Doença de Lyme: entenda infecção que afastou Bella Hadid das passarelas

A doença, causada por bactéria transmitida em carrapato, pode causar dores musculares e nas articulações, com manchas avermelhadas; saiba o que tem Bella Hadid

A modelo Bella Hadid atualizou suas redes sociais no domingo, 6, com novas informações sobre o tratamento da Doença de Lyme. A norte-americana foi diagnosticada há cerca de uma década e sofria com batimentos cardíacos irregulares e dores nas articulações.

Hadid decidiu se afastar das passarelas e do ambiente virtual para tratar de maneira intensiva a condição e os seus sintomas, que haviam regressado. A doença de Lyme é considerada uma infecção bacteriana transmitida por carrapatos hematófagos da espécie Ixodes, infectados pela bactéria Borrelia burgdorferi.

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“Tenho muita gratidão e perspectiva de vida, esses mais de 100 dias de Lyme, doença crônica, tratamento, quase 15 anos de sofrimento invisível, tudo valeu a pena”, explica em postagem no Instagram com fotos de seu tratamento e diagnóstico.

Saiba o que é a doença de Lyme, que afeta a modelo Bella Hadid e outros famosos.

Doença de Lyme: como é transmitida

A transmissão da Doença de Lyme ocorre por meio dos carrapatos da espécie Ixodes que são hematófagos, ou seja, cuja alimentação depende de sangue. O inseto deve estar infectado pela bactéria Borrelia burgdorferi para que o processo aconteça.

Segundo o portal da Fundação Ezequiel Dias (Funed), o processo de transmissão “ocorre se o carrapato ficar grudado à pele por pelo menos 24 horas”. Em sua fase inicial, manchas avermelhadas (eritema) podem aparecer ao redor da área picada.

Origem da Doença de Lyme

Os primeiros registros da doença foram identificados por volta de 1976 na cidade de Lyme, em Connecticut, nos Estados Unidos. Um grupo de adultos e crianças residentes no estado começaram a apresentar sintomas artríticos incomuns.

Em 1982, a bactéria causadora da doença foi descoberta e o primeiro folheto abordando a Doença de Lyme foi desenvolvido pela Arthritis Foundation, de acordo com o Departamento de Saúde Pública de Connecticut.

Doença de Lyme: diagnóstico

“O diagnóstico é baseado principalmente na história clínica compatível (contato com carrapatos em pacientes provenientes em zonas endêmicas para a doença associado a sintomas compatíveis, por exemplo) e exames laboratoriais específicos (sorológicos)”, explica o infectologista Eduardo Côrrea ao O POVO.

Os exames em laboratório seriam capazes de detectar anticorpos produzidos pelo corpo contra as bactérias causadoras da condição. Outra opção são análises por meio de uma técnica chamada PCR, que detecta diretamente material genético das bactérias.

“Porém estes últimos (exames usando PCR) são mais caros e utilizados geralmente no contexto de pesquisas científicas”, completa Côrrea.

Doença de Lyme: sintomas

Os sinais e sintomas precoces podem ser identificados entre três a 30 dias após a picada do carrapato. Eles incluem febre, calafrios, fadiga, dores musculares e articulares e erupção cutânea com eritema migratório (EM).

O destaque foi feito pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), nos Estados Unidos, e também inclui sintomas tardios, que se revelam de dias a meses após a picada. A seguir, estão reproduzidos em tópicos na íntegra:

  • Fortes dores de cabeça e rigidez do pescoço
  • Erupções EM adicionais em outras áreas do corpo
  • Paralisia facial (perda de tônus muscular ou queda em um ou ambos os lados da face)
  • Artrite com dor intensa nas articulações e inchaço, principalmente nos joelhos e outras grandes articulações
  • Dor intermitente nos tendões, músculos, articulações e ossos
  • Palpitações cardíacas ou batimentos cardíacos irregulares (cardite de Lyme)
  • Episódios de tontura ou falta de ar
  • Inflamação do cérebro e da medula espinhal
  • Dor no nervo
  • Dores agudas, dormência ou formigamento nas mãos ou pés

Doença de Lyme: tratamento

O tratamento para a Doença de Lyme é realizado com antibióticos que tenham ação contra as bactérias causadoras. “O principal sendo a Doxiciclina, mas há outras opções para pacientes que por algum motivo não possam fazer uso desta droga”, diz o infectologista.

O profissional indica que tratar a Doença de Lyme deve ser instituída “o mais precoce possível”, de forma a evitar complicações a longo prazo. “O objetivo é cuidar da infecção enquanto ela ainda está localizada na picada do carrapato”, revela.

Doença de Lyme existe no Brasil?

“Vale ressaltar que esta é uma doença típica do hemisfério norte (principalmente EUA e Europa), não sendo endêmica ao Brasil”, começa Eduardo Côrrea.

O infectologista acrescenta que existem relatos de doenças causadas por bactérias do gênero Borrelia em território nacional, além de outras doenças graves transmitidas por carrapatos, como a febre maculosa.

Uma espécie de variante da doença no Brasil é conhecida como síndrome de Baggio-Yoshinari, zoonose semelhante à síndrome de Lyme.

Doença de Lyme: famosos que contraíram a doença

Confira a seguir três famosos que já compartilharam o seu diagnóstico com os fãs e a imprensa.

Avril Lavigne

A cantora se afastou dos olhos do público e afirmou ter passado dois anos lidando com a condição e o seu diagnóstico. Em 2019, Avril Lavigne lançou a música “Head Above Water”, uma interpretação de sua experiência com a Doença de Lyme.

“Aqueles foram os piores anos da minha vida, pois passei por batalhas físicas e emocionais. Consegui transformar essa luta em música da qual tenho muito orgulho", compartilhou Avril em seu site pessoal.

Justin Bieber

Em 2020, o cantor Justin Bieber revelou que sofria com a Doença de Lyme, além de mononucleose. O comunicado veio após severas críticas sobre a aparência do artista, comparando Bieber com um usuário de drogas.

“(Os críticos) não se deram conta de que recentemente fui diagnosticado com a Doença de Lyme, e não apenas isso: tive um grave caso de mononucleose crônica que afetou minha pele, função cerebral, energia e saúde no geral”, rebateu.

Shania Twain

Outra cantora na lista, Shania Twain contraiu a doença em 2003 e confessou que um de seus sintomas, a disfonia (alteração da qualidade acústica), dificultou a sua carreira musical.

A dona do hit “Man! I Feel Like a Woman!” descreveu em seu documentário (“Not Just a Girl”) que sentia tonturas ao entrar no palco, inclusive sensação de desequilíbrio.

“Eu estava tendo esses apagões de muito, muito, muito milissegundos, mas regularmente, a cada minuto ou a cada 30 segundos”, explicou.

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