Remédio experimental apresenta êxito no tratamento da leucemia

Um estudo clínico publicado na Revista Nature mostrou êxito no uso do Revumenib, que conseguiu eliminar o câncer de 18 dos 68 pacientes que participam do estudo, nos Estados Unidos

21:47 | Mar. 19, 2023

Por: Gabriela Monteiro
A leucemia mieloide aguda (LMA) é o tipo mais comum e mais agressivo do câncer (foto: Reprodução/Internet)

O medicamento Revumenib, que está em fase experimental, conseguiu eliminar o câncer de um terço dos pacientes que possuem leucemias agudas avançadas nos Estados Unidos. Divulgado na Revista Nature na última quarta-feira, 15, o estudo clínico administrou a pílula em 68 pacientes com o diagnóstico da doença com as mutações KMT2A ou NPM1, onde 18 dos participantes foram curados nesta primeira fase de testes.

A leucemia mieloide aguda (LMA) é o tipo mais comum e mais agressivo do câncer. Nela, as células-tronco mielóides, células responsáveis pela produção das células sanguíneas, passam por alterações genéticas que causam a produção descontrolada de células doentes que se reproduzem de maneira rápida.

“As leucemias agudas com rearranjos KMT2A são difíceis de tratar e as mutações NPM1 são a alteração genética mais comum na leucemia mieloide aguda (LMA). Esses subconjuntos não têm terapias direcionadas especificamente aprovadas", disse o líder do estudo, Ghayas Issa.

Vale ressaltar que os resultados são preliminares e que não oferecem uma cura definitiva da leucemia, mas os pesquisadores são otimistas quanto ao desenvolvimento do tratamento. Importante citar também que a droga não funciona para todos os casos, já que dois subtipos genéticos, onde uma proteína permite o progresso da doença, foram usados como base.

Scott Armstrong, um dos autores do estudo, explica que os dois subtipos de leucemia aguda presentes na pesquisa são cerca de 40% dos casos de LMA em crianças e adultos. Nos testes, a proteína com o medicamento produziu respostas significativas para os dois tipos da doença.

“As respostas neste estudo mostram que os inibidores desta proteína podem ser uma opção de tratamento promissora que é bem tolerada pelos pacientes e pode ser a mais nova adição a terapias direcionadas bem-sucedidas para leucemia aguda”, comenta Ghayas.