Morangos e frutas vermelhas são aliados no combate à demência, aponta estudo
Nutrientes e antioxidantes da fruta podem ajudar a incrementar os níveis do aprendizado verbal, da memória, do metabolismo e do humor
15:01 | Nov. 18, 2023
Consumir porções de morango diariamente pode ajudar a reduzir o risco de demência e melhorar habilidades de pensamento em homens e mulheres de meia-idade. É essa uma das conclusões do estudo "Intervenção precoce no envelhecimento cognitivo com suplementação de morango" (traduzido do inglês) feito por pesquisadores da Universidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, e publicado em outubro último na revista científica Nutrients.
A pesquisa que indicou os benefícios do morango é parte de uma investigação mais ampla sobre as vantagens da ingestão diária de frutas vermelhas, como mirtilos e cranberries (que no Brasil também é conhecida como oxicoco e mirtilo-vermelho), para o cérebro.
Os mirtilos, por exemplo, que já eram conhecidos por seus benefícios ao coração, à visão e no controle de diabetes, hipertensão e infecções urinárias, agora passa ter sua inclusão nas dietas indicada para reduzir as probabilidades de desenvolvimento de Alzheimer e outras formas de demência em populações de meia-idade.
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Os morangos, como apontado pela nova fase do estudo, teriam propriedades semelhantes no combate à demência. Sua composição química ajudaria no enfrentamento a variados tipos de inflamação, condição que vem sendo cada vez mais associada ao agravamento de doenças crônicas ligadas ao envelhecimento, como o Alzheimer.
Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Cincinnati e autor principal do estudo, o pesquisador Robert Krikorian explicou a descoberta: "Tanto os morangos quanto os mirtilos contêm antioxidantes chamados antocianinas, que têm sido ligados a uma variedade de benefícios à saúde, como melhorias metabólicas e cognitivas".
Segundo Krikorian, "existem dados epidemiológicos que sugerem que as pessoas que consomem morangos ou mirtilos regularmente têm uma taxa mais lenta de declínio cognitivo com o envelhecimento".
Além disso, a ingestão de morangos e frutas vermelhas colaboraria para uma dieta rica em fibras, que tem sido associada a um menor risco no desenvolvimento de Alzheimer.
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Como funcionou o estudo
O estudo partiu do recrutamento de 30 homens e mulheres com idade entre 50 e 65 anos que, embora não tivessem Alzheimer ou outros tipos de comprometimento cognitivo, relatavam queixas sobre a condição de suas memórias. Além disso, apresentavam excesso de peso, com Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 25.
Os participantes do estudo foram divididos em dois grupos iguais. A primeira metade inseriu morangos (na forma de pó) em suas refeições matinais diárias. Os demais receberam um pó com a mesma aparência e sabor, mas sem os nutrientes presentes no morango. Ao longo de doze semanas, os participantes se abstiveram do consumo de outras frutas silvestres ou alimentos que as contivessem.
A partir de testes realizados antes e depois das doze semanas, os pesquisadores identificaram que o grupo que havia consumido o pó de morango diariamente havia apresentado melhorias significativas nos níveis de aprendizado verbal, nos testes de memória e de humor. Sinais de depressão também sofreram redução.
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Antioxidantes poderosos
O segredo por trás dessa série de benefícios estaria, de acordo com o estudo, na presença de antocianinas, pigmentos vegetais naturais responsáveis por dar às frutas essas colorações avermelhadas.
A abundância do elemento da natureza é, inclusive, considerada uma alternativa importante para a gradativa substituição de corantes sintéticos, como já indicavam estudos prévios.
Esses pigmentos pertencem a uma classe de nutrientes vegetais chamados flavonóides, que desempenham uma ação protetora poderosa contra processos oxidativos naturais dos organismos.
Eles atuam na neutralização de compostos de oxigênio altamente reativos com capacidade para danificar células de todo o corpo, inclusive do cérebro.
Embora o estudo realizado pela Universidade de Cincinnati ainda precise ser ampliado para melhor avaliar o papel desses nutrientes na saúde do cérebro a longo prazo, seus resultados reforçam a indicação de que diversificar a dieta a partir de uma grande variedade de frutas e vegetais coloridos pode trazer benefícios consideráveis para a saúde do corpo e da mente.