Próstata aumentada: entenda a condição do Rei Charles III
O monarca irá se submeter a uma cirurgia corretiva na próxima semana, segundo o Palácio de Buckingham; saiba mais sobre a próstata aumentadaO rei Charles III da Inglaterra, 75 anos de idade, fará uma cirurgia corretiva para um caso de próstata aumentada na próxima semana, segundo anúncios do Palácio de Buckingham nesta quarta-feira, 17. A condição do monarca é considerada benigna e não está associada ao câncer de próstata.
A nora de Charles, a princesa Kate, também foi hospitalizada na quarta-feira, para uma cirurgia abdominal.
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A publicidade em torno da cirurgia do rei é vista como uma oportunidade para incentivar outros homens a fazerem exames de próstata, já que o palácio enfatizou que o monarca procurou tratamento "como milhares de homens a cada ano".
O urologista Gustavo Persici, membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia, falou ao O POVO sobre a doença. Confira mais informações sobre a próstata aumentada.
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Entenda o que é a próstata aumentada, condição de Rei Charles III
O aumento da próstata, também chamado de hiperplasia prostática benigna (HPB), é uma condição que causa o crescimento de tecido prostático, que cobre a uretra. Está diretamente relacionada à idade.
A partir dos 50 anos, os homens devem ficar atentos aos sintomas e buscar tratamento quando necessário. A doença é mais frequente a partir dos 60 anos, principalmente aos 70 ou 80 anos, como é o caso do monarca britânico.
Segundo Gustavo, os homens podem desenvolver a doença em algum momento da vida. No entanto, apenas precisarão de intervenção cirúrgica.
Próstata aumentada, condição de Rei Charles III: principais sintomas
Conheça os principais sintomas notados pelos pacientes identificados com próstata aumentada, elencados a seguir:
- Dificuldade de urinar;
- Jato urinário fraco;
- Sensação de não esvaziar totalmente a bexiga;
- Aumento da frequência urinária;
- Irritação da bexiga.
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Próstata aumentada, condição de Rei Charles III: Quais os riscos da doença?
Apesar de ser considerada uma condição benigna, caso o paciente não busque o tratamento adequado, a doença pode evoluir para formas mais graves.
Dentre os riscos estão problemas de insuficiência renal, um quadro mais grave de retenção urinária e ter que utilizar sonda para urinar; cálculo de bexiga, ou seja, formar uma pedra na bexiga por conta da retenção urinária; e também casos de infecção urinária de repetição.
Próstata aumentada, condição de Rei Charles III: Quais os cuidados para não ter a doença?
Gustavo explica que é difícil fazer prevenção para os casos de próstata aumentada, já que está muito relacionada à idade dos pacientes.
“É uma condição inerente à condição humana e à idade. É uma doença inerente ao envelhecimento mesmo e tem muito da condição genética. Se a pessoa é do sexo masculino, com a idade e com alguma condição genética, ela vai desenvolver essa doença”, explica o urologista.
Entretanto, ele afirma que é importante detectá-la precocemente, com o acompanhamento de um urologista.
Próstata aumentada tem alguma relação com o câncer de próstata?
O urologista destaca que não há uma relação direta entre os casos de próstata aumentada e o câncer de próstata. Nesse caso, o paciente também pode apresentar as duas condições ao mesmo tempo.
Entre as principais diferenças, nem sempre é possível identificar o câncer de próstata em seus sintomas iniciais.
“Quando tá bem inicial, ela (a doença) não comprime a uretra como a hiperplasia benigna da próstata (ou próstata aumentada). Então (a condição) acontece em uma zona mais periférica da próstata. Por isso que o câncer de próstata é silencioso”, explica Persici.
“Já a hiperplasia benigna da próstata costuma dar sintomas mais frequentes. Até porque ela surge numa área mais próxima da uretra, atrapalhando o fluxo urinário”, completa.
Próstata aumentada, condição de Rei Charles III: qual o tratamento para a doença?
A maioria dos pacientes identificados com a próstata aumentada não precisa realizar a cirurgia. Em casos leves, por exemplo, o ideal é manter um acompanhamento médico, incluindo medicamentos capazes de relaxar o colo vesical e a próstata e facilitar a passagem da urina.
“Tem medicamentos também que diminuem o tamanho da próstata e isso com o tempo leva a uma redução de até 40%. Tem uma redução do risco de necessidade de cirurgia”, revela o profissional.
Em cirurgias, destaca-se a presença da ressecção endoscópica da próstata, realizada com o auxílio de uma câmera diminuta introduzida na uretra.
Outra tecnologia recente utiliza o laser para a cirurgia, sem incisões na pele, apresentando menores riscos de complicações. (Colaborou: Penélope Menezes)
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