SUS terá tratamento instantâneo criado na USP para câncer de pele

Comissão que analisa novos tratamentos na rede pública de saúde havia negado proposta em 2019, mas avanços na pesquisa permitiram aprovação para uso no SUS

Uma terapia capaz de diagnosticar e tratar o câncer de pele no mesmo dia será integrado ao Sistema Único de Saúde (SUS). A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), órgão que avalia a adição de novos tratamentos à rede pública de saúde, emitiu o parecer favorável ao uso da técnica no começo deste mês.

A chamada terapia fotodinâmica usa um medicamento sensível à iluminação e pulsos rápidos de luz para combater o câncer de pele não melanoma do tipo carcinoma basocelular superficial e nodular. A técnica foi desenvolvida ao longo de 20 anos por cientistas da Universidade de São Paulo (USP).

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Atualmente, a técnica padrão contra o câncer de pele no SUS é a cirurgia de retirada do tumor. No entanto, uma série de casos, como pacientes com imunidade comprometida ou situações em que o carcinoma ocorre em áreas de risco no corpo, não podem ser resolvidos com este tratamento.

Novo tratamento contra câncer de pele é barato e eficaz

A terapia fotodinâmica, por sua vez, pode agir mesmo nestes casos. Outras vantagens da técnica são o baixo custo de implementação e a possibilidade de uso ambulatorial - isto é, o equipamento necessário, de menor porte, não precisa estar instalado em hospitais.

Deste modo, postos de saúde e locais de difícil acesso podem ofertar o tratamento. Outra possibilidade é transportar o equipamento para realizar a terapia em pacientes com problemas de locomoção ou acamados.

Nas pesquisas apresentadas pela USP à Conitec, o índice de cura do câncer de pele com o uso da terapia fotodinâmica é de 90%. Segundo o órgão, há "taxas mínimas de recidiva", indicando que o tratamento é eficaz no longo prazo, evitando que os tumores voltem.

Terapia fotodinâmica havia sido reprovada pelo SUS

Em 2018, a USP já havia solicitado à Conitec que a terapia fotodinâmica fosse integrada ao SUS. O processo se estendeu até 2020, com o comitê decidindo por não aprovar a adição.

Segundo o Conitec, as evidências à época demonstravam eficácia apenas estética, não havendo comprovação de benefícios a longo prazo. Uma consulta pública sobre o tema chegou a ser realizada, mas o comitê manteve a decisão contrária ao uso da terapia fotodinâmica.

Em 2022, com avanços na pesquisa e mais estudos demonstrando o funcionamento da terapia fotodinâmica contra o câncer de pele, a universidade solicitou novamente ao Conitec que avaliasse o uso da técnica no SUS. Nesta segunda tentativa, os conselheiros entenderam que as evidências eram suficientes, aprovando o novo tratamento.

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