Guillain-Barré: o que é a doença, sintomas e mais sobre surto no Peru

Considerada rara e grave, síndrome de Guillain-Barré fez o Peu declarar estado de emergência; entenda mais sobre a doença

Nesse domingo, 9, o governo do Peru declarou estado de emergência sanitária durante 90 dias no país, após o aumento repentino de casos da Síndrome de Guillain-Barré. De acordo com o Ministério da Saúde peruano, 182 casos já foram confirmados e quatro mortes foram registradas neste ano.

O surto incomum chamou atenção por ser uma doença considerada rara. Geralmente, a síndrome ataca após um caso infeccioso anterior. Mas, o que é a Guillain-Barré?

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A síndrome de Guillain-Barré é um distúrbio autoimune na qual o sistema imunológico ataca parte do sistema nervoso, que são os nervos que conectam o cérebro com outras partes do corpo.

Entre 5% e 15% das pessoas com o distúrbio acabam morrendo, principalmente quando os neurônios que controlam a respiração são atingidos.

Guillain-Barré: o que causa a síndrome?

Segundo o Ministério da Saúde, por Guillain-Barré ser um distúrbio raro, ele é caracterizado por uma ampla diversidade de sinais e sintomas que variam não só de doença para doença, mas também de pessoa para pessoa acometida pela mesma condição.

Apesar de ainda não saber a causa exata do distúrbio autoimune, sabe-se que a Guillain-Barré está correlacionada com outras condições das quais a síndrome se desencadeia.

A infecção por Campylobacter, que causa diarreia, é a associação mais comum à síndrome. Outras infecções que podem desencadear Guillain-Barré são:

  • Zika
  • Dengue
  • Chikungunya
  • Citomegalovírus
  • Vírus Epstein-Barr
  • Sarampo
  • Vírus de influenza A
  • Mycoplasma pneumoniae
  • Enterovírus D68
  • hepatite A, B, e C
  • HIV

Quem transmite a doença de Guillain-Barré?

Apesar da causa da síndrome estar relacionada a um quadro de infecção viral ou bacteriana, a Guillain-Barré, em si, não é contagiosa. No entanto, o paciente poderá transmitir o vírus que desencadeou a síndrome.

Quais os sintomas de Guillain-Barré?

Segundo o Ministério da Saúde, a maioria dos pacientes percebe inicialmente a doença pela sensação de dormência ou queimação nas extremidades dos membros inferiores (pés e pernas) e, em seguida, superiores (mãos e braços).

Quando se trata dessa síndrome, a fraqueza muscular é ascendente, ou seja, começa pelas pernas, podendo, em seguida, progredir ou afetar o tronco, braços e face, com redução ou ausência de reflexos.

A síndrome pode apresentar diferentes graus de agressividade, provocando leve fraqueza muscular em alguns pacientes ou casos de paralisia total dos quatro membros.

Outros sinais e sintomas que podem estar relacionados à Síndrome de Guillain Barré:

  • Sonolência
  • Confusão mental
  • Coma
  • Crise epiléptica
  • Alteração do nível de consciência
  • Perda da coordenação muscular
  • Visão dupla
  • Fraqueza facial
  • Tremores
  • Redução ou perda do tono muscular
  • Dormência, queimação ou coceira nos membros

Quais são as sequelas de Guillain-Barré?

Em crianças, o caso da síndrome costuma ter uma evolução melhor e, geralmente, não apresentam sequelas. No caso dos adultos, é possível que ele precise fazer fisioterapia ou procurar um fonoaudiólogo — geralmente, a recuperação acontece após alguns meses.

Como se dá o tratamento após manifestação de Guillain-Barré?

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) dispõe do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para a Síndrome de Guillain Barré, que prevê entre outros tratamentos, a disponibilidade do medicamento imunoglobulina intravenosa (IgIV) e do procedimento plasmaférese.

A plasmaférese é uma técnica de transfusão que permite retirar plasma sanguíneo de um doador ou de um doente. O médico é o profissional responsável por indicar o melhor tratamento para o paciente, conforme cada caso.

Guillain-Barré: cuidados para prevenir a doença

Não se conhecendo completamente a causa da síndrome de Guillain-Barré, não há uma prevenção, mas é importante frisar que, com os primeiros sintomas, é fundamental consultar um médico, para que a doença não evolua para um estado grave.

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