Sintomas da dengue: como identificar e buscar um médico

Com o início do período chuvoso no Ceará, a população deve ficar alerta para os cuidados contra as arboviroses. Dentre elas está a dengue, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. O Brasil já ultrapassou 500 mil casos prováveis de dengue desde o início deste ano, e algumas cidades já enfrentam uma epidemia da doença. 

Por isso, é importante estar atento para identificar os sintomas. O médico Rui de Gouveia, gerente de Vigilância Epidemiológica de Fortaleza, explica que é preciso ter atenção aos sintomas desde o início, sempre buscar atendimento médico e não se descuidar no combate ao mosquito.

Segundo ele, os principais sintomas da dengue são:

• Febre, com mais de 38 graus;
  
• Dor de cabeça;
  
• Dor no corpo;
  
• Dor atrás dos olhos;
  
• Em alguns casos, o paciente pode sentir dores nas articulações e manchas avermelhadas na pele.

Nos casos mais graves da doença, além dos sintomas elencados acima, é comum náuseas, vômitos, dores abdominais e tontura. “Vômitos que você não consegue controlar e dor abdominal muito forte, que não passa espontaneamente com medicamento”, detalha.

Sintomas de dengue: Quanto tempo dura?

A dengue é uma doença que dura, no máximo, sete dias. O risco de complicação não ocorre nos primeiros dias já que os sintomas são os mesmos, seja para dengue branda ou para a dengue grave.

Após o quarto ou quinto dia, é normal que a febre baixe ou cesse. É nesse período que podem aparecer os sintomas mais graves da doença, como a tontura causada pela desidratação e queda de pressão.

Sintomas de dengue: Quando buscar atendimento médico?

Caso você esteja diante de um quadro suspeito de dengue, é importante procurar assistência médica ainda no início dos sintomas.

“A primeira coisa é procurar um atendimento, para que o paciente possa ser avaliado e seja feita a notificação para as autoridades”, explica Rui de Gouveia.

Depois do atendimento, o paciente também deve seguir à risca as orientações dadas pelos médicos ou enfermeiros. Sobretudo sobre a hidratação, o que faz toda a diferença.

Seguir as orientações médicas e se manter hidratado reduz o risco de complicações pela doença.

Dengue: VEJA quais remédios evitar e quais usar para tratar sintomas

É possível diferenciar a dengue grave apenas pelos sintomas?

Apesar dos sintomas acrescentados em casos de dengue grave, não é possível para o paciente diferenciar a dengue moderada ou fraca da grave apenas pelos sintomas.

Rui explica que alguns sinais de atenção só podem ser percebidos por exames detalhados feitos pelos profissionais da saúde.

Por exemplo: se um paciente não está sentindo tontura, mas procura uma unidade de saúde e constata-se uma alteração de pressão, já considera-se um sinal de alerta. Um sinal que não estava facilmente perceptível pelos sintomas físicos.

Sintomas de dengue: Como evitar a doença?

Mesmo entendendo sobre os sintomas e quando procurar o atendimento médico, a população deve estar empenhada em evitar que a doença se prolifere. Por isso, algumas medidas são necessárias.

A princípio, o combate aos focos do mosquito é uma medida eficiente para controlar a doença. A dengue não é transmitida de pessoa para pessoa, mas quando o Aedes aegypti pica uma pessoa contaminada e em seguida uma pessoa saudável.

Daí vem a importância de o paciente se isolar nos primeiros dias da doença, para que o ciclo de contaminação não continue.

Por isso, deve-se ter o cuidado constante com focos de água parada. “Se você teve todo aquele cuidado de limpeza dos recipientes, mas na semana seguinte chover e você não fizer a mesma coisa, uma semana depois pode ter mosquito”, aponta Gouveia.

Outra opção para se proteger é o uso de repelentes. O uso deve ser feito de forma correta, durante o dia, principalmente em locais que haja possibilidade de proliferação do mosquito.

No último mês, imunizantes contra a dengue começaram a ser distribuídos pelo Ministério da Saúde e deve se tornar mais uma forma de proteger a população. A vacina Qdenga, do laboratório japonês Takeda, teve seu registro aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023.