Leptospirose: o que é, quais os sintomas, como prevenir e tratar doença

Em 2023 foram 2711 casos e 236 óbitos segundo dados do Ministério da Saúde. Confira a seguir, como evitar o contágio neste período de maior incidência por conta das chuvas

A leptospirose é uma enfermidade endêmica, manifestando-se de forma epidêmica durante os períodos de chuvas no Brasil, especialmente nas metrópoles e capitais.

Isso ocorre devido às enchentes, às insuficiências nas condições de saneamento básico e à elevada presença de roedores infectados. A doença voltou a preocupar a população após o caso de um caminhoneiro que comeu uma manga do chão e ficou em estado grave após ser diagnosticado com leptospirose. Roberto Luis de Lima, de 53 anos, ingeriu o fruto no dia 7 de dezembro, em uma rodovia no estado de São Paulo (SP). Após dois dias, o caminhoneiro voltou para casa e começou a ter dores musculares, vômito e febre.

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Confira a seguir o que é, quais os sintomas e como se prevenir corretamente da Leptospirose de acordo com o Ministério da Saúde:

O que é a Leptospirose

A leptospirose é uma enfermidade infecciosa aguda, febril, provocada pela exposição direta ou indireta à urina de animais, especialmente ratos, que estão infectados pela bactéria Leptospira. O risco de letalidade pode atingir até 40% nos casos mais severos.

Transmissão

Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão ocorre por meio da penetração da bactéria na pele por lesões, imersão prolongada da pele íntegra em água contaminada ou através de mucosas.

O período que corresponde ao intervalo entre a infecção e o início dos sintomas varia de 1 a 30 dias, com manifestações geralmente surgindo entre 7 a 14 dias após a exposição a ambientes de risco.

Sintomas

As apresentações clínicas abrangem desde formas assintomáticas e subclínicas até quadros graves, muitas vezes associados a manifestações fulminantes, dividindo-se em duas fases distintas: fase precoce e fase tardia.

Na fase precoce, os principais sintomas incluem:

  • Febre
  • Dor de cabeça
  • Dor muscular, especialmente nas panturrilhas
  • Falta de apetite
  • Náuseas/vômitos

Ainda segundo o Ministério da Saúde, em cerca de 15% dos casos de leptospirose, há uma progressão para manifestações clínicas graves, geralmente iniciando-se após a primeira semana de doença. Em muitos casos, a internação hospitalar pode ser necessária.

Manifestações na fase tardia incluem:

  • Síndrome de Weil, insuficiência renal e hemorragias.
  • Síndrome de hemorragia pulmonar, caracterizada por lesão pulmonar aguda e sangramento significativo.
  • Comprometimento pulmonar, manifestando-se por tosse seca, dispnéia e expectoração com presença de sangue.
  • Síndrome da angústia respiratória aguda (SARA).
  • Manifestações hemorrágicas, que podem ocorrer nos pulmões, pele, mucosas, órgãos e sistema nervoso central.

Como se prevenir

As estratégias de prevenção e controle devem ser direcionadas à melhoria das condições de proteção de trabalhadores expostos e também à higiene da população.

Além de medidas corretivas no meio ambiente para reduzir sua capacidade de suporte para a instalação e proliferação de roedores.

Em relação à água para consumo humano, é fundamental a utilização de água potável, filtrada, fervida ou clorada, especialmente devido às possíveis quebras na canalização durante enchentes.

A lama proveniente de enchentes também possui alto potencial infectante e adere a móveis, paredes e chão. Recomenda-se remover essa lama com luvas e botas de borracha, seguido por uma lavagem e desinfecção do local utilizando uma solução de hipoclorito de sódio a 2,5%.

A proporção sugerida é de duas xícaras de chá (400 mL) de hipoclorito de sódio a 2,5% para cada 20 litros de água, deixando a solução agir por 15 minutos.

Deve-se evitar o contato com água ou lama de enchentes e impedir que crianças nadem ou brinquem nessas águas. As pessoas envolvidas na limpeza de lama, entulhos e desentupimento de esgoto devem utilizar botas e luvas de borracha, ou sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés.

Para o controle de roedores, é recomendável o armazenamento adequado e a destinação correta do lixo, o armazenamento apropriado de alimentos, a desinfecção e vedação de caixas d'água, bem como a vedação de frestas e aberturas em portas e paredes. O uso de raticidas (desratização) deve ser conduzido por profissionais devidamente capacitados.

Tratamento

O tratamento com antibióticos deve ser iniciado assim que houver suspeita de leptospirose. Em casos leves, o atendimento pode ser realizado de forma ambulatorial, mas, nos casos graves, a hospitalização é recomendada imediatamente para prevenir complicações e reduzir a letalidade.

Atenção: A automedicação não é aconselhada. Ao suspeitar da doença, é importante procurar atendimento médico e relatar qualquer exposição de risco.

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