Cientistas estudam mecanismo que pode evitar metástase após câncer de mama
Surgimento de células cancerígenas secundárias nos pulmões ocorre devido ao crescimento de uma proteína no localCientistas descobriram um método para tentar evitar o surgimento de metástase após o tratamento do câncer de mama. Mesmo após ano da ressecção e do tratamento do tumor primário, é comum que as células cancerígenas se espalhem para outros lugares, principalmente para os pulmões.
Segundo o estudo feito por pesquisadores do Instituto de Pesquisa do Câncer do Reino Unido e publicado pela revista científica Nature (acesse aqui), pacientes com receptor de estrogênio (ER) positivo têm risco de metástase em locais secundários.
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A proteína PDGF-C, localizada nos pulmões, aumenta em quantidade à medida que os indivíduos envelhecem ou quando o tecido fica danificado ou cicatrizado. A partir disso, a presença da proteína favorece o crescimento das células cancerígenas secundárias, confome informações do O Globo.
A partir de uma pesquisa realizada com ratos com tumores ER+, os pesquisadores conseguiram bloquear o crescimento da proteína a partir do uso do imatinib, um medicamento voltado para pacientes com leucemia mielóide crônica, que reduziu significativamente o crescimento metastático em outras partes do corpo.
Os animais foram tratados com o medicamento antes e depois do desenvolvimento dos tumores, resultando em uma redução significativa do câncer.
A professora Clare Isacke, que leciona Biologia Molecular e Celular no ICR, afirmou que a próxima etapa é entender quando e de que forma essas mudanças relacionadas à idade ocorrem.
“Este é um ótimo passo para a nossa compreensão do câncer de mama avançado - e como e por que as células cancerosas da mama formam tumores secundários nos pulmões. Em seguida, precisamos de identificar quando estas mudanças relacionadas com a idade acontecem e como variam entre as pessoas, de modo a podermos criar estratégias de tratamento que evitem o ‘despertar’ das células cancerígenas”, disse em nota publicada no site do ICR.
Simon Vincent, diretor de pesquisa, apoio e influência da Breast Cancer Now (financiadora da pesquisa) analisou o impacto do estudo na vida dos pacientes.
“Esta animadora descoberta nos aproxima da compreensão de como podemos abrandar ou parar o desenvolvimento do câncer secundário da mama ER+ no pulmão. No futuro, isso tem o potencial de beneficiar milhares de mulheres que vivem com essa ‘bomba relógio’, assegurando que menos pacientes recebam a notícia devastadora de que a doença se espalhou”, completou, em entrevista ao ICR.