Álcool e cigarro juntos aumentam as chances de surgimento de cânceres
O consumo de álcool pode aumentar a característica carcinogênica dos cigarros, aumentando as chances de cânceres na região da cabeça e pescoço
Isolados, o tabagismo e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas já podem ter consequências negativas à saúde, porém, quando combinados, esses hábitos podem aumentar a chance de desenvolvimento de cânceres, principalmente na região da cabeça e pescoço.
Sozinho, o cigarro é um potencial causador de câncer, tanto na região da cabeça e pescoço, quanto cânceres de pulmão, bexiga e estômago. O mesmo vale para os cigarros eletrônicos, que também contêm nicotina. Entretanto, quando o tabagismo se junta ao consumo de álcool, as chances de surgimento de cânceres são ainda maiores.
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Isso acontece porque o álcool causa uma lesão crônica na mucosa da cavidade oral, o que pode potencializar a característica carcinogênica — que propicia o surgimento de cânceres — da nicotina. É o que explica o otorrinolaringologista e especialista da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), André Alencar.
“É muito comum, é muito habitual você ver o paciente ali no bar, bebendo. A pessoa fala: ‘Mas eu só fumo quando eu bebo’. É péssimo o hábito de você fumar e beber ao mesmo tempo. Você não pode realmente ter esse tipo de hábito porque você aumenta muito o risco de você desenvolver esse tipo de problema”, orienta o médico.
De acordo com o profissional, há vários trabalhos sérios que mostram que essa simbiose entre álcool e nicotina é prejudicial. Além de cânceres, outras doenças comumente causadas pelo consumo de cigarros e bebidas alcoólicas são úlceras gástricas e esofagites.
É importante lembrar que o consumo de álcool em excesso também é prejudicial à saúde. Além de causar uma laceração na mucosa da região que compreende a língua, faringe e laringe, a bebida em excesso pode estar associada a problemas no fígado e no cérebro, segundo o médico.
O problema, entretanto, não é só beber e fumar no mesmo momento, mas manter ambos os hábitos juntos também pode ser prejudicial à saúde a longo prazo. Outro agravo a essa situação é, de acordo com André Alencar, a infecção pelo vírus HPV.
“Em cima disso tudo, a gente ainda tem uma epidemia de HPV. Então você tem uma epidemia de HPV e um paciente que fuma muito, que bebe muito, tudo isso quando se junta causa problemas graves com risco grave do desenvolvimento de câncer nessa região da cabeça e pescoço. O grande problema que a gente vive hoje é justamente esse tipo de hábito”, relata André.