Veja as diferenças entre diabetes tipo 1 e tipo 2
17:36 | Jun. 26, 2023
Os alimentos ingeridos pelos seres humanos sofrem um processo de digestão no intestino e se transformam em um açúcar – chamado de glicose. Esse açúcar é absorvido pelo sangue e utilizado como energia. Para que a glicose seja utilizada pelo organismo, é necessária a ação da insulina, uma substância produzida nas células do pâncreas. Quando a glicose não é bem utilizada pelo organismo, ela se eleva no sangue e ocorre a hiperglicemia.
De acordo com a endocrinologista Jamilly Drago, o diabetes mellitus é um grupo de doenças metabólicas que se apresenta como hiperglicemia. Essa condição pode ser resultado da deficiência de insulina, da resistência à ação da insulina ou pode ser decorrente das duas situações. Ou seja, o portador de diabetes apresenta glicose em demasia no sangue por falta de insulina.
Tipos de diabetes
Diabetes tipo 1
Também conhecido como diabetes insulinodependente, diabetes infanto-juvenil e diabetes imunomediado, esse tipo se manifesta quando o corpo produz pouca ou nenhuma insulina. De acordo com Jamilly Drago, esse tipo de diabete representa de 5 a 10% de todos os casos diagnosticados.
“Pode surgir em qualquer idade e se caracteriza por uma deficiência absoluta da produção de insulina, na grande maioria dos casos de uma destruição autoimune das células beta”, complementa. Entretanto, é mais frequente em crianças e adolescentes.
Riscos e causas
O diabetes tipo 1 só apresenta risco de vida se as doses de insulina não forem aplicadas diariamente. Uma das possíveis causas desse tipo de diabetes, de acordo com a endocrinologista, são fatores ambientais como infecções virais, por exemplo.
Tratamento
Não é possível prevenir nem curar o diabetes tipo 1. Entretanto, é possível deixá-lo estável, sem maiores complicações. “Nos últimos anos, a indústria farmacêutica lançou novas terapias para o diabetes, novas insulinas e novas classes de medicamentos que estão revolucionando o tratamento da doença. Não existe cura, mas já existe um termo chamado remissão – um controle tão bem-feito que imita a normalidade –, controlando, assim, a evolução e piora da doença”, assegura Jamilly Drago.
Diabetes tipo 2
Também chamado de diabetes não insulinodependente ou diabetes do adulto, desenvolve-se quando o corpo produz insulina, mas ela é insuficiente para as necessidades daquela pessoa. De acordo com Jamilly Drago, esse tipo de diabetes corresponde a grande parte dos casos da doença. Ocorre geralmente em pessoas obesas com mais de 40 anos, mas pode ocorrer em adultos mais jovens e até em crianças.
“Aproximadamente 70 a 90% dos pacientes diabéticos tipo 2 também têm a síndrome metabólica, ou seja, associada à alteração do colesterol, obesidade, obesidade abdominal e à hipertensão. O início da doença se dá como uma intolerância à glicose”, acrescenta.
Riscos e causas
Embora o diabetes tipo 2 esteja relacionado com maus hábitos alimentares, sedentarismo e estresse da vida urbana, qualquer pessoa pode ser surpreendida pela doença. “Apesar dos fatores de risco incluírem a obesidade, temos também a história familiar de diabetes, como pais ou irmãos com diabetes, história de diabetes gestacional, síndrome dos ovários policísticos e tabagismo”, enumera a endocrinologista.
Diagnóstico tardio
Neste tipo de diabetes, encontra-se a presença de insulina, porém, sua ação é dificultada pela obesidade, o que é conhecido como resistência insulínica, uma das causas de hiperglicemia. Por ser pouco sintomático, o diabetes, na maioria das vezes, permanece por muitos anos sem diagnóstico e sem tratamento, o que agrava a ocorrência de complicações no coração e no cérebro.
Prevenção e tratamentos
Para o diabetes tipo 1 não existe prevenção, mas, com o tratamento adequado, pode ser controlado sem maiores consequências para o diabético. Já o diabete tipo 2, pode ser prevenido por meio de hábitos alimentares saudáveis, pela prática de atividades físicas e com o controle da obesidade e do colesterol. Além disso, deve-se evitar o fumo e o excesso de bebidas alcoólicas.