Quem dorme entre 22 e 23 horas tem menos chances de desenvolver doenças cardíacas, diz pesquisa
Mais de 88 mil pessoas, entre 45 e 79 anos, participaram da pesquisaTrabalho, estudos e vida social. São muitas as atividades que nos impedem de ter uma rotina consistente de sono. Afinal, existe um horário ideal para dormir? Um estudo publicado em novembro de 2021 pela revista científica European Heart Journal-Digital Health e pela Universidade de Harvard aponta que pessoas que vão dormir entre as 22 horas e 22h59min têm uma probabilidade menor de desenvolver doenças cardíacas, além de aproveitarem uma noite de sono melhor.
Mais de 88 mil pessoas, entre 45 e 79 anos, participaram da pesquisa. Eles foram monitorados durante uma semana por meio de aparelho, colocado no pulso. Os participantes, além disso, responderam perguntas sobre seus hábitos e estilo de vida.
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A partir disso, os pesquisadores acompanharam os voluntários por cinco anos e meio para identificar possíveis problemas cardiovasculares e ataques cardíacos.
Os resultados apontam que, em comparação com quem dormia entre as 22 horas e 22h59min, os índices de doenças cardiovasculares foram 25% mais altos entre os que se deitavam à meia-noite ou mais tarde, 11% mais altos entre quem começava a dormir às 23 horas e 24% entre quem começava antes das 22 horas.
Existe, portanto, uma relação entre o ritmo circadiano e a melatonina — hormônio responsável por induzir o sono —, segundo Alejandro Andersson, médico neurologista e diretor do Instituto de Neurologia de Buenos Aires.
“Se você for para a cama mais cedo do que o intervalo recomendado, terá mais dificuldade em adormecer porque a melatonina ainda não está completamente secretada”, diz ao periódico argentino La Nación.
"Quanto mais tarde você adormecer, maiores serão as chances de aumentar a privação do sono e de ficar mais predisposto a desenvolver problemas colaterais", explica ele.
Andersson, no entanto, aponta que existem outros fatores a serem considerados, além daqueles da pesquisa, para definir um horário de sono ideal. "Embora o pico máximo de secreção de melatonina esteja entre as 22 horas e 23 horas, a produção pode variar de acordo com cada pessoa."
Rosana Gogorza, médica neurologista especializada em bem-estar e qualidade de vida, afirma, que “o importante é estabelecer uma rotina em que você se deite e acorde na mesma hora, sem a necessidade de usar o despertador.
"Ou então, uma boa alternativa é configurá-lo para dormir”, disse ao La Nación. Ela recomenda estabelecer horários de acordo com as atividades pessoais e priorizar o sono de sete a nove horas por noite, no caso de adultos saudáveis.
Como é insustentável manter um hábito de forma perfeita nos dias de hoje, Gogorza também recomenda aplicar o método 90/10: "Ter 90% do tempo boas práticas relacionadas ao descanso e 10% de margem para abrir mão um pouco sempre que necessário, por exemplo, quando se tem um compromisso", explica.