um hospital de Denver, no Swedish Medical Center. "Assim que comunicaram que ela ia ter que ser transferida daquele hospital que ela entrou em Aspen para um hospital em Denver, que é onde ela está agora, a gente sabia que o caso ia ser um pouco mais complicado. Ela foi transferida de helicóptero, foi intubada, então o caso já estava muito sério", disse a irmã da paciente para o UOL.

A família quer trazer a jovem para continuar o tratamento no Brasil. No entanto, o translado custaria U$ 200 mil, que dá em torno de R$ 1 milhão, fora os custos da internação da jovem neste período de dois meses. Porém, a família já fez uma vaquinha para arrecadar o valor do transporte aéreo.

Luísa afirmou que sua irmã já fez alguns progressos no tratamento, com o uso de medicamentos diários, além de terapia física e respiratória.  

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