Poliomielite: pediatra alerta necessidade do esquema vacinal completo
Baixa procura pela prevenção da doença preocupa especialistas da área da saúde. Dados de 2021 do Ministério da Saúde mostram decadência de aplicações da doseA poliomielite — também conhecida como pólio ou paralisia infantil — é uma doença contagiosa aguda causada por um vírus que vive no intestino, chamado poliovírus. Esses vírus ocasionam as paralisias musculares, comprometendo os membros inferiores do corpo humano.
Conforme o Ministério da Saúde (MS), desde 1990 não há registros da doença no Brasil. No entanto, a doutora Rayana Café, médica-pediatra e membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), evidencia que o risco da enfermidade voltar é colocada à prova caso a cobertura vacinal não seja adequada, pois as crianças são as mais vulneráveis.
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“A transmissão da poliomielite se dá pelo contato com água, alimentos, objetos ou as próprias mãos contaminadas com o vírus, que por sua vez é eliminado nas fezes e secreções de uma pessoa contaminada. Como a criança pequena ainda não adquiriu os hábitos de higiene adequados, está mais suscetível à infecção”, revela a profissional.
Atualmente, porém, o maior risco dos casos voltarem é devido à baixa cobertura vacinal, alerta Rayana.
Dados do MS apontam que a cobertura vacinal da população vem despencando, chegando em 2021 a menos de 59% da população imunizada. Em 2020, o índice era de 67% e em 2019, de 73%. O patamar preconizado pelo órgão de saúde é de 95%. Portanto, pais ou responsáveis devem estar cada vez mais atentos para o ressurgimento da doença.
Pelo calendário vacinal, a primeira dose da vacina é aplicada aos dois meses de idade. A aplicação das doses podem ser feitas em qualquer posto de saúde.
Ademais a vacina VIP (Vacina Inativada Poliomielite) é distribuída o ano inteiro e indicada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) aos 2, 4 e 6 meses, com reforço de VOP (Vacina Oral Poliomielite) aos 15 meses e aos 4 anos de idade.
Para Rayana, "as férias são um ótimo momento para colocar as consultas e vacinas em dia, caso estejam atrasadas". Ela também lembra que, para além do calendário, há campanhas anuais de vacinação para crianças de 1 a 5 anos.
“As vacinas do nosso calendário previnem agravamentos de doenças como tuberculose, pneumonias, meningites, hepatites (B e A), catapora, sarampo, entre outras. Também previnem doenças que já foram muito prevalentes no nosso meio, mas que hoje em dia ouvimos falar muito pouco graças às vacinas, como difteria, coqueluche, tétano, rubéola e paralisia infantil”, encerra Rayana.
Saiba quais são as principais vacinas aplicadas nos primeiros anos de vida:
- BCG;
- hepatite A e B;
- pentavalente;
- poliomielite (paralisia infantil);
- rotavírus;
- pneumocócica;
- meningocócica;
- tríplice ou tetra viral;
- febre amarela;
- influenza;
- Covid-19.
Na adolescência
- 2ª dose da meningocócica;
- HPV (a partir dos 9 anos);
- Dengue (também a partir dos 9 anos).
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