Hipertensão Arterial: doença atinge 32% da população brasileira

A patologia acarreta problemas irreversíveis e que podem até levar à morte do paciente

16:32 | Abr. 26, 2023

Por: Gabriel Gago
Data relembra pacientes à prevenir e combater hipertensão no Brasil (foto: Wavebreak Media LTD/Freepik)

“Prevenir é melhor do que remediar”. O ditado figura bem quando replicado neste 26 de abril, data em que se celebra o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, doença que afeta — cotidianamente — uma grande parcela da sociedade.

Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) apontam que a hipertensão impacta, pelo menos, três em cada dez pessoas no País. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a hipertensão arterial mata, aproximadamente, 820 pessoas por dia, 30 por hora, ou uma a cada dois minutos.

Ainda segundo o MS, a condição afeta a vida de cerca de 36 milhões de brasileiros, equivalente a 32% da população adulta. Destes, somente 50% sabem que são hipertensos e apenas metade realiza tratamento.

Deize Regina Ribeiro de Araújo Lira, 48, por exemplo, descobriu, há cerca de dois anos, que era hipertensa. A mãe, de 83 anos, também era diagnosticada com a doença e morreu por conta de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). O pai, já idoso (94 anos), foi surpreendido com a mesma notícia quando tinha 92 anos.

“Nunca fiz exame para saber se tinha pressão alta. Comecei a sentir 'gastura', tontura, muita dor na cabeça, fui para UPA mais próxima de casa [no Jurema, em Caucaia], pois estava muito mal, tive umas crises de ansiedade devido a morte inesperada do meu irmão, sentia minhas pernas pesadas, corpo dolorido, o coração acelerou demais, vi que a pressão estava 20x12. O médico tomou um susto. Falou para tomar um coquetel, para não ter um AVC”, conta.

Ao contrário de Deize, Marli Nunes, de 80 anos, conta que sempre teve a pressão normal, 12x7. No entanto, aos 79, começou a apresentar sintomas de mal estar, tontura e ânsia de vômito. “O meu caso é velhice, não é hereditário não”, brinca.

No médico, foi onde percebeu que a pressão dela estava oscilando. “Tinha dia que ficava normal, tinha dia que ficava 17x11. O máximo foi 18”, disse.

Agora, Marli toma um comprimido diário de oito miligramas (ml). Além disso, a cada quatro meses, Marli faz uma visita de rotina ao médico, para realização de exames de sangue e eletrocardiograma (ECG). 

Recomendações de especialista

Fernando Guanabara, médico nutrólogo, afirma que esta doença se trata de uma condição patológica, associada ao processo inflamatório do corpo, e o estilo de vida não saudável, como o sedentarismo, sobrepeso, obesidade, má qualidade do sono, o estresse, colaboram para inflamação do corpo.

O profissional ressalta que a patologia abre alas para o risco de outras doenças, como o infarto, AVC, arritmias, entre outras doenças que acabam elevando o risco iminente de morte.

Para minimizar os riscos da hipertensão arterial sistêmica, haja vista que a hipertensão é incurável, a alternativa mais viável, segundo Fernando, é:

  • Realizar atividades físicas;
  • Promover a qualidade do sono;
  • Eliminar a ingestão de álcool;
  • Abandonar o hábito de fumar;
  • Ter controle do peso;
  • Reduzir o nível de estresse;
  • Evitar, principalmente, alimentos industrializados, e com quantidade elevada de sal e sódio.